Análise: A evolução do Náutico de Givanildo

Técnico pernambucano conseguiu ajustar importantes pontos no quesito marcação do time alvirrubro e com Rony e Marco Antônio como peças chaves melhorou saída de bola

por Rodrigo Malveira sex, 21/10/2016 - 10:20

As seis vitórias consecutivas e oito jogos de invencibilidade são mais do que prova de que o técnico Givanildo Oliveira mudou a forma de jogar do Náutico nesta Série B. O técnico, que recebeu o time na 8ª colocação da competição após a queda de Alexandre Gallo, conseguiu em pouco tempo corrigir alguns erros de posicionamento do time em campo para colocá-lo de volta na briga pelo G4. Para o trabalho funcionar, o comandante alvirrubro tem como pilares da nova forma do time jogar o meia Marco Antônio e o atacante Rony.

Para entender a mudança em campo sofrida, é preciso analisar algumas mudanças de posicionamento realizadas pelo técnico. Utilizando de um 4-2-3-1, com algumas variações para o 4-1-3-2 e o 4-1-4-1, Givanildo tem no setor de criação do time o grande diferencial para a evolução nos últimos jogos, com constantes inversões de posicionamento entre Marco Antônio e Rodrigo Souza no meio e com Rony jogando mais aberto pelo lado direito, mas tendo a liberdade de flutuar na peça ofensiva sendo coberto por Vinícius. A marcação alvirrubra também passou a atuar de forma mais avançada pressionando na saída de bola.

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Diante do Brasil de Pelotas pela 30ª rodada, já no início da jogada do time gaúcho os alvirrubros se posicionam para fazer pressão sobre as opções de passe do defensor e assim conseguir recuperar a bola rapidamente. Um jogador do ataque, nesse caso Rony, fica com mais liberdade para em caso de retomada da posse de bola dar início a um ataque

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Contra o Joinville no primeiro turno, apesar do Náutico ter vencido o jogo, em alguns lances, a marcação do time no campo ofensivo do time catarinense era nula. Ao perder a bola, ninguém fazia pressão sobre o adversário que já tinham diante de si a última linha de marcação do Náutico, espaços abertos pelas laterais de campo e quatro opções de passe para sair jogando.

A compactação e pressão não foi vista apenas no campo ofensivo, mas também no defensivo. Exemplos contra o Ceará no primeiro turno e contra o mesmo alvinegro no segundo mostraram uma clara diferença de posicionamento da defesa em jogadas de ataque adversária.

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No jogo no Castelão, em um dos vários ataques do time somente no primeiro tempo do Ceará, perceba como os jogadores da última linha ficaram mal distribuídos em seu campo, dando total liberdade para que o time da casa construísse jogadas pelas laterais de campo. No alto da imagem, um jogador do Ceará aparece sem nenhum tipo de marcação. Entre as linhas, também haveria espaço caso para um jogador do Ceará receber sem marcação e ter bastante tempo para construir um jogada perigosa.

Contra o mesmo Ceará, as linhas seguiram compactas, mas com melhor distribuição em campo. Nenhum jogador do Ceará teve muita liberdade, além disso Marco Antônio, nesse momento atuando como volante fica colocado entre as linhas.

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O posicionamento de Marco Antônio também é um diferencial no time. Givanildo faz com que o meia desempenhe uma função bem parecida com a que Renato Augusto fazia no Corinthians de Tite campeão brasileiro de 2015. O meia recua para a linha defensiva ao lado dos zagueiros durante as saídas de bola para distibuir melhor o jogo. Enquanto isso, Rodrigo Souza sobe um pouco mais para compor a linha de três meias aparecendo como surpresa no ataque e marcando gols, assim como fez contra o Paraná, na  27ª rodada do campeonato.

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No campo de defesa, Marco Antônio começa a armação de jogadas do Náutico com total liberdade para poder pensar sobre a melhor opção de passe, dando assim uma melhor saída de bola ao time.

Sendo assim, as principais correções realizadas pelo pernambucano a frente do Timbu consertaram um dos principais erros que a equipe vinha tendo sob o comando de Gallo: a defesa em contraste com o ataque. Enquanto o setor ofensivo conseguia marcar bastante gols, sendo um dos melhores da Série B, a parte defensiva era falha e sofria muitos gols. Em oito jogos com Givanildo no comando, o time alvirrubro sofreu apenas três gols.

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