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O líder do Hamas chegou nesta quarta-feira (20) ao Egito para negociações sobre um cessar-fogo em Gaza, depois que Israel anunciou que estaria disposto a aceitar uma nova pausa em troca da libertação de reféns.

Após mais de dois meses de guerra e diante da pressão internacional, as duas partes parecem dispostas a estabelecer uma segunda trégua. A primeira, que durou uma semana, resultou na libertação de 105 reféns sequestrados pelo Hamas e de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.

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O líder do movimento islamista palestino exilado no Catar, Ismail Haniyeh, desembarcou no Egito para uma reunião com Abbas Kamel, diretor do serviço de inteligência deste país.

Haniyeh chegou ao Cairo "para negociações com autoridades egípcias sobre o desenvolvimento da agressão sionista na Faixa de Gaza e outros temas", afirmou a organização islamista palestina em um comunicado.

As negociações se concentrarão em "interromper a agressão e a guerra, preparar um acordo sobre a libertação de prisioneiros (palestinos) e acabar com o cerco imposto à Faixa de Gaza", afirmou na terça-feira uma fonte do Hamas à AFP.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira que o país está "preparado para outra pausa humanitária e ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns".

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, depois que o movimento palestino atacou o país em 7 de outubro, uma ofensiva que matou quase 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado nos dados oficiais mais recentes divulgados pelas autoridades israelenses.

Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns no ataque e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel.

No território palestino, 19.667 pessoas, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, morreram nos bombardeios israelenses, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Segundo o portal americano de notícias Axios, David Barnea, diretor do serviço de inteligência israelense Mossad, se reuniu na Europa com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, e com o diretor da CIA, Bill Burns, para discutir um possível acordo de libertação de reféns.

Axios também informou que Israel propôs uma pausa nos combates em Gaza de pelo menos uma semana em troca de mais de 30 reféns sob poder do Hamas.

O Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, ajudou a negociar a trégua de uma semana de novembro.

- Negociações na ONU -

As negociações também prosseguirão nesta quarta-feira na ONU. Desde segunda-feira, o Conselho de Segurança não consegue votar uma resolução para acelerar o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

A votação foi adiada duas vezes e os membros do Conselho buscam a fórmula adequada para evitar o veto dos Estados Unidos, principal aliado de Israel. O texto, que inicialmente pedia um "cessar urgente e duradouro das hostilidades" em Gaza, agora cita a "suspensão" dos combates.

Enquanto as negociações continuam, Israel mantém a ofensiva contra Gaza. Fontes do Hamas afirmaram nesta quarta-feira que pelo menos 11 pessoas morreram em bombardeios noturnos.

Sob cerco total de Israel desde 9 de outubro, o território palestino enfrenta uma profunda crise humanitária: a maioria dos hospitais está fora de serviço e 85% da sua população, ou seja, 1,9 milhão de pessoas, fugiu da destruição no norte do enclave para buscar refúgio no sul.

Um relatório do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU publicado nesta quarta-feira destaca que metade da população sofre de fome extrema ou grave.

"Sem água potável, os alimentos e o saneamento que apenas um cessar-fogo humanitário pode proporcionar, as mortes de crianças por doenças podem superar o número de mortos nos bombardeios", alertou um porta-voz do Unicef na terça-feira.

Com suas casas em ruínas, muitos habitantes de Gaza procuraram refúgio em abrigos superlotados, onde lutam para encontrar comida, água e atendimento médico.

"Não sabemos para onde ir. Hoje não há água, não há comida, não há nada", disse Nizar Chahine, um jovem de 15 anos deslocado pelos combates em Rafah, cidade do sul de Gaza que recebeu centenas de milhares de pessoas.

Israel enfrenta nesta terça-feira (19) uma pressão internacional cada vez mais intensa a favor de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, com uma votação prevista na ONU e gestões diplomáticas de potências ocidentais - apesar da promessa dos Estados Unidos de seguir fornecendo armas ao país aliado.

O Conselho de Segurança da ONU deve se pronunciar sobre um novo texto que pede o "cessar urgente e duradouro das hostilidades" no território palestino cercado, após diversos vetos dos Estados Unidos.

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Além disso, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, se reunirá com os homólogos da França e Itália para pressionar por um "cessar-fogo sustentável" no conflito, informou seu gabinete.

A guerra em Gaza teve início com o violento ataque do Hamas em 7 de outubro, quando o movimento islamista assassinou 1.139 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestrou quase 250, segundo as autoridades do país.

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino, afirma que 19.400 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram na ofensiva de Israel em resposta ao ataque.

A pasta anunciou que ao menos 20 pessoas morreram nesta terça-feira em um bombardeio israelense na cidade de Rafah, perto da fronteira de Gaza com o Egito.

Entre os mortos estão quatro menores de idade e um jornalista, segundo o ministério palestino.

- EUA promete seguir fornecendo armas a Israel -

Em uma visita a Israel na segunda-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, prometeu que Washington continuará fornecendo armas ao aliado, que já recebeu bilhões de dólares em ajuda militar do governo americano.

"Continuaremos proporcionando a Israel o equipamento que necessita para defender seu país (...), incluídas munições críticas, veículos táticos e sistemas de defesa aérea", declarou Austin, que faz um giro diplomático por vários países do Oriente Médio.

O secretário de Defesa também anunciou criação de uma coalizão de 10 países para enfrentar os ataques dos rebeldes huthis do Iêmen no Mar Vermelho, lançados como represálias pela guerra em Gaza.

A coalizão inclui Estados Unidos, Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega e Ilhas Seychelles, segundo Austin.

O grupo rebelde iemenita reivindicou ataques na segunda-feira no Mar Vermelho contra dois navios que seriam "vinculados a Israel".

- Hamas, "preparado para nova troca" -

Ao mesmo tempo, prosseguem os esforços para alcançar uma nova trégua. Segundo a imprensa americana, o diretor da CIA, Bill Burns, reuniu-se em Varsóvia com autoridades de Israel e do Catar para negociar novas libertações de reféns.

"O Hamas está preparado para uma troca de prisioneiros, mas depois de um cessar-fogo", afirmou uma fonte do movimento islamista nesta terça-feira.

Em novembro, uma pausa humanitária de sete dias permitiu a libertação de 105 reféns em Gaza em troca da saída de 240 palestinos que estavam detidos em prisões de Israel.

- Fome -

A preocupação internacional aumenta com a situação dos 2,4 milhões moradores de Gaza que enfrentam bombardeios diários, escassez de água e alimentos, além de deslocamentos em larga escala.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criticou na segunda-feira a "terrível falta de distinção da operação militar de Israel em Gaza". "Isto tem que parar. Uma pausa humanitária é necessária com urgência", acrescentou.

A ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que Israel "utiliza a inanição de civis como método de guerra" e acusou o país de impedir o fornecimento de água, alimentos e combustível, além de aparentemente destruir zonas agrícolas.

Um porta-voz da diplomacia israelense respondeu que a organização "não tem base moral para falar do que acontece em Gaza porque ignorou o sofrimento e os direitos humanos dos israelenses".

Um relatório do diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, citado pela imprensa do país, indica que quase metade das munições lançadas por Israel não são teleguiadas, com baixa precisão.

Em resposta, a Força Aérea israelense declarou na segunda-feira que "todas as bombas utilizadas são bombas de alta precisão".

O Exército de Israel anunciou que dois soldados morreram nesta terça-feira, o que eleva para 131 o número de militares que faleceram desde o início da operação terrestre em Gaza, no fim de outubro.

- Protestos em Tel Aviv -

Israel aprovou a entrada de ajuda em Gaza pela passagem de fronteira de Kerem Shalom, além de Rafah, e um correspondente da AFP observou a entrada de caminhões.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, elogiou a abertura da fronteira para a passagem de ajuda e de caminhões com produtos comerciais.

Várias famílias estão reunidas no posto de Rafah com a esperança de seguir para um local seguro.

"Estamos aqui há quase um mês", declarou Safa Fathi Hamad. "Vamos morrer, a comida é escassa e não temos proteção".

Muitos israelenses protestaram na segunda-feira em Tel Aviv para exigir ações que resultem na rápida libertação dos 129 reféns que ainda estão sob poder do Hamas em Gaza.

A irritação e o medo dos parentes das vítimas aumentaram depois que soldados israelenses admitiram que mataram três reféns por engano.

A guerra em Gaza também aumentou a violência na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses mataram quatro palestinos na segunda-feira em um campo de refugiados, segundo o Ministério palestino da Saúde.

Mais de 300 palestinos morreram atingidos por tiros de tropas israelenses e ataques de colonos na Cisjordânia desde 7 de outubro, segundo fontes palestinas.

O grupo terrorista Hamas sinalizou que está disposto a prolongar por mais quatro dias a trégua com Israel e libertar mais reféns em troca de prisioneiros palestinos, anunciou nesta quarta-feira, 29, uma fonte próxima ao grupo terrorista à AFP, em meio a pressão de mediadores internacionais para que um cessar-fogo duradouro seja acordado no conflito.

A trégua entre Israel e Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira, com a previsão de uma nova troca de reféns israelenses e presos palestinos. Iniciada na sexta-feira, 24, e com um prazo inicial de quatro dias, a trégua foi prorrogada por 48 horas, até quinta-feira de manhã, dia 30, para permitir a troca de 20 sequestrados por 60 prisioneiros palestinos, segundo informações do governo do Catar, principal mediador da guerra.

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"O Hamas informou aos mediadores que deseja estender a trégua por outros quatro dias e que, durante este período, está em condições de libertar prisioneiros israelenses que tem em seu poder em conjunto com outros movimentos da resistência e outras partes, nos mesmos termos da atual trégua", afirmou a fonte.

A prorrogação permitiu a entrega na terça-feira à noite, 28, de 12 reféns que estavam sob poder do grupo terrorista (10 israelenses e dois tailandeses) e de 30 presos palestinos, incluindo um adolescente de 14 anos. A imprensa israelense informou que o governo já recebeu a lista dos reféns que serão liberados pelo Hamas nas próximas horas, mas nenhuma fonte oficial confirmou a notícia.

Até o momento, a trégua, que também foi negociada com o apoio de Catar, Egito e dos Estados Unidos, permitiu a libertação de 60 reféns israelenses - assim como de 20 tailandeses, um filipino e um russo-israelense à margem do acordo. Israel liberou 180 presos de suas penitenciárias, em uma proporção de três palestinos para cada refém israelense.

Musa Abu Marzuq, um dos líderes do grupo terrorista Hamas, anunciou que "vários" reféns com cidadania russa serão libertados do cativeiro na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, em um gesto ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. A soltura dos russos não entra no acordo de libertação de reféns com Israel, que inclui apenas mulheres e crianças.

O único homem libertado do cativeiro foi o russo-israelense Roni Krivoi, de 25 anos, que retornou a Israel no domingo, 26. "Hoje serão liberados muitos outros, fora do acordo de trégua e em reconhecimento pela posição do presidente Putin", afirmou Marzuq.

Blinken afirmou que busca extensão da trégua

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou nesta quarta-feira em Bruxelas (Bélgica) que durante a sua viagem a Israel, nos próximos dias, se concentrará em tentar prolongar a trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

"Queremos que esta pausa seja prolongada, porque nos permitiu libertar reféns e trabalhar na assistência humanitária para aqueles que dela precisam desesperadamente", disse Blinken durante uma coletiva de imprensa na sede da Otan.

Diplomatas e funcionários dos serviços secretos estavam trabalhando para negociar uma pausa mais longa. Na terça-feira, autoridades do Egito, Estados Unidos, Israel e Catar se reuniram em Doha para tentar uma nova extensão do acordo.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, segue afirmando que o objetivo do país é destruir a capacidade militar do grupo terrorista Hamas, após os ataques do dia 7 de outubro, que deixaram mais de 1.200 pessoas mortas no sul de Israel. Segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, 13 mil pessoas morreram no enclave palestino após o inicio da guerra. (Com agências internacionais).

Israel libertou neste domingo, 26, mais 39 prisioneiros palestinos em cumprimento ao acordo com o Hamas. Pouco antes, o grupo terrorista islâmico libertou 17 reféns, sendo 14 israelitas e três tailandeses. Foi o terceiro dia consecutivo de troca de reféns por prisioneiros em paralelo a um cessar-fogo temporário.

"Todos os prisioneiros foram libertados da prisão de Ofer e do centro de detenção de Jerusalém, exceto um prisioneiro de Gaza que foi libertado na passagem de Kerem Shalom", afirmou o serviço penitenciário israelense em comunicado.

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O Ministério das Relações Exteriores do Catar, que acompanha o processo, detalhou que os 39 palestinos libertados por Israel são menores de idade. "Todos os libertos das prisões israelenses são menores de idade", disse o porta-voz da pasta, Majed Al Ansari, na rede social X (ex-Twitter).

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resistiu, neste sábado, ao crescente apelo internacional por um cessar-fogo e afirmou que a batalha para derrotar o grupo extremista palestino do Hamas na Faixa de Gaza continuará com "força total".

Um cessar-fogo só seria possível se todos os 239 reféns detidos por militantes em Gaza fossem libertados, disse Netanyahu, em discurso televisionado.

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O líder israelense também insistiu que depois da guerra, que entra agora na sua sexta semana, Gaza será desmilitarizada e Israel manterá o controle da segurança no local. Questionado sobre o que queria dizer com controle de segurança, Netanyahu disse que as forças israelenses devem ser capazes de entrar livremente em Gaza para caçar militantes.

Ele também rejeitou a ideia de que a Autoridade Palestina, que atualmente administra áreas autônomas na Cisjordânia, possa em algum momento controlar Gaza. Ambas as posições vão contra os cenários pós-guerra sugeridos pelo aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os EUA se opõem à reocupação israelense de Gaza e prevê um governo palestino unificado em Gaza e na Cisjordânia em algum momento como um passo em direção à criação de um Estado palestino.

Por enquanto, Netanyahu afirma: "a guerra contra (o Hamas) está avançando com força total e tem um objetivo: vencer. Não há alternativa à vitória."

A pressão sobre Israel cresceu após médicos desesperados do maior hospital de Gaza terem dito que o último gerador ficou sem combustível, causando a morte de um bebê prematuro, de outra criança em uma incubadora e de outros quatro pacientes. Milhares de feridos de guerra, equipes médicas e civis deslocados foram apanhados nos combates.

Netanyahu disse que a responsabilidade por qualquer dano aos civis é do Hamas, que negou estar impedindo a fuga das pessoas na Cidade de Gaza.

O porta-voz do braço militar do Hamas afirmou que os militantes estavam emboscando as tropas israelenses e prometeu que Israel enfrentará uma longa batalha. O porta-voz das Brigadas Qassam, que atende por Abu Obaida, reconheceu em áudio transmitido pela Al-Jazeera que a luta é desproporcional "mas está aterrorizando a força mais forte da região".

Os militares de Israel alegaram que os soldados encontraram centenas de combatentes do Hamas em instalações subterrâneas, escolas, mesquitas e clínicas durante os combates. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (7) que, no momento, não haverá cessar-fogo na guerra contra o Hamas, já que isso, no entender dele, seria se render ao rival. "Não acredito que haverá um cessar-fogo generalizado", afirmou. De acordo com ele, uma condição para que tal medida ocorra é que os reféns que o grupo mantém sejam liberados. A declaração foi dada em entrevista à ABC News.

Netanyahu também disse acreditar que Israel terá, por um período indefinido, a responsabilidade geral pela segurança da Faixa de Gaza. O líder justificou que a medida se deve a "porque vimos o que acontece quando não a temos. Quando não temos essa responsabilidade pela segurança, o que temos é a erupção do terror do Hamas numa escala que não poderíamos imaginar".

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Sobre as responsabilidades de seu governo nos ataques terroristas de 7 de outubro, Netanyahu afirmou que "a primeira tarefa do governo é proteger o povo e, claramente, não cumprimos isso. Tivemos um grande, grande revés". Questionado se acredita que deveria assumir alguma responsabilidade, o primeiro-ministro respondeu: "claro, isso não é uma questão. Será resolvido depois da guerra. Acho que haverá tempo para alocar isso".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo em defesa de um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas, na qual "a maioria dos mortos é criança", durante evento no Palácio do Planalto.

"3 mil crianças morrerem na Faixa de Gaza, numa guerra que elas não reivindicaram. Os irresponsáveis que fizeram a guerra agora estão chorando a morte dessas crianças, sentindo o peso das coisas?", questionou o governante progressista.
"Saudades dos tempos em que a guerra era dos soldados.
Estamos vendo pela primeira vez uma guerra em que a maioria dos mortos é criança", acrescentou.
Lula fez um discurso para ministros e representantes da sociedade civil na cerimônia de assinatura de um projeto de lei que institui pensão aos órfãos de mulheres vítimas de feminicídio.
Enquanto o presidente se pronunciava em Brasília, o chanceler Mauro Vieira tentava a aprovação no Conselho de Segurança da ONU de uma resolução pelo cessar-fogo e a criação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza.
No entanto, não houve acordo, e o Brasil encerrou sua presidência no órgão sem conseguir convencer os membros a aprovar uma resolução sobre a guerra no Oriente Médio.

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"Não conseguimos fazer uma carta da ONU convencendo as pessoas de que isso não é possível. Parem, pelo amor de Deus, parem!", exclamou Lula. 

*Da Ansa

Líderes árabes e ocidentais reunidos neste sábado na "Cúpula da Paz", no Cairo, pediram um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, a entrega de ajuda maciça à Faixa de Gaza e uma solução definitiva para o conflito israelense-palestino, que já dura 75 anos.

O encontro, no entanto, terminou sem um comunicado conjunto, devido à falta de acordo entre os países árabes e ocidentais, informaram diplomatas árabes, no momento em que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, adverte que a Faixa de Gaza enfrenta "uma catástrofe humanitária".

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Mais de 1.400 pessoas morreram no ataque sem precedentes do Hamas contra Israel executado em 7 de outubro, segundo as autoridades israelenses. Mais de 200 pessoas continuam sequestradas pelo grupo islamista palestino.

Quase 4.400 palestinos morreram na Faixa de Gaza nos bombardeios diários israelenses em represália, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o enclave.

Os representantes dos países ocidentais e árabes, no entanto, não conseguiram chegar a um acordo sobre um comunicado final, informaram diplomatas árabes à AFP. As negociações tropeçaram em dois pontos, segundo eles: os países árabes se negaram a assinar a “condenação clara ao Hamas” e “o pedido de libertação dos reféns” feito pelos ocidentais.

Dessa forma, a reunião de cúpula terminou com um comunicado da presidência egípcia que critica “uma comunidade internacional que mostrou, nas últimas décadas, sua incapacidade de encontrar uma solução justa e duradoura para a questão palestina”.

No começo do encontro, Guterres havia pedido uma ação rápida para “acabar com o pesadelo”. A Faixa de Gaza precisa de "uma entrega maciça de ajuda", insistiu, depois que 20 caminhões com assistência entraram no território palestino, procedentes do Egito, neste sábado.

A ONU calcula que são necessários ao menos 100 caminhões diários para ajudar os 2,4 milhões de moradores de Gaza, que enfrentam a falta de água, energia elétrica e combustíveis.

Guterres discursou para políticos do Egito, da Jordânia e da Autoridade Palestina, além de ministros das Relações Exteriores de países árabes e europeus, e dirigentes da Liga Árabe, da União Africana e da União Europeia. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, estava presente.

Rússia, China, Japão, Canadá e Estados Unidos também enviaram representantes, e Israel não participou do encontro

- 'Não iremos embora' -

O rei Abdullah II, da Jordânia, pediu "um cessar-fogo imediato", e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, insistiu no "direito dos palestinos de estabelecer seu Estado". "Não podemos permitir que esse conflito se torne uma crise regional", declarou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que governa na Cisjordânia, reiterou a necessidade de "acabar com a ocupação israelense dos Territórios Palestinos e de uma solução de dois Estados".

"Não iremos embora" das terras palestinas, repetiu três vezes Abbas, que ao lado do Egito e da Jordânia expressa oposição há vários dias à ordem israelense para que os habitantes do norte da Faixa de Gaza abandonem a área e prossigam para o sul, na fronteira com o Egito.

Os líderes políticos da região consideram que este é um primeiro passo para um "deslocamento forçado" de palestinos em direção ao Sinai egípcio. Abbas afirmou que isto seria o equivalente a "uma segunda Nakba" (catástrofe em árabe), em referência à expulsão de quase 760.000 palestinos após a criação do Estado de Israel em 1948.

- Vidas palestinas, vidas israelenses -

Abdullah II criticou "o silêncio global", que considerou uma "mensagem muito perigosa". "A mensagem que o mundo árabe recebe é alta e clara: as vidas palestinas importam menos do que as israelenses", declarou.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, denunciou "a ajuda militar incondicional a Israel, que serve apenas para manter a ocupação" dos Territórios Palestinos. Seu par saudita, Faisal bin Farhan, criticou a rejeição do Conselho de Segurança da ONU a duas resoluções que pediam o fim das hostilidades.

O Egito, que organizou a cúpula, quer desempenhar um papel diplomático importante no conflito. O país foi a primeira nação árabe a assinar um acordo de paz com Israel, em 1979, e desde então o Cairo atua como mediador habitual entre Israel e os palestinos, incluindo o grupo Hamas. Além disso, o Egito tem o único ponto de entrada para a Faixa de Gaza que não é controlado por Israel, Rafah.

Um cessar-fogo de 72 horas entre os dois generais que disputam o poder no Sudão entrou oficialmente em vigor nesta terça-feira (25), mas testemunhos relataram novos bombardeios após dias de combates que deixaram centenas de mortos e provocaram uma fuga em larga escala de estrangeiros.

O Exército do general Abdel Fatah al Burhan bombardeou posições das paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR) nos arredores da capital Cartum, que responderam com tiros de metralhadoras, segundo testemunhos dados à AFP.

Outros testemunhos informaram de bombardeios contra veículos das FAR, comandadas pelo general Mohamed Hamdan Daglo, no norte de Cartum.

Em um vídeo, o grupo paramilitar afirma ter tomado o controle de uma refinaria e de uma central elétrica 70 km ao norte da capital, de cinco milhões de habitantes.

O Exército tinha alertado no Facebook para um "grande manobra [das FAR] na direção da refinaria com o objetivo de aproveitar a trégua" para tomar o local.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, havia anunciado na segunda-feira um cessar-fogo de três dias no Sudão após "negociações intensas" entre as partes.

Também observou-se um cessar-fogo na região norte de Darfur, no leste do país, há vários dias, informou a ONU.

Mas testemunhas disseram à AFP que viram confrontos entre o Exército e as FAR em Wad Banda, no Cordofão Ocidental, uma região fronteiriça mais ao sul.

Como aconteceu nos anúncios anteriores de cessar-fogo, os lados se acusam mutuamente de não respeitá-lo.

Os confrontos que explodiram em 15 de abril deixaram 450 mortos e mais de 4.000 feridos, de acordo com as agências da ONU.

- Evacuações de estrangeiros -

As Forças para a Liberdade e a Mudança, o principal bloco civil que os dois generais que agora disputam o poder derrubaram em um golpe em 2021, confiavam que a trégua permitiria "diálogo nas modalidades de um cessar-fogo permanente".

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, elogiou o anúncio da trégua e exortou o Exército e as FAR a respeitar o acordo "plenamente".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para riscos biológicos "elevados" no Sudão após a ocupação de um laboratório nacional de saúde onde há agentes patógenos de sarampo, cólera e poliomelite.

Vídeos publicados na internet - que não tiveram a autenticidade comprovada - mostram o cenário de violência e ataques dos últimos dias: estabelecimentos comerciais incendiados, imóveis destruídos e civis perambulando entre os escombros ainda em chamas.

Antes do cessar-fogo, várias nações conseguiram negociar com os dois lados beligerantes a retirada de funcionários diplomáticos e de cidadãos de seus países.

Mais de 1.000 cidadãos da União Europeia deixaram o Sudão, segundo Borrell. A Espanha anunciou a saída de 100 pessoas, inclusive de latino-americanos.

China, Estados Unidos, Japão, Reino Unido e vários países árabes também anunciaram a retirada de centenas de pessoas.

Além disso, quase 700 funcionários da ONU, de embaixadas e de organizações internacionais foram levados para Porto Sudão, uma cidade às margens do Mar Vermelho, segundo as Nações Unidas.

A Agência da ONU para os Refugiados calcula que até 270.000 pessoas podem fugir para o Chade e o Sudão do Sul.

As pessoas que não conseguiram fugir do fogo cruzado tentam sobreviver sem o fornecimento de água ou energia elétrica, escassez de alimentos e cortes de internet e das linhas telefônicas.

Aqueles que não conseguem escapar do fogo cruzado estão tentando sobreviver sem água ou eletricidade, com escassez de alimentos e cortes de internet e telefone.

Essa espiral "arrisca uma conflagração catastrófica dentro do Sudão que pode envolver toda a região e além", disse Antonio Guterres.

- Idosos e bebês -

Apesar da saída de muitos diplomatas estrangeiros, o enviado da ONU ao Sudão, Volker Perthes, continua no país do leste africano.

Nos últimos quatro anos, ele vem negociando com os militares para que aceitem a transição para a democracia.

"À medida que os estrangeiros fogem - os que conseguem -, o impacto da violência em uma situação humanitária já crítica no Sudão é agravado", alertou a ONU.

Bloqueadas no fogo cruzado, as agências das Nações Unidas e outras organizações humanitárias suspenderam as atividades no país.

Cinco trabalhadores humanitários - quatro deles da ONU - morreram e, de acordo com o sindicado dos médicos, quase 75% dos hospitais do país estão foram de serviço.

Quase 200 pessoas de mais de 14 países desembarcaram na segunda-feira à noite de um navio na cidade costeira de Jidá, na Arábia Saudita. Entre as pessoas que fugiram do Sudão estavam idosas em cadeiras de rodas e bebês carregados pelos pais.

A disputa entre Burhan e Daglo, que se aliaram para derrubar civis do poder, surgiu de planos de integrar as FAR ao Exército.

Os chefes da diplomacia da Rússia e da Ucrânia não conseguiram concretizar um acordo para um cessar-fogo, em seu primeiro encontro presencial, nesta quinta-feira (10), após duas semanas de invasão e horas depois do bombardeio a um hospital pediátrico na cidade de Mariupol, que provocou três mortes e indignação mundial.

"Queríamos obter um cessar-fogo de 24 horas. Lavrov disse que Moscou queria falar de corredores humanitários", afirmou o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, após o encontro com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, em Antalya, sul da Turquia.

O chanceler ucraniano disse que a Rússia pretende "continuar sua agressão até a rendição da Ucrânia".

"Escutei hoje que o cessar-fogo está vinculado, por parte da Rússia, ao respeito das exigências manifestadas pelo presidente (Vladimir) Putin à Ucrânia", acrescentou.

"Mas a Ucrânia não se rendeu, não se rende e não se renderá", insistiu, em declaração aos jornalistas.

- Rússia "não atacou a Ucrânia" -

Apesar de não ceder em suas posições, os dois ministros afirmaram que desejam seguir negociando e fazer esforços nesse sentido, depois desta primeira reunião desde o início da invasão russa.

Lavrov disse que o país está disposto a continuar conversando no mesmo formato dos três primeiros encontros em Belarus e que uma reunião entre Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está descartada no momento.

Questionado por jornalistas após o encontro, Lavrov afirmou que a "Rússia não planeja atacar outros países e não atacou a Ucrânia", e sim respondeu a "ameaças diretas" contra sua segurança.

O ministro também criticou o que chamou de "perigosas" entregas de armas dos países ocidentais a Kiev.

"Aqueles que enchem a Ucrânia de armas têm de entender, é claro, que carregarão a responsabilidade de seus atos", frisou.

Até agora, as negociações entre Kiev e Moscou resultaram em tréguas locais e na instauração de corredores humanitários para a retirada de civis. A Rússia foi, porém, acusada de não respeitar os acordos.

Lavrov rebateu, afirmando que a "iniciativa russa para a abertura diária de corredores humanitários prossegue em vigor".

A Rússia mantém o cerco às grandes cidades ucranianas e continua bombardeando diversas regiões. Centenas de civis tentam evitar os bombardeios em porões e abrigos improvisados. Em alguns pontos, a situação humanitária é crítica, de acordo com testemunhas.

A reunião na Turquia aconteceu um dia depois do bombardeio contra um hospital infantil de Maritpol, no sudeste da Ucrânia, um porto estratégico no Mar de Azov que está cercado pela Rússia.

Ao menos três pessoas, incluindo uma criança, morreram no ataque, segundo o balanço mais recente da prefeitura.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que chamou o bombardeio de "crime de guerra", publicou vídeos que mostram a destruição no local.

- Cercar Kiev -

As imagens provocaram revolta internacional. A Casa Branca denunciou o uso "selvagem" da força, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou o ataque de "imoral".

O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que a Rússia "provavelmente" cometeu "crimes de guerra" por atacar a sociedade civil de una maneira indiscriminada.

O Kremlin afirmou, por sua vez, que solicitará informações a seu Exército sobre o ataque, mas, na Turquia, Lavrov declarou que o local servia de base para um batalhão nacionalista.

"Todas as mulheres que iam dar à luz, todas as enfermeiras e todos os funcionários de apoio haviam sido expulsos", frisou o chanceler russo.

Mais de 1.200 pessoas morreram em Mariupol desde o início do cerco militar russo há nove dias, de acordo com o balanço divulgado pelas autoridades municipais.

Na quarta-feira (9), em seu balanço mais recente, a ONU afirmou que 516 civis morreram, e 800 ficaram feridos na Ucrânia desde o início da invasão, que também provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas do país.

Ao menos 35.000 civis deixaram Sumy, Enerhodar e zonas próximas a Kiev na quarta-feira, anunciou Zelensky.

Nas últimas horas, de acordo com o Estado-Maior ucraniano, as forças russas continuaram avançando para "cercar Kiev" e também atacaram outras frentes, como as cidades de Izium, Petrovske, Sumy, Ojtyrka e a região de Donetsk.

Ao nordeste da capital, importantes colunas de fumaça eram observadas na manhã desta quinta-feira.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que metade da população da cidade fugiu desde o início do conflito.

"De acordo com nossos dados, um em cada dois habitantes de Kiev deixou a cidade. Hoje, temos pouco menos de dois milhões de pessoas", afirmou.

"Kiev se transformou em uma fortaleza", disse Klitschko. "Cada rua, cada edifício, cada posto de controle virou uma fortaleza", completou.

Kiev tinha 3,5 milhões de habitantes antes do início do conflito com a Rússia.

- Assistência e mais sanções -

Desde o início da invasão, os Estados Unidos e os demais países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) apoiam Kiev, mas evitam um envolvimento direto no conflito. Na quarta-feira, Washington rejeitou, de maneira definitiva, a oferta da Polônia de enviar caças para as tropas ucranianas.

Ao mesmo tempo, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou um novo orçamento federal que inclui uma ajuda de quase US$ 14 bilhões para a Ucrânia. O valor inclui ajuda humanitária, mas também de armas e munições para Kiev. O texto deve ser votado no Senado antes de ser promulgado pelo presidente Joe Biden.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) também aprovou uma ajuda de emergência de US$ 1,4 bilhão para a Ucrânia.

O Ministério russo da Defesa acusou o governo americano de ter financiado um programa de armas biológicas na Ucrânia e disse ter encontrado evidências a esse respeito em laboratórios ucranianos.

"O objetivo destas pesquisas biológicas financiadas pelo Pentágono na Ucrânia era criar um mecanismo para a disseminação secreta de patógenos mortais", disse o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov.

Na Rússia, as sanções ocidentais afetam cada vez mais a população. As gigantes japonesas Sony e Nintendo foram as empresas mais recentes que anunciaram a suspensão de suas atividades no país.

Também nesta quinta, o governo britânico anunciou novas sanções contra a Rússia. As medidas afetam sete oligarcas, incluindo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea FC, que o empresário colocou à venda na semana passada.

As medidas punitivas implicam o congelamento de bens, a proibição de fazer transações com indivíduos e com empresas britânicas e a proibição de viajar ao país.

Os líderes da União Europeia (UE) se reúnem nestas quinta e sexta-feiras em Versalhes, na França, para discutir a crise do ponto de vista da segurança e energia.

Ataques russos interromperam pela segunda vez os planos de retirada de civis da cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, disse o conselheiro do ministério do Interior do país, Anton Gerashchenko. "A segunda tentativa de um corredor humanitário para civis em Mariupol terminou novamente com bombardeios dos russos", escreveu em sua conta no Telegram.

A Prefeitura de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, havia anunciado neste domingo (6), uma nova tentativa de retirada de civis a partir das 12h (horário local, 8h no horário de Brasília), um dia após a Rússia ser acusada de descumprir um acordo de cessar-fogo na região.

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Separadamente, o serviço de segurança nacional da Ucrânia diz que as forças russas estão atirando foguetes em um instituto de física na cidade de Kharkiv que contém reatores nucleares. O serviço de segurança disse que um ataque à instalação nuclear pode levar a "desastre em grande escala.''

(com informações da Associated Press)

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente Jair Bolsonaro concordaram em pedir um cessar-fogo na Ucrânia, informou nesta quinta-feira (3) um porta-voz de Johnson após uma conversa telefônica entre os dois dirigentes sobre a invasão do país pela Rússia.

"O primeiro-ministro conversou com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre a situação na Ucrânia", afirmou o porta-voz. "Os dirigentes concordaram na necessidade de um cessar-fogo urgente na Ucrânia e declararam que a paz deve prevalecer", acrescentou.

Até agora, Bolsonaro tem evitado criticar a Rússia pela invasão da Ucrânia. Na quinta-feira passada, ele desmentiu o vice-presidente, Hamilton Mourão, que havia dito que "o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano".

No domingo, o presidente afirmou que o Brasil manterá uma postura de "neutralidade" e não vai "tomar partido".

Após a conversa desta quinta, Boris Johnson ressaltou que "o Brasil foi um aliado vital na Segunda Guerra Mundial e sua voz voltou a ser crucial neste período de crise".

"Juntos, o Reino Unido e o Brasil precisavam pedir o fim da violência, acrescentou o primeiro-ministro", afirmou seu porta-voz.

A delegação ucraniana chegou nesta segunda-feira (28) ao local das negociações com a Rússia exigir um cessar-fogo "imediato" e a retirada das tropas russas, anunciou a presidência da Ucrânia.

"A delegação ucraniana chegou à área da fronteira Ucrânia-Belarus para participar nas negociações", informou a presidência em um comunicado. "A questão chave é um cessar-fogo e a retirada das tropas do território ucraniano", acrescenta a nota.

A delegação é liderada pelo ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, que está acompanhado pelo alto conselheiro da presidência, Mikhailo Podoliak.

No quinto dia da ofensiva, Moscou afirma que deseja discutir um "acordo" com Kiev durante o diálogo desta segunda-feira, no momento em que a invasão parece encontrar mais resistência.

"Cada hora que o conflito de prolonga, cidadãos e soldados ucranianos morrem. Nós nos propusemos a chegar a um acordo, mas tem que ser do interesse das duas partes", declarou o negociador russo e conselheiro do Kremlin, Vladimir Medinski.

Sem aviões de combates no céu, ou alertas de foguetes. A tranquilidade retornou na manhã desta sexta-feira (21) à Faixa de Gaza e Israel, depois da entrada em vigor do cessar-fogo que acabou com 11 dias de confrontos violentos.

Desde o início da aplicação da trégua, nesta sexta-feira, às 2h (20h de Brasília, quinta-feira), milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza para festejar o fim dos bombardeios israelenses. Manifestações de júbilo também foram observadas em cidades da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ocupados.

"É a euforia da vitória", disse Khalil al Haya, número dois do gabinete político do Hamas na Faixa de Gaza, durante um discurso para os manifestantes. Ele prometeu "reconstruir" as casas destruídas pelos bombardeios israelenses.

"Desde as 2h não se detectou nenhum lançamento de foguete, e os aviões (das Forças Armadas) voltaram para suas bases", afirmou o exército israelense.

O acordo foi possível, graças à mediação do Egito, uma potência regional que mantém relações tanto com Israel como com o Hamas. Este movimento é considerado "terrorista" pelo Estado hebreu, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

O presidente americano, Joe Biden, agradeceu ao Egito pelo papel desempenhado no cessar-fogo, que chamou de "oportunidade genuína para avançar" rumo à paz entre israelenses e palestinos.

"Acredito que os palestinos e os israelenses merecem viver com segurança e desfrutar do mesmo nível de liberdade, prosperidade e democracia", disse Biden.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitará o Oriente Médio nos próximos dias para reuniões com seus colegas "israelense, palestino e regionais", informou o Departamento de Estado.

A UE celebrou o anúncio e recordou que "a situação na Faixa de Gaza é insustentável há muito tempo", enquanto a Alemanha, que também elogiou a iniciativa, advertiu que agora é necessário "abordar as causas profundas do conflito para encontrar uma solução" no Oriente Médio.

Os bombardeios aéreos e os disparos de artilharia no território palestino deixaram em 11 dias as mortes de pelo menos 232 palestinos, incluindo 65 menores de idade e combatentes, e 1.900 feridos, segundo as autoridades de Gaza. Em Israel, os foguetes palestinos mataram 12 pessoas, incluindo uma criança, uma adolescente e um soldado, e deixaram 355 feridos, segundo a polícia.

- "Sem condições" -

O cessar-fogo foi anunciado após uma reunião do gabinete de segurança israelense, comandada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que "aceitou por unanimidade" a iniciativa egípcia "de cessar-fogo bilateral sem condições".

Hamas e Jihad Islâmica - outro grupo armado palestino em Gaza - confirmaram o acordo da trégua, alcançada com a mediação dos "irmãos egípcios".

"A resistência palestina respeitará o acordo desde que a ocupação (como o Hamas chama Israel) o respeite", afirmou o grupo islamita.

O Hamas iniciou as hostilidades em 10 de maio com o lançamento de foguetes contra Israel em "solidariedade" com centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro local mais sagrado do islã. Os distúrbios começaram após os protestos contra a expulsão de várias famílias palestinas, em benefício de colonos israelenses, de um bairro da Cidade Sagrada.

Depois dos lançamentos de foguetes, Israel iniciou uma operação para "reduzir" as capacidades militares do Hamas, com vários ataques aéreos contra o pequeno território de dois milhões de habitantes sob bloqueio israelense há quase 15 anos.

O Exército anunciou que matou "25 dirigentes do Hamas" nos bombardeios e que destruiu mais de 100 quilômetros de túneis e dezenas de edifícios que, segundo as Forças Armadas, o Hamas utilizava para "atividades terroristas".

De acordo com o Exército, Hamas e Jihad Islâmica lançaram mais de 4.300 foguetes contra Israel - mais de 90% deles foram interceptados pelo sistema antimísseis israelense.

Em Sderot, uma cidade israelense na fronteira com Gaza, o anúncio do cessar-fogo foi recebido com ceticismo.

"O problema é que o Hamas não vai respeitar, não devemos ser ingênuos", declarou o prefeito do município, Alon Davidi, que defende que o Exército prossiga com a operação para evitar a retomada dos confrontos.

- Delegações egípcias -

Depois de três guerras em uma década, Hamas e Israel estabeleceram em 2018 uma trégua para estabilizar e desenvolver Gaza, território com péssimas infraestruturas e alto índice de desemprego, após a mediação da ONU, Egito e Catar, um emirado do Golfo próximo ao movimento Irmandade Muçulmana, do qual procede o Hamas.

Nos bastidores, ONU e os dois países intensificaram as negociações na quinta-feira para alcançar o acordo de trégua.

"Duas delegações egípcias serão enviadas a Tel Aviv e aos Territórios Palestinos para vigiar a aplicação (do cessar-fogo) e o processo para manter condições estáveis de forma permanente", afirmaram fontes diplomáticas do Cairo.

Apesar da trégua, a situação é preocupante na Cisjordânia, onde os confrontos entre palestinos e as forças de segurança deixaram mais de 25 mortos em 11 dias.

O presidente dos EUA, Joe Biden, telefonou nesta segunda-feira (17) para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e defendeu um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Na ligação, Biden demonstrou preocupação com o conflito, mas não exigiu uma trégua imediata, como quer a ala progressista do Partido Democrata.

Como sempre, Israel vem contando com o socorro diplomático do governo americano e Biden ainda não deu sinais de que pretende mudar a posição histórica dos EUA. No entanto, a proteção inabalável da Casa Branca vem colocando em risco o apoio de parte da base democrata, especialmente da ala progressista do partido.

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A violência completou ontem uma semana, com mais de 200 palestinos mortos em ataques aéreos de Israel, deflagrados em resposta a milhares de foguetes lançados pelo Hamas, que mataram 10 israelenses. Biden e seu secretário de Estado, Antony Blinken, disseram que o governo israelense "tem direito de se defender", mas evitaram ao máximo críticas ao aliado e até agora não fizeram nenhum pedido de moderação nos bombardeios.

A posição vem deixando Biden exposto às críticas crescentes dos eleitores progressistas e de congressistas de seu partido, que exigem uma política mais dura com relação a Israel - uma mudança gradual, mas perceptível, na disposição dos democratas.

O senador Bob Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, considerado pró-israelense, disse estar "profundamente preocupado" com os ataques a Gaza, exigindo uma completa "prestação de contas" por parte de Israel. Bernie Sanders, também senador e porta-voz informal da juventude do partido, chamou a situação de "inconcebível" e disse que os Estados Unidos deveriam reavaliar os US$ 4 bilhões anuais em ajuda militar a Israel.

Sanders, que é judeu, e outros progressistas veem o conflito cada vez mais sob o prisma da justiça social, especialmente porque o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu se apega ao poder por meio de uma aliança com a extrema direita e abordou o problema de maneira ideológica, especialmente durante a presidência de Donald Trump.

Em artigo no New York Times, Sanders escreveu que Netanyahu "cultivou um tipo cada vez mais intolerante e autoritário de nacionalismo racista". A deputada hispânica Alexandria Ocasio-Cortez, uma das estrelas do Partido Democrata, pediu uma ação da Casa Branca contra o "apartheid" israelense, um termo que enfurece Israel, mas que foi recentemente endossado pela ONG Human Rights Watch, que lamentou que o governo israelense adote "uma política de domínio" sobre os palestinos.

Logan Bayroff, diretor de comunicação do grupo pró-Israel J Street, disse que há uma percepção crescente de que a ação israelense, incluindo a expulsão de famílias palestinas de Jerusalém Oriental, contribui para a crise. "Existe mais disposição dentro do Partido Democrata de criticar não apenas os foguetes do Hamas, mas também a política do governo israelense", disse Bayroff. "Isso cria um grande contraste com o governo Biden."

Apoio

Do outro lado, os republicanos acusam Biden de não dar apoio suficiente a Israel e afirmam que a ala esquerda democrata se aliou ao Hamas. "Não há equivalência moral entre Israel e Hamas", afirmou o líder republicano da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy. "Os EUA deveriam apoiar inequivocamente nosso aliado Israel e o povo judeu."

Segundo o Washington Post, alguns senadores democratas demonstraram insatisfação com um acordo de US$ 735 milhões para a venda de armas de precisão para Israel, aprovado no dia 5, menos de uma semana antes de o conflito começar. "Permitir que esta venda de bombas inteligentes siga sem pressionar Israel a concordar com um cessar-fogo abre caminho para mais carnificina", afirmo ao jornal um deputado do partido, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara.

Os esforços diplomáticos por um cessar-fogo, apoiados por Biden, são liderados pelo presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, e pelo rei da Jordânia, Abdullah II. De acordo com diplomatas ouvidos pelo Washington Post, no entanto, o governo israelense até agora recusou a mediação. Eles disseram que o comando militar e político de Israel pretendem causar o máximo de danos à infraestrutura do Hamas antes de aceitar uma trégua. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (17) que é a favor de um cessar-fogo no confronto s entre israelenses e palestinos, mas se absteve de exigir abertamente uma trégua.

No telefonema com o primeiro-ministro israelense, "o presidente expressou seu apoio a um cessar-fogo e discutiu o compromisso dos Estados Unidos com o Egito e outros parceiros com esse objetivo", informou a Casa Branca.

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Biden tem resistido a se juntar a outros líderes mundiais e a grande parte de seu próprio partido democrata para pedir publicamente um cessar-fogo imediato em Israel.

Em um comunicado, a Casa Branca informou que o presidente reiterou o que tem sido sua mensagem principal até agora: "seu forte apoio ao direito de Israel de se defender de ataques indiscriminados com foguetes".

O presidente americano "encorajou Israel a fazer todos os esforços para garantir a proteção de civis inocentes", segundo o comunicado.

A Casa Branca, no entanto, evitou condenar qualquer aspecto dos ataques militares israelenses em andamento, afirmando que o aliado próximo dos Estados Unidos tem o direito de responder pela força aos foguetes lançados pelo Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Algumas autoridades americanas sugeriram que opiniões mais críticas estão sendo transmitidas em privado.

O papa Francisco fez um apelo neste domingo (5) para a adoção de um cessar-fogo global imediato "rápido e efetivo", em cumprimento do pedido da ONU, para facilitar a luta contra a pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2. "É louvável o apelo por um cessar-fogo global e imediato, que permitiria a paz e a segurança indispensáveis para fornecer a assistência humanitária, tão urgentemente necessária", afirmou o Pontífice, após a oração do Angelus, no Vaticano.

O apelo foi feito após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, na última quarta-feira (1º), por unanimidade, uma resolução que pede um cessar-fogo global para facilitar a ajuda humanitária no combate à Covid-19. Em sua mensagem, o argentino recordou as "consequências devastadoras" da pandemia, principalmente em regiões já vulneráveis a conflitos, e disse esperar que a medida "seja implementada de maneira eficaz e rápida para o bem das pessoas que sofrem".

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"Que esta resolução do Conselho de Segurança se torne um primeiro passo, corajoso, em direção a um futuro de paz", apelou. O pedido de Francisco reforça os apelos feitos pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pela Assembleia Geral da ONU. O texto da resolução, aprovado após mais de três meses de negociações, apoia uma "pausa humanitária de pelo menos 90 dias consecutivos" para facilitar a assistência internacional às populações. 

Da Ansa

Os dois líderes rivais líbios começaram a negociar um acordo formal de cessar-fogo nesta segunda-feira (13), em Moscou. O chefe do Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, Fayez al-Sarraj, e o marechal Kalifa Haftar, que controla o leste do país, viajaram para a capital da Rússia, mas não se encontraram.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, anunciou que Sarraj já assinou o acordo, enquanto o marechal Haftar pediu um pouco mais de tempo para tomar uma decisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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As duas partes que se enfrentam no sangrento conflito na Líbia aceitaram um cessar-fogo que começou a ser aplicado nas primeiras horas deste domingo (12), após semanas de intensos esforços diplomáticos da Rússia e da Turquia em favor de uma trégua, para impedir que o país se torne uma "segunda Síria".

Este país do norte da África, rico em petróleo, tem sido palco de confrontos e está mergulhado no caos desde que uma intervenção militar internacional derrubou em 2011 a longa ditadura do coronel Muammar Khadafi.

Desde abril do ano passado, o Governo da União Nacional (GNA), com sede em Trípoli e reconhecido pela comunidade internacional, tem sido alvo das forças leais ao marechal Khalifa Haftar, que controla o leste do país.

Na noite de sábado (11), o marechal Haftar anunciou um cessar-fogo que entraria em vigor à meia-noite, após um apelo conjunto neste sentido dos presidentes russo, Vladimir Putin, e turco, Recep Tayyip Erdogan.

As forças do marechal alertaram em uma breve declaração que "a resposta será dura se o lado oposto violar a trégua", referindo-se às tropas do GNA.

Pouco depois, em comunicado, o líder do GNA, Fayez al-Sarraj, anunciou um cessar-fogo que entraria em vigor a partir das primeiras horas do domingo.

Ele também enfatizou o "direito legítimo" de suas forças de "responder a qualquer ataque ou agressão do lado oposto".

Depois da meia-noite, ou seja, após a entrada em vigor dessa trégua, tiros ainda eram ouvidos no centro de Trípoli, sede do GNA, mas depois a calma foi estabelecida na parte sul da capital, onde as forças do GNA resistem desde abril à ofensiva das forças de Haftar.

A missão da ONU no país comemorou a trégua e pediu que as partes façam "esforços em favor do diálogo".

Desde o início da ofensiva de Haftar, mais de 280 civis e 2.000 combatentes morreram, segundo a ONU. Além disso, cerca de 146.000 líbios foram deslocados pelos combates.

- "Segunda Síria" -

A entrada em vigor deste cessar-fogo ocorre após importantes esforços diplomáticos liderados por Ancara e Moscou.

Na quarta-feira, Erdogan e Putin pediram em Istambul que essa trégua fosse estabelecida.

Especificamente, a Turquia pediu à Rússia para convencer Haftar a respeitá-la.

Ancara enviou militares em janeiro para apoiar o GNA, enquanto a Rússia é suspeita, apesar de negar, de apoiar as tropas de Haftar, que também tem o apoio dos Emirados Árabes Unidos e do Egito.

Os países da Europa e da África do Norte lançaram uma ofensiva diplomática para tentar impedir a Líbia de se tornar uma "segunda Síria".

Os governos europeus temem que grupos islâmicos e traficantes de migrantes se estabeleçam neste país, aproveitando-se do caos que reina desde a morte de Khadafi.

No sábado, a Líbia foi um dos temas centrais das discussões entre Putin e a chanceler alemã Angela Merkel em Moscou.

A chanceler alemã disse que quer organizar uma reunião internacional sobre a Líbia em Berlim em breve, com o apoio da ONU para ajudar o país a se tornar "soberano novamente e recuperar a paz".

Mas a Rússia e a Turquia emergiram como as verdadeiras potências influentes na crise líbia, apesar de supostamente apoiarem lados diferentes.

Putin negou, porém, que seu país seja um defensor do marechal Haftar. "Se há russos, eles não representam os interesses do Estado russo e não recebem dinheiro de nós", garantiu.

Os Estados Unidos, descontentes com o crescente envolvimento de Moscou na Líbia, denunciaram no sábado o "destacamento de mercenários russos (...) e combatentes sírios apoiados pela Turquia" em comunicado de sua embaixada.

Os talibãs afirmaram nesta segunda-feira (30) que não têm planos de implementar um cessar-fogo no Afeganistão, após os rumores sobre um potencial acordo depois de mais de 18 anos de guerra.

"Nos últimos dias, alguns meios de comunicação publicaram informações sobre um cessar-fogo (...) O fato é que o Emirado Islâmico do Afeganistão não tem planos de cessar-fogo", afirma o grupo em um comunicado.

O texto acaba com qualquer esperança de que as negociações em curso dos talibãs com o governo dos Estados Unidos possam acabar com a violência em um país marcado por um longo conflito.

Os combates prosseguem, apesar das negociações de Washington com os talibãs, em uma tentativa de reduzir a presença de tropas americanas no país em troca de concessões dos insurgentes para melhorar a segurança.

O Afeganistão também sofre com a incerteza política depois que as autoridades anunciaram os resultados preliminares das eleições presidenciais, nas quais o atual chefe de Estado Ashraf Ghani está bem posicionado para obter um novo mandato.

A análise das mais de 16.000 denúncias por irregularidades nas eleições de setembro adiou o anúncio dos resultados definitivos.

Os talibãs consideram Ghani um aliado americano e se recusam a negociar com seu governo, o que provoca o temor de prosseguimento dos combates contra as forças afegãs mesmo em caso de acordo para a retirada das tropas dos Estados Unidos.

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