Jovens vivem drama do futuro incerto no trabalho

Pesquisa mostra que exigência de experiência anterior, poucas oportunidades e falta de confiança estão entre os maiores problemas

sex, 05/01/2018 - 17:43
Catho/Internet Geração Y encara desafios no mercado de trabalho Catho/Internet

Estudo desenvolvido pelo McDonald’s, que ouviu 1,8 mil jovens em cinco países -  Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru -, aponta para a necessidade de as empresas melhorarem sua comunicação com os jovens e identifica as principais barreiras que eles encontram na hora de procurar emprego. Os problemas mais comuns que a juventude experimenta são a exigência de experiência anterior, falta de oportunidades e falta de confiança na sua geração. 

A Geração Y, também conhecida como Geração do Milênio, segundo o teórico canadense Don Tapscott, é formada pelas pessoas que nasceram entre os anos de 1980 e 1990. Esses indivíduos vivem na era do imediatismo e da velocidade de informações, o que reflete diretamente na forma como constroem suas vidas e carreiras. Os jovens da Geração Y, chamados de millennials, estão intensamente ligados à tecnologia e ao mundo globalizado.

Segundo a pesquisa, oito em cada dez jovens confiam em seus próprios talentos e habilidades, mas apenas um terço considera que a sociedade acredita nas capacidades e talentos de sua geração. "Os jovens brasileiros esperam que a sociedade confie mais neles neste momento, e não em um futuro distante. Eles querem se sentir inseridos e saber que pertencem a algo maior", disse Ilton Teitelbaum, professor-adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e coordenador do estudo. "Confiar, para esse jovem, envolve uma via de duas mãos: exige-se alguma coisa, mas, também, se entrega alguma coisa. Ele entrega desempenho, mas quer acreditar na causa que está por trás disso", analisou.

Inovação é a palavra-chave, para a estudante de Jornalismo Laura Lemos. A jovem conta que seu maior desejo após se formar é montar uma empresa de comunicação e fazer a diferença na área. "Eu espero ser muito bem-sucedida na minha área, espero ter uma empresa própria de jornalismo que realmente mude alguns conceitos que já deviam ter mudado, mas ainda persistem. Eu quero fazer a diferença", afirma Laura.

A jovem Raissa Castelo, estudante de Pedagogia, tem esperança em construir um futuro mais próspero. Raissa afirma que deseja crescer no mercado de trabalho e contribuir para a sociedade atuando em sua área. "Eu enxergo como uma oportunidade de atuar na sociedade e poder contribuir com o meu trabalho, além de ser uma forma de manter uma vida boa e poder dar um bom futuro para minha filha", diz.

Uma característica de alguns jovens, segundo a pesquisa, é que eles são imediatistas, acham que as coisas se resolvem rapidamente, e que os resultados também são imediatos. Quando não conseguem, algumas vezes se frustram. É quando se faz necessário o apoio da família e de profissionais. “A questão do preparo psicológico, eu vejo que as escolas e faculdades podem exercer um papel muito importante, disponibilizando psicólogos que, trabalhando junto com o professor e a família, formam um trabalho de conjunto e parceria, que ajuda a sarar essas frustações”, afirma a pedagoga Ana D’arc.

A estudante de enfermagem Nathália Cantuária diz que o futuro do Brasil pode interferir no seu futuro profissional. Para ela, a questão econômica e social interfere diretamente na sua profissão e dificulta o crescimento do país.Questões econômicas e sociais interferem exatamente na valorização da profissão e dificultam o seu crescimento. Questões políticas também causam muitas dissensões entre os profissionais, o que dificulta o processo de luta por direitos e representatividade”, conta Nathália.

Já a estudante de Medicina Evelyn Faustino acredita que o futuro do Brasil depende de um verdadeiro investimento em educação, para que as pessoas tenham mais possibilidades de entrar no mercado de trabalho e alcancem a qualificação necessária. “Infelizmente o país está com uma condição cada vez mais precária de acesso às oportunidades, principalmente quando se diz respeito à educação”, fala Evelyn. Veja vídeo abaixo.

Por Maria Clara Silva e Kalylle Isse.

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