Secretário-geral da Otan diz que trégua ucraniana é frágil
O cessar-fogo na Ucrânia "parece estar sendo respeitado, mas permanece frágil", declarou nesta quarta-feira Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em conversa com jornalistas, Stoltenberg disse que claramente houve alguma retirada de armamentos pesados da zona de conflito no leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Rússia combateram forças ucranianas durante a maior parte do ano passado. Houve uma redução no conflito após o acordo de cessar-fogo assinado em 12 de fevereiro.
Porém, Stoltenberg levantou temores a respeito dos obstáculos no caminho dos monitores do cessar-fogo e questões importantes sobre para onde os armamentos estão sendo levados.
"A chave para respeitar o cessar-fogo e garantir que os armamentos pesados são realmente transferidos, segundo o acordo de Minsk, é que o monitoramento do cessar-fogo melhore", disse ele. Para o secretário-geral da Otan é "vital" que os monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa tenham liberdade de movimento e garantias de segurança para que realizem seu trabalho.
Perguntado se teme que os separatistas ou seus apoiadores russos transferiram parte de seus armamentos pesados para lugares onde possam ser usados num futuro confronto, Stoltenberg declarou que "a resposta curta é sim".
É por isso que é importante "obter informações completas sobre onde os armamentos estão agora, seus números e para onde foram movidos", disse ele.
Stoltenberg disse que a aliança ainda vê uma clara evidência de que a Rússia está oferecendo "forte apoio" aos separatistas, o que inclui envio de equipamentos, forças e treinamento. "A Rússia inda está no leste ucraniano", afirmou.
A Rússia vem negando consistentemente que tenha forças no leste ucraniano e que apoie diretamente os rebeldes.
O general da Força Aérea norte-americana Philip Breedlove, comandante supremo aliado na Europa, disse que a Otan não tem informações claras sobre a presença russa no leste ucraniano neste momento.
Segundo ele, a fronteira continua "muito aberta...e o movimento de avanço e retrocesso não é observado nem controlado". Ele disse que forças russas e separatistas tornaram-se muito melhores em esconder seus movimentos. Fonte: Dow Jones Newswires.