Esportes paraenses buscam saídas para a crise da pandemia

Prejuízos e mudanças: como foram feitas as adaptações das modalidades esportivas para uma nova realidade marcada pela falta de dinheiro e público

sab, 13/03/2021 - 12:42

A pandemia da covid-19 provocou sérias mudanças em todo o planeta. Paralisações de atividades foram necessárias para conter o avanço da doença. Um dos setores afetados foi o esportivo, que só depois da criação de um protocolo retornou à sua rotina. Entretanto, a volta ocorre em uma nova realidade: sem público.

Muitas agremiações tiveram que se reinventar. No futebol, o Paysandu, segundo o presidente do clube, Maurício Ettinger, precisou investir mais no marketing e também em novas receitas devido à falta de bilheteria, que é a principal fonte de arrecadação do clube em competições. “Estamos apertando gastos e criando novas receitas, principalmente de patrocínios e doações de abnegados para substituir os faturamentos com as partidas abertas ao público”, disse o presidente bicolor.

No Remo, a situação também não está fácil. Segundo o presidente Fabio Bentes, a bilheteria era a principal receita do clube no ano. A pandemia representou uma perda estimada entre 30 e 40% da arrecadação. “No final do ano, quando o nosso balanço fechou, a gente teve uma redução de quase 50% por cento na nossa arrecadação. Estava estimado que a gente ia arrecadar em 2020 R$ 19 milhões e a gente fechou o ano com quase R$ 10 milhões. Praticamente reduzimos pela metade a nossa capacidade de investimento e, obviamente, isso afetou diretamente o dia a dia do clube”, afirmou Fabio Bentes.

O mandatário azulino ressalta ainda que, em 2021, o clube vai buscar novas maneiras de suprir as receitas perdidas. “Agora mesmo a gente fez o lançamento do PIX do Leão, que só vai arrecadar recurso pra transação da vinda do Gedoz. Já temos aí mais de R$ 40 mil reais arrecadados e crescendo. Também buscamos novos parceiros e estamos fechando novos patrocinadores”, destacou Fabio Bentes.

Além dos clubes, o Campeonato Paraense também foi prejudicado e passou por mudanças. O diretor de segurança e coordenador da Comissão de Protocolo da Federação Paraense de Futebol (FPF), Claúdio Santos, disse que dentre as medidas adotadas está a criação de uma comissão multidisciplinar composta por médicos, especialistas, fisiologistas, educadores físicos, dentre outros profissionais, para estabelecer um protocolo seguro de retorno.

“A federação conta, também, com o apoio da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública) e de outras instituições. Adquiriu testes, para jogadores e comissões técnicas, em períodos definidos pelos médicos, para garantir que todos entrassem em campo de forma segura e sem possibilidade de contaminação”, afirmou.

Os esportes amadores também foram seriamente afetados pela pandemia. Segundo o diretor geral da Secretaria Municipal de Esporte Juventude e Lazer de Belém (Sejel), Silvano Guerreiro Neto, sem amparo de políticas públicas, o órgão está buscando medidas para auxiliar a categoria durante esse período difícil.

“A gente está fazendo hoje um levantamento de todos esses times, de todas as modalidades de esporte amador, para que possamos conseguir construir grandes possibilidades e melhorias, sem nenhuma dúvida, pra toda essa gente”, afirmou Silvano.

O diretor técnico da Secretaria de Estado Esporte e Lazer (Seel), Erivelto Pastana, informou que o Estado procura auxiliar esses esportes por meio de atividades como workshops, visitas técnicas, projetos e cursos voltados para a área esportiva dentro dos protocolos de combate à covid-19.

“Nós não paramos, a secretaria não parou, nós estamos desenvolvendo atividades diversas. Sempre com planejamento e estamos voltados tanto para o esporte profissional quanto o esporte amador”, garantiu.

Por Erick Baia e Vinícius Santos.

 

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