Cresce número de crianças intoxicadas com medicamentos

Na primeira metade do ano foram atendidas 608 pessoas, sendo 156 delas crianças de 1 a 4 anos

por Jameson Ramos qui, 26/07/2018 - 11:17
Pixabay No mesmo período de 2017 foram atendidas 145 pessoas Pixabay

Conforme levantamento feito pelo Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE), crianças de 1 a 4 anos são as que mais sofreram intoxicações por conta do uso de remédios em 2018. Na primeira metade do ano foram atendidas 608 pessoas, sendo 156 delas crianças dessas idades. No mesmo período de 2017 foram atendidas 145 pessoas na mesma faixa etária; uma crescente de 11 casos.

“Os fármacos muitas vezes são coloridos e podem ser confundidos por alguma guloseima" diz a coordenadora do Ceatox, Lucineide Porto. É importante atenção dos pais para que os medicamentos fiquem guardados em locais altos ou em recipientes trancados. 

Esses menores também são os mais atacados por escorpiões. De janeiro até junho de 2018, 674 casos de picadas pelo animal foram registrados. Sendo observado que os mais atingidos foram as crianças de 1 a 4 anos; 145 no total até o momento. No primeiro semestre deste ano, o Ceatox registrou 1.775 atendimentos de auxílio à profissionais de saúde que trataram pacientes que sofreram algum ataque de animais peçonhentos ou foram intoxicados por chumbinho ou medicamentos. Segundo o órgão, esse número representa um aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 1.631 atendimentos.

Outra demanda do centro envolve picadas por serpentes. O primeiro semestre representou um total de 322 atendimentos no Estado e, diferentemente dos casos envolvendo os escorpiões, os que aconteceram com serpentes foram contra os adultos jovens (20 a 39 anos). O Ceatox alerta que em caso de picadas de cobra, o indicado é que se lave o local atingido apenas com água e sabão; seguindo até uma unidade que tenha o soro contra o veneno.

Redução de casos com chumbinho

No primeiro semestre de 2018, 171 casos tiveram relação com o agrotóxico agrícola popularmente conhecido como chumbinho, que é utilizado ilegalmente como raticida. O número representa uma redução de 15% em relação a 2017 (203 casos). Contudo, os óbitos do período permaneceram inalterados: 21 em cada ano. O produto é vendido criminosamente e clandestinamente como eficiente para matar ratos, o que não é verdade. “O chumbinho não é eficaz contra as colônias de rato. Esse produto ainda é perigoso para os seres humanos, pois sua ingestão pode causar o óbito em poucas horas”, avisa Lucineide Porto.

O chumbinho causa problemas no sistema nervoso, respiratório, cardiovascular, digestivo. Depois da ingestão, a pessoa, pode apresentar diminuição dos batimentos cardíacos, dor abdominal, distúrbios neurológicos, e dificuldade de respirar. O produto ainda pode contaminar uma pessoa no simples contato com a pele ou respiração. Em caso de ingestão, dependendo da quantidade, pode levar à morte.

O que fazer após picada de escorpião?

A indicação é lavar o local atingido apenas com água e sabão. Se a vítima for uma criança de até 12 anos, que tem risco de morte, pode haver indicação do uso do soro contra o veneno na unidade de saúde. Vale ressaltar que menores picados por escorpiões obrigatoriamente não necessitam tomar o soro específico, o que será decidido pela equipe médica do caso. No Estado, o soro antiescorpiônico está disponível no Hospital da Restauração (Recife), Hospital Jaboatão-Prazeres (Jaboatão dos Guararapes) e Hospital João Murilo (Vitória de Santo Antão). No interior, nos hospitais regionais de Limoeiro, Palmares, Garanhuns, Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Salgueiro, Ouricuri e Petrolina, além do Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.

Para evitar as ocorrências, a população precisa estar atenta com a concentração de entulhos e lixo próximo a residência, tapar buracos e frestas existentes, limpar constantemente ralos de banheiros, além de evitar a presença de baratas e outros insetos, principais presas do escorpião. Se a população observar presença do animal nas residências, é necessário entrar com contato com a vigilância ambiental municipal e solicitar uma visita ao imóvel.

Com informações da assessoria

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