Audiência de instrução do caso Aldeia começa nesta sexta

Mãe e filho acusados do crime serão interrogados. São testemunhas arroladas o irmão caçula e a mulher que mantinha um relacionamento extraconjugal com o médico

qui, 06/12/2018 - 10:33
Reprodução/Facebook Jussara já confessou o crime, mas alega que foi legítima defesa pois era constantemente agredida por Denirson Reprodução/Facebook

Ocorre na próxima sexta-feira (7), o primeiro dia das audiências de instrução e julgamento da farmacêutica Jussara Rodrigues, 54 anos, e do engenheiro Danilo Paes, 23, indiciados pela morte do médico Denirson Paes da Silva, 54, marido de Jussara e pai de Danilo. O segundo dia está marcado para 14 de dezembro.

As ouvidas ocorrerão no Fórum de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), às 9h. A acusação arrolou 17 testemunhas, enquanto a defesa dos acusados arrolou 12, sendo que algumas dessas pessoas foram convocadas tanto pela acusação quanto pelo advogado de defesa.

Entre as testemunhas estão Daniel Paes, filho caçula do cardiologista, e a mulher que mantinha um relacionamento extraconjugal com Denirson, o que teria sido a motivação do crime, conforme a Polícia Civil. Também serão ouvidos o pai e a irmã de Denirson, o porteiro do condomínio e um homem que destruiu um casebre onde eram guardadas ferramentas e o crime teria ocorrido. O assistente da promotoria Carlos André Dantas fará um requerimento para que a delegada também seja ouvida, visto que seu primeiro pedido foi indeferido pela juíza.

Jussara e o filho Danilo também serão interrogados durante a audiência. Eles, entretanto, são os últimos, segundo o cronograma pré-estabelecido, então só devem ser ouvidos no dia 14.

"Pode ser que nem precise do segundo dia de audiência, vai depender se a juíza ouvir a todos amanhã, mas são muitas testemunhas e não deve dar tempo", diz Rafael Nunes, advogado de defesa. Ele defende que a farmacêutica agiu em legítima defesa e que Danilo não tem participação no homicídio. Rafael afirmou que fará requerimentos à juíza, mas não adiantou o teor.

"A partir de agora inicia a fase judicial do processo, em que todos os indícios colhidos na fase de investigação serão valorados perante o juiz, para que possa analisar com maior profundidade o caso. Após as audiências, a juíza irá proferir uma decisão de pronúncia para iniciar a fase de júri popular", explica o assistente da promotoria Carlos André Dantas. O júri popular é realizado em casos de crimes hediondos contra a vida.

O caso

A Polícia Civil concluiu que a motivação do crime foi um relacionamento extraconjugal mantido pelo médico. Relacionado a isso, estariam as consequentes mudança de padrão de vida e separação iminente as quais a farmacêutica seria submetida.

A investigação apontou que Denirson foi asfixiado em seu quarto entre os dias 30 e 31 de maio. O corpo foi arrastado por cerca de seis metros até um corredor na área externa, onde houve uma tentativa de carbonização e o corte do corpo em duas partes. Em seu novo depoimento, a acusada disse ter arrancado e queimado os genitais do companheiro

No dia 20 de junho, Jussara compareceu à Delegacia de Camaragibe para registrar o desaparecimento do marido. A denúncia só foi feita após pressão de Daniel, que afirmou que iria procurar a polícia se ela não o fizesse. Ela alegava que o marido teria viajado e não dado mais notícias, talvez tendo ido ver os jogos da Copa do Mundo na Rússia. Os policiais suspeitaram do depoimento por causa de fatores como a demora para registrar o caso e a ausência de movimentação na conta bancária de Denirson.

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