Protesto: Cedae pede que população economize água no RJ
Caminhoneiros protestaram na Avenida Brasil e nas rodovias Presidente Dutra e Washington Luís. Desabastecimento também afeta transporte público na cidade
RIO DE JANEIRO - A Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Ceade) emitiu um alerta para que a população economize água durante a mobilização dos caminhoneiros. Segundo a companhia, a paralisação nas estradas do país pode afetar a entrega de produtos químicos necessários para a produção de água.
"Devido aos bloqueios de carretas nas estradas em todo Brasil, o Governo do Estado e a Cedae estão em contato com os fornecedores de produtos químicos e órgãos competentes a fim de evitar que haja atrasos e interrupção no fornecimento dos mesmos e, dessa forma, visa garantir o tratamento de água nas estações operadas pela Companhia", diz a nota divulgada pela Cedae.
"No momento, a dificuldade de entrega está causando baixa no estoque dos produtos químicos. A Cedae permanecerá agindo para que suas atividades de produção continuem sem interrupção, no entanto, pede à população que economize água até que seja restabelecida a normalidade na entrega dos produtos químicos necessários e fundamentais ao tratamento", alertou a companhia.
A Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia, restringiu a circulação das equipes de atendimento na cidade por conta da falta de combustíveis para abastecer as viaturas. De acordo com a assessoria de imprensa, o plano de contingência está priorizando os serviços considerados essenciais, como hospitais, delegacia e escolas; além de casos emergenciais, que oferecem riscos aos clientes.
Mobilidade comprometida
O serviço de ônibus da capital carioca foi o mais afetado com o desabastecimento de combustíveis na cidade. De acordo com o Rio Ônibus, sindicato responsável pelo setor, cerca de 57% da frota estava circulando por volta das 16h. Em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, apenas 41% dos ônibus estão rodando, sendo a região mais prejudicada.
A situação dos coletivos se complicou nesta quinta-feira (24), já que cerca de 80% da frota conseguiu circular ontem (23), segundo o sindicato. A Secretaria Municipal de Transportes recebeu ofícios do Rio Ônibus comunicando que as empresas não estavam recebendo diesel nas garagens. O sindicato ainda solicitou o apoio da Prefeitura para viabilizar a escolta de carretas de combustível às garagens.
Por conta disso, a secretaria recomendou aos usuários de transporte público que os deslocamentos sejam feitos prioritariamente por metrô, trem e VLT. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio também está monitorando os impactos causados pela mobilização dos caminhoneiros, já que houve protestos nas rodovias Washington Luís e Presidente Dutra, além da Avenida Brasil.
A concessionária CCR Barcas também adotou medidas de contingência para minimizar o impacto no transporte aquaviário até a próxima segunda-feira (28). Na linha Arariboia, o serviço será interrompido no fim de semana (26 e 27 de maio), e nas linhas Charitas, Paquetá e Cocotá, haverá o cancelamento de algumas viagens. As medidas vão gerar uma redução de 8% no número de travessias realizadas pela concessionária.
A falta de combustível, entretanto, não afetou os voos que saem do Aeroporto Galeão, na Ilha do Governador, já que o aeroporto é abastecido diretamente por dutos da Petrobras. A expectativa é que o combustível seja levado para o Aeroporto Santos Dumont, na região central, cuja capacidade de abastecimento foi comprometida.