Mortes devido à poluição aumentam 14% em dez anos

Cerca de 4,2 milhões de pessoas morrem por ano devido a doenças causadas pela qualidade do ar

por Daiane Crema ter, 11/06/2019 - 15:25

O número de óbitos por Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) aumentaram 14% em dez anos em decorrência da poluição atmosférica. Em 2006, foram registradas 38.782 mortes, já em 2016 o número subiu para 44.228. Este é um levantamento feito pelo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde, que utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Os grupos de DCNT levadas em consideração no estudo foram isquêmica do coração, pulmonar obstrutiva crônica, cânceres de pulmão, traqueia e brônquios. "Entre as doenças, destacamos as afecções do sistema respiratório. As mais frequentes são as doenças pulmonares crônicas, como bronquite e asma, causadas pela hiper-reatividade das vias aéreas devido a contração dos músculos respiratórios estreitando as vias aéreas. A rinite e a sinusite também podem ser desencadeadas pelas partículas poluentes inaladas que irritam e inflamam a mucosa", diz a otorrinolaringologista do Hospital Paulista, Cristiane Adami. "A poluição do ar também aumenta o risco de distúrbios do coração e agressão aos vasos sanguíneos favorecendo a aterosclerose, que pode levar ao infarto ou AVC", complementa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 4,2 milhões de mortes prematuras acontecem por ano, atribuídas à poluição do ar ambiente no mundo. Desses casos, 91% acontecem em países de baixa e média renda do Pacífico e Sudeste Asiático. No Brasil, comparando os resultados encontrados por óbitos de homens e mulheres, houve um aumento em mortes causadas por câncer de pulmão, traqueia e brônquios, e doença pulmonar obstrutiva crônica. "A população é responsável por este fato, por causar o aumento da poluição atmosférica. Os principais componentes da poluição do ar são produzidos principalmente por automóveis, motocicletas, aviões, fábricas, queimadas e centrais termoelétrica. Nós somos responsáveis por tamanha poluição e estamos adoecendo por consequência", afirma Cristiane.

A redução dessa poluição é uma responsabilidade que envolve vários setores, como a indústria, transporte, energia e meio ambiente, além da população, que é parte importante nesse processo. "A principal forma de evitar as doenças é tentar diminuir a poluição, o que também exige medidas governamentais para diminuição de emissão de poluentes e a conscientização pessoal para melhorar o meio ambiente", diz Cristiane. "Para conviver melhor e de maneira mais saudável diante de tanta poluição, temos que lavar sempre as narinas com soro fisiológico para limpar as partículas poluentes que podem chegar até os pulmões, usar purificadores de ar nos ambientes, fazer a limpeza do lar para evitar acúmulo de inalantes da poluição, beber bastante líquido para a hidratação das mucosas, não fumar e fazer acompanhamento médico preventivo", complementa.

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