Religiões de matriz africana pregam consciência ambiental
Conheça ação que realizou um mutirão para limpar arredores de uma cachoeira em Araçariguama, interior de São Paulo
Realizar oferendas aos orixás é uma prática muito comum entre as religiões de matriz africana, seja para agradecer ou pedir que os caminhos se abram. Porém, muitas pessoas não têm a consciência de preservar o meio ambiente no ato da oferenda, e o que era pra ser um presente ao sagrado acaba sendo um desrespeito.
Pensando nessa situação e em levar a mensagem de preservação da natureza, Mãe Renata Monankulo, realizou um mutirão para limpar os arredores de uma cachoeira próximo a Araçariguama, interior de São Paulo. "Eu fiquei muito triste porque as pessoas não tem cuidado com o meio ambiente. Decidi agradecer as forças da natureza limpando o local para que, quando eu precisar, ele também esteja limpo", explica.
A ação reuniu 22 filhos da casa Inzo Kaiango, onde Mãe Renata é dirigente e sacerdotisa. Ao todo, foram recolhidos mais de 50 sacos de lixo com diversos resíduos de garrafas, aparelhos de barbear, tecidos, latas de alimentos e diversos plásticos. "O certo é fazer as oferendas de maneira sustentável, em cima de folhas, sem plástico, óleo ou qualquer outro material que possa agredir a natureza, principalmente nos comemorações de final de ano, quando as pessoas costumam agradecer e fazer pedidos para Iemanjá nas praias. Ao invés de oferecer um vidro de perfume, despeje um pouco de alfazema no mar, apenas as pétalas das flores, ou seja, tudo o que a natureza pode decompor", orienta Mãe Renata.
Para o Pai Rodrigo Queiroz, presidente do Instituto Cultural Aruanda, ainda falta educação e consciência ecológica entre os fiéis, além de uma compreensão clara do que significa a religião de culto à natureza em todas as esferas de atuação. "Uma conscientização popular se faz necessária. O equívoco do religioso mal instruído no manejo das oferendas é um reflexo da falta de cultura ecológica nacional", afirma.