Tópicos | Cedae

Após realizar em abril um leilão que concedeu à iniciativa privada parte dos serviços da Cedae, a estatal de água e esgoto, com arrecadação de R$ 22,7 bilhões, o governo do Rio quer fechar 2021 com mais uma concessão bilionária. A licitação do bloco remanescente do leilão de abril poderá envolver em torno de R$ 7,5 bilhões, entre taxas para os governos e investimentos em obras, disse o secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione. O governo pretende fazer o leilão ainda este ano.

A concessão foi oferecida ao mercado em quatro blocos nos leilões de abril. O bloco 3 terminou sem interessados. Era formado por bairros da zona oeste da capital e seis cidades do interior. A área foi oferecida por um mínimo de R$ 3,5 bilhões. Com a falta de interessados, o projeto foi reformulado e cresceu, com a inclusão de mais cidades.

##RECOMENDA##

Agora, o projeto inclui 18 municípios do interior. O governo estadual ainda pretende incluir Angra dos Reis, no litoral sul. Com Angra, o projeto de concessão passaria a alcançar cerca de 3 milhões de pessoas, exigindo cerca de R$ 5 bilhões em obras. O valor mínimo de outorga deverá passar para R$ 2,6 bilhões. Em abril, Estado e prefeituras fluminenses levantaram R$ 22,7 bilhões, bem acima dos R$ 10,6 bilhões mínimos.

Esses valores estarão no edital de concessão do novo bloco, a ser publicado no início de novembro. O edital passará antes por um período de consulta pública, no mês que vem. Miccione garante que o leilão será realizado em 29 de dezembro.

A reformulação do bloco 3 no novo projeto mais encorpado é, na verdade, uma volta às origens. No modelo original, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), todos os 64 municípios fluminenses atendidos pela Cedae estariam na concessão. Só que, no saneamento, o poder concedente é o município. Ou seja, depende de decisão das prefeituras, e isso foi um obstáculo para o governo estadual.

No fim das contas, 35 cidades, incluindo a capital, entraram nos quatro blocos leiloados em abril. As maiores cidades que ficaram de fora foram Angra dos Reis, Teresópolis, na região serrana, e Macaé, no litoral norte. Juntos, os três municípios receberiam R$ 1,9 bilhão em investimentos.

O novo bloco a ser leiloado em dezembro cresceu porque cidades menores voltaram atrás na decisão. Teresópolis manteve sua decisão porque preferiu lançar uma concessão própria. O edital deve ser publicado esta semana, disse a assessoria de imprensa da prefeitura. O projeto exige R$ 360 milhões em obras.

Macaé ainda não confirmou a adesão com o governo estadual. Os serviços de coleta e tratamento de esgoto da cidade são operados pela BRK Ambiental, numa parceria público-privada (PPP).

Segundo Miccione, é possível incluir mais municípios no novo projeto até outubro, nem que seja preciso atrasar em "um ou dois dias" a publicação do edital. O secretário demonstra esperança na negociação com Angra, mas, em agosto, o prefeito da cidade, Fernando Jordão (MDB), mandou ofício para o governador Cláudio Castro (PL) "declinando" do convite para aderir ao projeto.

Desde o início do processo de concessão, as autoridades de Angra têm indicado a opção de partir para uma concessão independente. Em torno de 75% da área da cidade turística do litoral sul são atendidos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Angra (Saae), autarquia municipal criada em 2002. A Cedae opera na distribuição de água de 25% do território, com destaque para a região central, de melhor infraestrutura.

A ideia da prefeitura, segundo o presidente do Saae, Felipe Larrosa, é romper de vez com a Cedae e passar toda a gestão de água e esgoto para a autarquia. "O nosso sentimento é que Angra, sozinha, se paga ao longo de 35 anos de concessão", afirmou o presidente do Saae.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro avaliou o leilão de concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) como um marco na história e economia do País. O chefe do Executivo e ministros participaram nesta sexta-feira, 30, do certame, que ocorreu em São Paulo na sede da B3.

"Esse é o momento que marca a nossa história, a nossa economia. O governo voltado para a liberdade de mercado, na confiança dos investidores e na crença que o Brasil pode ser diferente", disse. Em seguida a sua fala, o presidente fez a tradicional batida de martelo que encerrou a cerimônia.

##RECOMENDA##

O leilão foi centro de uma polêmica e batalha judicial sobre a sua realização. Ontem, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou um decreto legislativo para suspender o pregão.

A medida, contudo, foi derrubada nesta manhã pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), que suspendeu o decreto.

O próprio governo do Estado já havia, ainda ontem, editado um outro decreto para garantir a realização do leilão de concessão dos serviços de água e esgoto no Rio.

Como o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou, o leilão levantou R$ 22,689 bilhões, com a Aegea como vencedora dos blocos 1 (Zona Sul e mais 18 municípios) e 4 (Centro e Zona Norte mais 8 municípios), por R$ 8,2 bilhões e R$ 7,203 bilhões, respectivamente, enquanto a Iguá Saneamento levou o Bloco 2 (Barra da Tijuca, Jacarepaguá e mais dois municípios), por R$ 7,286 bilhões. O bloco 3 não teve interessados.

Na tarde desta sexta-feira (30), a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi recebida a ovadas por manifestantes que estavam em frente ao prédio da Bolsa de Valores de São Paulo. O grupo, junto com o presidente, participou do leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae). 

O leilão tratou da concessão dos serviços de saneamento em 35 cidades do Estado do Rio de Janeiro. 

##RECOMENDA##

Centenas de manifestantes, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram os responsáveis pelo ato político contra o governo Bolsonaro e a forma que conduz a pandemia.

Segundo o G1, os presentes gritavam palavras de ordm e chamaram o presidente de "genocida", lembrando as mais de 400 mil mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil. Alguns apoiadores do presidente também estavam no local e reagiram ao protesto chamando Bolsonaro de "mito". A Polícia Militar acompanhou a manifestação. 

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), empresa responsável pela distribuição de água no Grande Rio, divulgou uma nota nessa quinta-feira (28) informando que a água tratada pela estação de tratamento do Guandu, que abastece grande parte da região metropolitana, está dentro dos padrões de potabilidade de consumo, apesar da presença de geosmina (substância produzida por algas e bactérias que tem cheiro de terra).

Segundo a empresa, análises mostraram traços de geosmina em níveis muito baixos, o que explica alterações no gosto e odor. Ainda assim, a Cedae afirma que a água tratada em Guandu atende aos parâmetros do Ministério da Saúde.

##RECOMENDA##

“O aumento da dosagem de carvão ativado utilizado de forma contínua na entrada da estação atua na remoção da geosmina/Mib. A Cedae também monitora a quantidade e espécies de algas na lagoa e aplica a argila ionicamente modificada com o objetivo de diminuir a proliferação das algas no local. Além da adoção desses protocolos, a Companhia solicitou aos laboratórios a redução do prazo no envio dos resultados de concentração de geosmina/Mib e gosto e odor, o que confere mais agilidade na operação de controle de qualidade”, diz a nota.

Moradores da parte baixa da favela da Rocinha, na zona sul do Rio, estão enfrentando problemas no abastecimento de água há pelo menos oito dias. O motivo seria um vazamento, que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) não consegue localizar. Sem previsão de conserto, o jeito está sendo fornecer água aos moradores por intermédio de carros-pipa.

Em nota, a Cedae admitiu dificuldades em resolver o problema. "A companhia vem atuando ininterruptamente na região desde a última sexta-feira (17/07) a fim de identificar vazamento encoberto que estaria reduzindo o abastecimento. No entanto, interferências como construções sobre as redes da Companhia aumentam o grau de complexidade do trabalho", informou a companhia.

##RECOMENDA##

No fim da tarde quarta-feira, 23, moradores da Rocinha fizeram um protesto na Autoestrada Lagoa-Barra, que passa em frente à comunidade. Parte da via chegou a ficar bloqueada.

O presidente demitido da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Hélio Cabral, se esquivou nesta terça-feira (11) de responder a parlamentares, em audiência pública conjunta de cinco comissões permanentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) para discutir a crise hídrica no estado. Cabral disse que não se sentia confortável para responder as perguntas e, diante da revolta dos parlamentares e do público que ocupava as galerias, saiu apressado, causando indignação.

“Estou aqui em respeito aos senhores e a essa Casa tão importante do estado, no entanto, não me sinto confortável para responder as perguntas dos senhores e senhoras que, acredito, deverão ser feitas ao meu sucessor. Faço questão de agradecer publicamente ao governador Wilson Witzel por confiar em mim a direção dessa companhia, responsável por serviço tão importante para a saúde, qualidade, vida e dignidade de cada um dos cidadãos. Muito obrigado também a cada um dos senhores parlamentares”, afirmou.

##RECOMENDA##

“O senhor não pode fazer isso não doutor Hélio. É uma falta de respeito a esse parlamento e aos cidadãos do estado do Rio de Janeiro”, disse o deputado Gustavo Schmidt (PSL/RJ), que presidia a audiência.

Durante a audiência, parlamentares fizeram discursos e mostraram preocupação com o tempo que ainda vai levar para a população receber uma água de qualidade. Outros questionaram o motivp de a Cedae não ter feito investimentos básicos, como a utilização do carvão ativado e da argila ionicamente modificada na lagoa próxima à área de captação da Estação de Tratamento de Água do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os procedimentos só foram adotados após o aparecimento da substância geosmina que deixou a água sem qualidade, com gosto de terra, cor amarelada e mau cheiro.

Deficiências

O ex-presidente da Cedae, demitido ontem pelo governador do Rio Wilson Witzel, começou um longo relato das atividades da companhia e disse que a contratação dos equipamentos para a utilização do carvão ativado custou R$ 1 milhão. Ele destacou, em vários momentos, as deficiências que encontrou na empresa ao assumir o cargo, em janeiro do ano passado.

Segundo Cabral, a Estação de Tratamento do Guandu tem equipamentos obsoletos com mais de 60 anos de uso. “Não existe no mundo empresas operando com equipamentos tão velhos”, afirmou, acrescentando que sua administração procurou melhorar as condições da empresa.

“O que fizemos neste ano [desde a posse] foi preparar projetos para modernizar a estação.” Ele apontou ainda o alto valor de indenizações trabalhistas que a companhia tem que pagar.

“O que temos hoje é que o dinheiro sangra na Cedae, sangra nas ações trabalhistas, sangra nos altos salários”, disse, recebendo vaias do público presente. Para ele, esse dinheiro poderia ser usado em investimentos.

CPI

Depois de meia hora de apresentação, Cabral foi interrompido pelo presidente da mesa, que pediu que para ele começar a responder as perguntas dos parlamentares. Cabral pediu, então, para fazer o pronunciamento em que concluiu com declaração de que não daria as respostas.

Cabral disse que o Rio de Janeiro tem um déficit histórico em saneamento básico, agravado nos últimos 40 anos devido ao crescimento desordenado das cidades. Segundo ele, a Baixada Fluminense tem uma das mais baixas taxas de esgotamento sanitário do país.

Para o deputado Luiz Paulo (PSDB/RJ), a saída apressada de Cabral do plenário representou uma "fuga" para não dar as explicações.

“Foi um ato de covardia. Trata-se de um fujão e, ao mesmo tempo, uma confissão de culpa da péssima gestão que ele fez a frente da Cedae, e acabou gerando a maior das crises que já vi, de falta de qualidade no fornecimento da água”, afirmou.

O parlamentar, um dos autores do pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Cedae na Alerj, disse que a atitude de Cabral vai agilizar a aprovação da CPI, porque reduzirá a resistência de parlamentares não assinaram a lista de criação.

Para a deputada Renata Souza (PSOL/RJ), o ato de Cabral foi o que precisava para a instalação da CPI.

“Hélio Cabral deu a última assinatura na CPI da Cedae, aqui na Alerj. O governador acaba de dar um tiro de bazuca no pé. Afinal de contas, ele trouxe o Hélio Cabral aqui para defendê-lo, e ele, na verdade. só justifica a necessidade da CPI. Desrespeito com o legislativo e com a população do Rio de Janeiro”, defendeu.

O deputado Gustavo Shmidt, que também é integrante da base do governo na Alerj, adiantou que vai assinar a lista.

“Ele conseguiu, com essa atitude covarde de fugir, juntar a situação e a oposição em prol de uma CPI”, disse, completando que não chegou a ser contra a CPI, mas acreditava que a questão pudesse ser resolvida em audiência pública, o que não ocorreu.

Contraproposta

A coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio, Patrícia Cardoso, adiantou que na quarta-feira (12) o órgão deve receber a contraproposta da Cedae à Defensoria em busca de acordo para ressarcimento aos consumidores. Par sexta-feira, está prevista uma reunião no Palácio Guanabara, com o governador Wilson Witzel, para concluir as discussões e tentar fechar o acordo.

“Estamos com muita esperança de construir um consenso e implementar o ressarcimento aos consumidores o quanto antes.”

A defensora disse ainda que a negociação é sigilosa e, por isso, não poderia revelar os valores das indenizações.

Segundo a defensora, se o acerto não for feito, em parceria com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrará com uma ação na Justiça. “Se efetivamente não consigamos chegar a um acordo, ajuizaremos uma ação de ressarcimento dos danos em ação coletiva ainda no início da semana que vem”, afirmou.

 

As escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) iniciam o ano letivo de 2020 nesta segunda-feira (10) e, segundo o órgão, não houve compra de água mineral para o uso dos alunos. Conforme a secretaria, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) “enviou laudo técnico de potabilidade atestando que a água do sistema Guandu está própria para o consumo e que a distribuição está normalizada”.

A Secretaria Estadual de Educação informou ainda em resposta à Agência Brasil, que determinou, por comunicado interno, que todas as unidades realizassem a limpeza de seus sistemas internos (caixas d’água, cisternas e filtros) antes do início do ano letivo.

##RECOMENDA##

As unidades de ensino da rede pública vão receber mais de 665 mil estudantes matriculados em unidades de ensino da rede pública, mas as aulas no Colégio Estadual Paulo de Frontin, no bairro Rio Comprido, zona norte do Rio, vão começar no dia 17 de fevereiro. Nos colégios estaduais Mato Grosso, em Irajá; Rodrigo Otávio Filho, em Vaz Lobo; Afonso Pena, na Tijuca, todos também na zona norte, e Deborah Mendes de Morais, em Pedra de Guaratiba, na zona oeste, além dos 11 colégios estaduais vocacionados ao ensino cívico-militar, que serão inaugurados em breve, iniciam as aulas em março.

Todos os alunos da rede estadual vão receber os uniformes. De acordo com a Seeduc, a distribuição gratuita estava suspensa há dez anos. Pelos cálculos do órgão, serão mais de 2 milhões de camisas, sendo duas de golas polo e uma camiseta para atividade esportiva. O desenho foi desenvolvido pelos estudantes e escolhido por meio de votação da comunidade escolar.

Outra mudança nas escolas da rede estadual é para enfrentar o calor. A secretaria começou a troca e instalação de novos aparelhos de ar-condicionado nas unidades. Ao todo, segundo a Seeduc, são cerca de 24 mil equipamentos comprados que estão sendo encaminhados para as escolas. “Até o primeiro semestre deste ano, a previsão é que todas as 1.222 escolas estejam totalmente climatizadas”, garantiu o órgão.

O governador do Rio, Wilson Witzel, disse que as medidas resultam de ações realizadas em 2019 e prometeu mais investimentos estaduais neste ano. “Neste ano letivo, os estudantes vão se deparar com uma realidade diferente. Em 2019 muitas ações foram realizadas e, neste ano, mais investimentos serão feitos para melhorar a qualidade de ensino e infraestrutura das escolas”, disse Witzel.

O secretário de Estado de Educação, Pedro Fernandes, disse neste ano letivo serão investidos R$ 160 milhões na aquisição de mobiliários e outros equipamentos e de 73 mil novos computadores. Fernandes informou ainda que será ampliado o número de escolas com turmas em tempo integral, saindo de 268 para 600.

“Além disso, a Seeduc vai ampliar o número de escolas no modelo intercultural, implementará unidades com vocação em arte, cultura, esporte e línguas estrangeiras”, disse.

 

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio (Cedae) anunciou no início da manhã que irá retomar ainda nesta terça-feira (4) a produção de água potável na Estação de Tratamento de Guandu, que havia sido interrompida no fim da tarde de segunda-feira (3). Nas redes sociais, moradores de alguns bairros das zonas norte e oeste do Rio já reclamavam que estavam sem água nas torneiras.

A suspensão da produção ocorreu após a Cedae ter identificado, por meio de análise laboratorial, a presença de detergentes na água bruta que chega à Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu. A diretoria de Saneamento e Grande Produção da Cedae decidiu, então, fechar as comportas da entrada do canal principal da estação. Segundo a Cedae, o detergente fora arrastado para o sistema pelas fortes chuvas registradas na região metropolitana do Rio desde a noite de domingo, 2.

##RECOMENDA##

Nesta terça, a Cedae anunciou a retomada e ressaltou que "a interrupção foi necessária para assegurar a qualidade da água". Segundo a companhia, o abastecimento será retomado de forma gradual.

Algas

O Estado do Rio de Janeiro enfrenta problemas com a água desde o início de janeiro devido à presença de geosmina, um composto orgânico formado pela proliferação de algas, que deixa a água com cheiro e gosto de terra.

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro poderá indenizar os consumidores que foram prejudicados com o abastecimento, desde o início do mês, de água com cheio ruim, cor amarelada e gosto de terra. A informação é do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que realizou nesta sexta-feira (31) reunião com a direção da empresa. Também participaram da reunião representantes da Defensoria Pública do Estado.

##RECOMENDA##

Ainda conforme o MPRJ, os valores e a forma do ressarcimento começaram a ser discutidos no encontro, na sede do MPRJ, no centro da cidade. “O entendimento prévio é que a compensação poderá ser feita por meio de desconto na conta”, informou o Ministério Público.

Segundo o MPRJ, a reunião veio após um ofício encaminhado na semana passada à Cedae pelo Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública. No documento, a Nudecon pedia uma série de informações sobre a qualidade da água para avaliar a extensão dos danos causado à população que pudessem servir de base para a indenização. Um dos dados solicitados era o número de reclamações recebidas pelo serviço de atendimento ao cidadão desde o início do problema.

Agora, o acordo vai ser redigido para depois ser encaminhado à Cedae. A coordenadora do Nudecon, Patrícia Cardoso, disse que está confiante na conclusão das negociações em 10 dias. Patrícia elogiou o fato de a Cedae de ter se posicionado a favor da indenização pela via extrajudicial. “A Cedae compreendeu que efetivamente houve um dano aos consumidores e se mostrou sensível ao desconto na conta”, disse à Agência Brasil.

De acordo com Patrícia, o encontro serviu para esclarecer os fatos, o que vai permitir o andamento do processo para efetivar um acordo para ressarcimento dos danos causados aos consumidores. “Não vou dizer que hoje, com essa primeira reunião, já está garantida a indenização aos consumidores por acordo, mas a reunião foi boa. A ideia do ressarcimento foi recebida de forma tranquila e viável, então. Então, estou confiante na celebração do acordo”, afirmou a defensora pública. Ela enfatizou que, no encontro, a Cedae não descartou a possibilidade de acordo com os consumidores.

Além do presidente da Cedae, Hélio Cabral, e do assessor jurídico da companhia, Roberto Hugo Lins, participaram da reunião o presidente da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio, Luigi Eduardo Troisi; o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e Contribuinte do MPRJ, Christiane Cavassa Freire, e o titular da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte – Comarca da Capital, Guilherme Martins. Pela Defensoria, estavam presentes a coordenadora do Nudecon/DPERJ, Patrícia Cardoso, e os subcoordenadores do órgão, Eduardo Chow e Thiago Basílio.

Desde o início da crise, o Nudecon está em contato com o Ministério Público e o Procon, acompanhando os procedimentos abertos por esses órgãos para identificar as causas do problema da qualidade da água.

A Cedae foi procurada pela Agência Brasil, mas, até o fechamento deste texto, não tinha respondido ao pedido da reportagem.

 

A Estação de Tratamento de Guandu, na Baixada Fluminense, começou a ser submetida nesta quinta-feira (23) a uma etapa extra de filtragem de água, com a pulverização de carvão ativado no reservatório. O objetivo é reduzir a presença de geosmina - formada pela proliferação de algas, que deixa a água com cheiro e gosto de terra. Para Márcia Dezotti, especialista da Universidade Federal do Rio (UFRJ), o carvão deve melhorar momentaneamente a qualidade da água, mas é preciso investir em tratamento do esgoto.

Desde o início do ano, a população reclama que a água fornecida pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), estatal que cuida do saneamento no Rio, está com gosto e cheiro de terra. Em alguns bairros, o produto sai turvo da torneira. Para resolver o problema, a Cedae começou essa etapa extra de filtragem. O governador Wilson Witzel (PSC) disse que em, uma semana, a diferença já deve ser sentida pelos consumidores.

##RECOMENDA##

O carvão ativado já é usado regularmente em outros Estados, de forma permanente, como São Paulo. Segundo Márcia, isso já deveria ter sido adotado no Rio há mais tempo. "O carvão não faz milagre, mas melhora a qualidade da água. Momentaneamente resolve, mas vai acontecer de novo", diz Márcia. "A Baixada não trata esgoto. O esgoto é lançado diretamente nos afluentes do Rio Guandu. A qualidade da água que chega à estação é muito ruim. A estação está sobrecarregada."

A Cedae informou que investirá R$ 750 milhões até 2022 para modernizar a estação. A companhia lembrou também que a água que deixa o reservatório atende aos padrões de qualidade do Ministério da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) inicia nesta quinta-feira (23) o tratamento da água na estação do Rio Guandu (ETA Guandu, no Grande Rio) com carvão ativado. A informação foi divulgada pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa).

O carvão ativado será usado para tentar reduzir o odor e gosto de terra provocados pela substância orgânica geosmina e que vêm sendo percebidos na água fornecida pela Cedae, há cerca de três semanas, na região metropolitana da capital.

##RECOMENDA##

A Cedae encaminhou nessa quarta-feira (22) à Agenersa os resultados das análises da qualidade da água tratada pela ETA Guandu. As análises foram feitas entre os dias 9 e 18 deste mês. Segundo a Agenersa, não foram encaminhados os resultados dos testes feitos nos dias 19 e 20, porque a Cedae explicou que eles ainda estão em fase de análise.

A agência informou que os dados da Cedae serão comparados com os resultados das análises realizadas pela Vigilância Sanitária Municipal.

Caso sejam comprovadas falhas nos procedimentos da Cedae, que comprometam a qualidade da água e coloquem em risco a saúde dos usuários, a concessionária pode ser multada em até R$ 5 milhões.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou na terça-feira, 18, por unanimidade, emenda que proíbe a venda de ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). A venda dos papéis da estatal é uma das exigências da União para a implantação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do Estado. Caso não cumpra as exigências estabelecidas, o Rio corre o risco de ter de ressarcir em R$ 18,8 bilhões os cofres federais. O governador Luiz Fernando Pezão (MDB) já anunciou que vai vetar a emenda.

A emenda revoga o artigo da lei de 2017 que permitia a alienação das ações da Cedae. Foi à votação como um "bacalhau" - jargão usado na Alerj para designar uma proposição que é plantada em um projeto com o qual, originalmente, não tinha nenhuma proximidade ou semelhança.

##RECOMENDA##

Ocorrida em meio ao período eleitoral, as galerias da Alerj foram tomadas por servidores da estatal durante a votação. A decisão segue agora para sanção do governador. No início da noite, contudo, Pezão informou que não vai sancionar a emenda aprovada.

"O governador Pezão vai vetar a emenda, por colocar em risco o Regime de Recuperação Fiscal, fundamental para o reequilíbrio fiscal do Rio de Janeiro", declarou a assessoria do governador, em nota ao Estado.

No mês passado, a Alerj já havia aprovado outra medida que ia contra o acordo estabelecido no RRF. Os deputados derrubaram vetos a projetos que concedem aumentos salariais a algumas categorias de servidores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

RIO DE JANEIRO - A Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Ceade) emitiu um alerta para que a população economize água durante a mobilização dos caminhoneiros. Segundo a companhia, a paralisação nas estradas do país pode afetar a entrega de produtos químicos necessários para a produção de água. 

"Devido aos bloqueios de carretas nas estradas em todo Brasil, o Governo do Estado e a Cedae estão em contato com os fornecedores de produtos químicos e órgãos competentes a fim de evitar que haja atrasos e interrupção no fornecimento dos mesmos e, dessa forma, visa garantir o tratamento de água nas estações operadas pela Companhia", diz a nota divulgada pela Cedae.

##RECOMENDA##

"No momento, a dificuldade de entrega está causando baixa no estoque dos produtos químicos. A Cedae permanecerá agindo para que suas atividades de produção continuem sem interrupção, no entanto, pede à população que economize água até que seja restabelecida a normalidade na entrega dos produtos químicos necessários e fundamentais ao tratamento", alertou a companhia.

A Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia, restringiu a circulação das equipes de atendimento na cidade por conta da falta de combustíveis para abastecer as viaturas. De acordo com a assessoria de imprensa, o plano de contingência está priorizando os serviços considerados essenciais, como hospitais, delegacia e escolas; além de casos emergenciais, que oferecem riscos aos clientes.

Mobilidade comprometida

 O serviço de ônibus da capital carioca foi o mais afetado com o desabastecimento de combustíveis na cidade. De acordo com o Rio Ônibus, sindicato responsável pelo setor, cerca de 57% da frota estava circulando por volta das 16h. Em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, apenas 41% dos ônibus estão rodando, sendo a região mais prejudicada. 

 

A situação dos coletivos se complicou nesta quinta-feira (24), já que cerca de 80% da frota conseguiu circular ontem (23), segundo o sindicato. A Secretaria Municipal de Transportes recebeu ofícios do Rio Ônibus comunicando que as empresas não estavam recebendo diesel nas garagens. O sindicato ainda solicitou o apoio da Prefeitura para viabilizar a escolta de carretas de combustível às garagens.

Por conta disso, a secretaria recomendou aos usuários de transporte público que os deslocamentos sejam feitos prioritariamente por metrô, trem e VLT. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio também está monitorando os impactos causados pela mobilização dos caminhoneiros, já que houve protestos nas rodovias Washington Luís e Presidente Dutra, além da Avenida Brasil. 

A concessionária CCR Barcas também adotou medidas de contingência para minimizar o impacto no transporte aquaviário até a próxima segunda-feira (28). Na linha Arariboia, o serviço será interrompido no fim de semana (26 e 27 de maio), e nas linhas Charitas, Paquetá e Cocotá, haverá o cancelamento de algumas viagens. As medidas vão gerar uma redução de 8% no número de travessias realizadas pela concessionária.

A falta de combustível, entretanto, não afetou os voos que saem do Aeroporto Galeão, na Ilha do Governador, já que o aeroporto é abastecido diretamente por dutos da Petrobras. A expectativa é que o combustível seja levado para o Aeroporto Santos Dumont, na região central, cuja capacidade de abastecimento foi comprometida.

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo) suspendeu nesta sexta-feira, 29, a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae). A decisão, em caráter liminar, é da juíza Maria Gabriela Nuti, da 57ª Vara do Trabalho, e prevê multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento.

A magistrada atendeu à ação do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Sintsama). O argumento da entidade é que o processo de privatização infringe o artigo 68, parágrafo 4º, da Constituição Estadual, uma vez que não ofereceu oportunidade aos empregados da Cedae para assumirem o controle da empresa.

##RECOMENDA##

"Na hipótese de privatização de empresa pública ou sociedade de economia mista, mediante expressa autorização legislativa, seus empregados terão preferência, em igualdade de condições, para assumi-las sob a forma de cooperativas", diz o texto da Constituição.

O governo do Rio não se pronunciou sobre o caso, por não ter sido notificado.

Pressionado pelo presidente em exercício Rodrigo Maia, o governo deve assinar hoje à tarde o acordo de recuperação fiscal do Estado do Rio. Na cadeira da Presidência da República, Maia trabalhou intensamente numa ampla articulação política para que os entraves técnicos e burocráticos fossem superados a tempo de o acordo ser homologado por ele em cerimônia no Palácio do Planalto, já que o presidente Michel Temer só retorna ao Brasil de viagem à China na madrugada desta quarta-feira. Na área técnica do Ministério da Fazenda, a preocupação é com a capacidade de o Estado voltar a fechar as contas no azul depois de terminado o socorro do governo federal.

Será o primeiro acordo depois de aprovada a lei que permite ao governo federal socorrer os Estados com elevado endividamento e dificuldade para honrar os compromissos mais básicos, como o pagamento dos salários dos seus servidores.

##RECOMENDA##

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acompanhou ao longo do dia de ontem os últimos acertos para a homologação do acordo, que vai abrir espaço para o governo fluminense receber dinheiro novo com a privatização da Cedae, a empresa estatal de água e esgoto. Um empréstimo bancário será dado ao Estado, que terá o Tesouro Nacional como garantidor da operação.

Os representantes do conselho supervisor que analisa os termos do plano de socorro financeiro, que terá duração de três anos com a possibilidade de prorrogação pelo mesmo período, trabalharam no fim de semana para correr com a aprovação do parecer técnico pelo Tesouro.

Apesar da preocupação técnica, um integrante da equipe garantiu ao Estadão/Broadcast que o programa foi montado com muita segurança para garantir a sustentabilidade das contas do governo fluminense ao final de 2017. De acordo com o fluxo de caixa projetado, a previsão é que já em 2020 o Estado possa apresentar um superávit primário. Essas preocupação, segundo a fonte, não teriam sido manifestadas nas reuniões.

Em meio às negociações para acelerar, técnicos da área econômica ainda mantinham dúvidas em relação à capacidade de recuperação do Estado, que tem uma dívida de R$ 108 bilhões e saldo de restos a pagar de R$ 9,4 bilhões este ano.

Procurado, o Ministério da Fazenda, não quis comentar os pontos pendentes e nem a preocupação de técnicos do governo com os termos do acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.P

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá participar do consórcio de instituições financeiras que emprestará cerca de R$ 3,5 bilhões, como parte do plano de recuperação a ser homologado com a União para tirar o Estado do Rio de Janeiro do buraco. A decisão foi anunciada na segunda-feira, 24, após reunião entre autoridades do governo fluminense, do governo federal e do BNDES, na sede do banco, no Rio.

O empréstimo, que terá garantia da União e será lastreado na privatização da Cedae, a estatal fluminense de saneamento, está previsto no plano de recuperação do Rio desde o termo de compromisso assinado com o governo federal em janeiro. A possibilidade de os Estados em dificuldade financeira buscarem novos empréstimos, tendo privatizações como contrapartida, foi confirmada na lei que criou o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

##RECOMENDA##

Com o empréstimo, o Rio pretende pôr em dia os salários dos servidores públicos - a maioria ainda não recebeu o 13.º salário de 2016. Segundo o secretário de Estado da Fazenda fluminense, Gustavo Barbosa, o Rio deve R$ 2,3 bilhões a ativos, aposentados e pensionistas.

Como, por lei, bancos públicos estão proibidos de emprestar aos governos no caso de os recursos serem usados para despesas de pessoal, a participação do BNDES nos R$ 3,5 bilhões deverá ser pequena, destinada para outras despesas de custeio que não envolvam salários. A maior parte do empréstimo deverá ficar com bancos privados. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse que o BNDES poderá atuar na "organização" da operação de crédito.

Desde que o RRF foi criado, Barbosa tem dito que bancos privados vêm demonstrando interesse na operação. O empréstimo é visto como a maneira mais rápida de injetar recursos nos cofres do Estado em crise. "Eu, pessoalmente, me reuni com mais de uma dezena de bancos, todos eles interessados", disse Barbosa, em entrevista após a reunião no BNDES.

Ainda assim, a reunião desta segunda-feira não chegou a uma definição sobre a privatização da Cedae nem sobre a participação do BNDES na operação de crédito. Nova reunião será realizada sexta-feira.

Moreira disse ainda que a reunião estudou a eventual aquisição, pelo banco de fomento, da Cedae. A diretora da Infraestrutura do BNDES, Marilene Ramos, esclareceu, entretanto, que é pequena a possibilidade de o banco ficar com o controle da estatal. "A possibilidade de o BNDES adquirir a Cedae e se tornar administrador é muito remota", disse a diretora.

Lastro

O secretário Barbosa explicou que as operações não se excluem, como já estava inicialmente desenhado no plano de recuperação fiscal. O empréstimo lastreado nas ações da Cedae seria uma antecipação dos valores a serem obtidos com a privatização - quando privatizasse a estatal de saneamento, o Estado do Rio quitaria a dívida.

A definição do modelo de privatização da Cedae está sendo coordenada pelo BNDES, como o banco de fomento faz com outros Estados que aderiram a seu programa de privatização no setor de saneamento. Mesmo que o BNDES entre com participação acionária, isso ocorrerá apenas no fim do processo, que poderá levar cerca de 12 meses, disse Marilene. Ou seja, o empréstimo garantido nas ações da Cedae é fundamental para o plano de recuperação.

Rodolfo Torres, superintendente da Área de Desestatização do BNDES, ressaltou ainda que, como o banco participa do processo de privatização, sua atuação na operação de crédito com os bancos privados, mesmo que minoritária e com recursos apenas para despesas que não sejam de pessoal, poderá dar credibilidade à operação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), líder da bancada tucana na Assembleia Legislativa do Rio, classificou de "contrassenso" a proposta de vender a Cedae diretamente ao BNDES, para posterior privatização, e disse acreditar que "não passe de uma especulação". O tucano lembrou que o primeiro entrave para que a proposição se torne realidade é a falta de autorização legislativa.

"O projeto de lei aprovado em fevereiro autoriza o governo a vender as ações da companhia, não a fazer esse tipo de acordo com o governo federal", afirmou Luiz Paulo. "Além disso, por enquanto não há uma avaliação sobre a Cedae, quanto ela vale, qual é a modelagem de concessão. Justamente para debater isso, na próxima semana está prevista a realização de uma audiência pública. Entregar a Cedae desse jeito seria um contrassenso. Tem que ser definido um modelo, e o BNDES deve entrar no pregão e disputar com os outros candidatos."

##RECOMENDA##

Para o economista Mauro Osório, professor da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), privatizar a Cedae é um risco, porque tende a criar um monopólio. "Esse tipo de serviço público é essencial, então o ideal é que não fique sob exclusiva responsabilidade de uma empresa particular", disse.

Osorio lembrou que está em negociação uma parceria público-privada. Segundo ela, a iniciativa privada faria a cobrança das tarifas, mantendo as tarifas sociais (para a população de baixa renda), e investiria em esgoto. "Esse acordo teria vigência por um período fixo, 20 anos, ao fim do qual a iniciativa privada sairia do negócio."

O economista disse que "o problema é que o Rio está numa situação tão precária que tende a aceitar qualquer exigência do governo federal". "Mas de um jeito ou de outro o governo federal vai ter de colocar dinheiro no Estado. Se não fizer esse acordo terá que intervir, e aí vai ter ainda mais trabalho porque passará a administrar o Estado. O acordo precisa ser feito o quanto antes, para evitar o colapso, então talvez valha assinar e depois rediscutir os termos. Mas a privatização precisa ser debatida com cuidado", diz Osório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do Estado do Rio quer publicar até dezembro o edital de concessão do serviço de esgoto de 11 dos 64 municípios atendidos pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae). De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento, Marco Capute, a ideia é realizar o leilão até fevereiro de 2017. Ele diz que investidores estrangeiros já demonstraram interesse no projeto.

A primeira de três Parcerias Público-Privadas (PPPs) na área de saneamento planejadas pelo governo fluminense, abrangerá uma população de 4,2 milhões de pessoas na Baixada Fluminense. O investimento total é estimado em R$ 7,1 bilhões, o que configuraria o maior projeto de saneamento já feito no País.

##RECOMENDA##

O projeto será dividido em três lotes, que poderão ser concedidos a grupos distintos. Formado por Itaguaí, Seropédica, Japeri, Queimados e Nova Iguaçu, o primeiro lote tem investimento estimado em R$ 3,3 bilhões e é a região mais deficiente. Apenas 34% do esgoto é coletado, segundo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

A modelagem proposta pelo governo estadual exclui da concessão a cidade do Rio - que representa 83% da receita da Cedae - e a distribuição de água, que continuará a cargo da estatal. "Sem esse negócio, você descapitaliza a Cedae", diz Capute.

À frente das concessões de saneamento no País, o BNDES questiona o projeto. A proposta do banco é acompanhar o processo de concessão desde a elaboração do projeto. A ideia é conceder ao mesmo tempo os serviços de água e esgoto dos 64 municípios fluminenses, deixando apenas a captação de água nas mãos da Cedae.

Dúvidas

A distribuição de água é o "filé mignon" do setor, por isso a ideia de fazer a concessão sem incluí-la suscita dúvidas quanto à atratividade do projeto para os investidores privados e, ao mesmo tempo, sobre a capacidade da Cedae de garantir sozinha o abastecimento de água. Capute explica que a empresa tem em curso investimentos de R$ 3,4 bilhões, com financiamento da Caixa, para universalizar o abastecimento da Baixada Fluminense.

"Com esse investimento, vamos ampliar o volume de água disponível para a Baixada e garantir o abastecimento do Rio. A Cedae será capaz de entregar água todo dia", diz o secretário. A estimativa é dobrar a receita da estatal. O plano é valorizar a companhia e no futuro realizar uma abertura de capital na Bolsa, uma ideia antiga que acabou não saindo do papel.

O secretário afirma que o Estado não quer confrontar o BNDES, com quem vem debatendo o projeto de concessão nos últimos dez meses. Apesar disso, Capute afirma que seguirá o cronograma da concessão com ou sem apoio financeiro da instituição no radar.

De acordo com a subsecretária de Parcerias Público-Privadas do governo, Maria Paula Martins, já houve contatos de potenciais investidores estrangeiros interessados no projeto. Além de europeus (italianos, franceses e ingleses), houve, segundo ela, contato com coreanos e chineses, com alternativas de financiamento externo, o que reduziria a dependência do BNDES. O projeto também já foi apresentado a grupos como Odebrecht Ambiental, Aegea, OAS e Suez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa responsável pela qualidade da água do Rio é suspeita de poluir a Baía de Guanabara, local das competições de vela da Olimpíada, em agosto, e lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, vizinhas do Parque Olímpico em construção.

A Polícia Federal cumpriu na quinta-feira, 7, mandados de busca e apreensão em oito prédios da Companhia Estadual de Abastecimento de Água e Esgoto (Cedae) na capital e em cidades da região metropolitana.

##RECOMENDA##

"Considerando que a relação dessa empresa com seus contratantes é de consumo, se for identificada a remuneração por serviço não prestado, isso pode implicar crime de estelionato", afirmou o titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph), Marcelo Prudente. A Cedae e seus dirigentes poderão ser indiciados também por crime ambiental.

A despoluição da baía e das lagoas era promessa de campanha do Rio na candidatura para ser a sede dos jogos. Em nota, a Cedae informou que foi surpreendida pela operação e que "não realiza cobranças indevidas, respeitando a legislação vigente". A companhia nega que polua a baía e as lagoas.

A Operação Feng Shui foi realizada por 56 agentes e peritos. "É uma referência ao conceito da filosofia chinesa que preconiza o equilíbrio entre os elementos da natureza", disse o delegado. Eles estiveram na sede da Cedae e em sete estações de tratamento de esgoto no Rio, São Gonçalo e Belford Roxo. Além de recolher documentos, coletaram amostras nas estações.

A investigação iniciada há um ano teve monitoramento aéreo das estações. Há imagens de esgoto sendo lançado perto das estações da Pavuna, que recebem esgoto do Rio, Duque de Caxias, São João de Meriti e de São Gonçalo. Prudente não detalhou o monitoramento, uma vez que o inquérito corre em segredo de Justiça.

Inquérito

O procurador da República Sérgio Suiama, que já instaurou inquérito e uma ação civil pública contra a Cedae por causa do lançamento de esgoto em lagoas de Jacarepaguá, diz que a companhia deverá ser responsabilizada. "O que a Cedae alega, e não consegue comprovar, é que somente as favelas lançam esgoto. A Cedae reconhece que não tem a rede completa. Boa parte de Jacarepaguá e todas as casas do Recreio dos Bandeirantes lançam esgoto na rede pluvial, que deságua em rios e lagoas."

Suiama disse que há liminar que determina a adoção de medidas emergenciais para interromper o lançamento de esgoto que vem sendo descumprida pela companhia. Por isso, foi aberto mais um inquérito na PF.

Em nota, a Cedae informou que "sempre pautou suas atividades pelo respeito à população, à legislação e às instituições". A companhia disse que não teve acesso ao inquérito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nota enviada anteriormente contém uma incorreção no título. . Segue a nota com correção.

Funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) iniciaram uma greve de 24 horas desde a meia noite desta quinta-feira, 5. O Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama -RJ), que representa a categoria, convocou uma mobilização para as 11h, no Largo do Machado, zona sul da cidade, de onde caminharão em passeata até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, também na zona sul (distante cerca de 1 km).

##RECOMENDA##

A categoria reivindica reajuste total de 39,8% (sendo 10% de aumento real; reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, de 5,81%; e 24% de recuperação de perda salarial, nos últimos dez anos), participação nos lucros, realização de concursos públicos e suspensão das demissões. De acordo com o diretor do Sintsama-RJ, João Xavier, 80% dos trabalhadores aderiram à greve, mas os serviços à população serão prestados normalmente.

Em nota, a empresa afirmou que "se surpreendeu" com a paralisação, já que está em "período de negociação" com o sindicato, "realizando reuniões semanais para renovação do acordo coletivo". A Cedae também garantiu que os serviços serão prestados normalmente e que não há risco de desabastecimento ou nos reparos nos sistemas de água e esgoto.

Na terça-feira, 3, a empresa apresentou proposta de Acordo Coletivo de Trabalho, com três propostas complementares às 65 cláusulas apresentadas previamente. São elas: reajuste de 7,23% do tíquete-refeição; garantia de emprego de 97% do quadro funcional de concursados (a empresa possui 6.600 mil funcionários concursados e a mesma quantidade de terceirizados); e abono salarial anual de R$ 1,5 mil para cada funcionário.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando