Marielle Franco foi assassinada na última quarta (15), no Rio de Janeiro Reprodução/Twitter

O delegado Jorge Ferreira, que estava à frente da Delegacia da Mulher, no Recife, foi afastado do cargo na manhã deste domingo (18) em virtude da publicação, em uma rede social, a respeito do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou o afastamento e declarou não compactuar com o teor das mensagens do delegado. Jorge Ferreira dava plantão na Delegacia da Mulher de Santo Amaro há cerca de um mês.

Em sua postagem, Jorge escreveu: "Se envolve com o narcotráfico, vira mulher de bandido, troca de facção criminosa, é assassinada pelos 'mano', aí vem a esquerda patética por a culpa nas instiuições policiais. Detesto bandido e quem os defende odeio ainda mais".  Logo após o anúncio do afastamento, Jorge publicou um vídeo alegando ter sido 'invadido' em seu perfil do Facebook: "Ou alguém entrou no meu Face e fez isso, ou nem entrou, só printou uma foto minha e fez isso. Procurem averiguar isso direitinho, estou disposto a qualquer situação, para falar com quem quer que seja."

Através de sua assessoria, a Secretaria de Defesa Social informou que Jorge Ferreira não exercia cargos de chefia ou coordenação na unidade em que dava plantão e que, apos encaminhamento das suas postagens à Corregedoria Geral da SDS, estava sendo afastado de suas funções. A nota informou, também, que o teor das declarações do delegado é incompatível com o posicionamento do Governo do Estado e da própria SDS. 

Confira a nota da SDS na íntegra:

O delegado Jorge Ferreira foi afastado do plantão da Delegacia da Mulher, em decorrência de declarações publicadas a respeito do bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco, em uma rede social. Há apenas um mês, ele dava plantões na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, sem exercer cargos de chefia ou coordenação na unidade. O conteúdo da postagem foi encaminhado à Corregedoria Geral da SDS, que iniciou uma investigação preliminar. Verificando-se a procedência da apuração, será instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), no qual o servidor terá direito à ampla defesa e ao contraditório. Até a conclusão da investigação, o servidor ficará à disposição do setor de recursos humanos da PCPE.

O teor das afirmações é incompatível com o posicionamento do Governo, da Secretaria de Defesa Social e da Polícia Civil, que prezam e focam todos os seus esforços na preservação da vida, proteção dos cidadãos, tolerância e paz social.

Governo do Estado de Pernambuco

Secretaria de Defesa Social de Pernambuco

Polícia Civil de Pernambuco