Conheça pessoas que realizaram o sonho de ter uma família
Não importa a estrutura, todas as famílias são ligadas por laços de amor e carinho
Neste domingo (8) é comemorado o Dia da Família. A data serve para lembrar a importância da convivência familiar e a importância desse laço. As famílias não são formadas apenas por filhos, pai e mãe, existem famílias com avós e netos, mãe e filho, pai e filhos, entre outros. O importante é o cuidado e o carinho.
Algumas pessoas chegam a planejar tudo, pensar cada detalhe antes de constituir uma família, seja por um desejo pessoal ou com um parceiro. Mas, também existe a gravidez inesperada, onde um casal passa a doar o amor e carinho da mesma maneira de quando há um planejamento familiar. É o que aconteceu com a agente de saúde Camila Geovana Lucatelli, 25 anos. "A gravidez não foi desejada. Foi muito cansativa, passei muito mal, tive um parto difícil com muita dor, meu puerpério foi cheio de surpresas. Mas é muito bom, é um amor inexplicável. Ela me completa", lembra.
Camila afirma que a maternidade e o fato de formar sua família com o marido, Matheus Meneghetti Silva, 26 anos, mudou muitas cosias em sua vida, principalmente o fato de sentir um amor incondicional por outra pessoa. "Quando eu era a filha, a neta e a sobrinha, eu escutava que minha vida mudaria. Aprendi a ser mais paciente, dar mais valor à vida e as pequenas coisas. O amor por um filho é tão grande que a gente se torna capaz de tudo por um pequeno 'serzinho'", comenta.
Camila e Matheus tiveram a primeira filha há sete meses | Foto: Arquivo pessoal
O sonho de gerar uma criança costuma ser mais desejado entre as mulheres, mas, também há homens que sonham em ter um bebê para chamar de seu. Foi o que aconteceu com o médico de família e comunidade Wagner Alexandre Scudeler, 41 anos. "Sou solteiro e homossexual, tenho duas irmãs casadas, mas não tenho sobrinhos, ou seja, meus pais não tinham netos. Sempre gostei de crianças, atendo pediatria também como médico. Decidi partir para barriga de aluguel nos Estados Unidos, por meio da Tammuz", conta.
Na legislação brasileira só é possível a realização do processo de "barriga solidária", que é quando uma mulher que tenha parentesco de até quarto grau (mãe, irmã, tia ou prima) com um dos futuros pais cede o útero para gerar o bebê. Pelo processo da Tammuz, as gestações são feitas no exterior, em países que aceitam a realização do procedimento de surrogacy, que significa gravidez por substituição ou como é popularmente conhecido, "barriga de aluguel".
O filho de Scudeler nasceu em abril deste ano. Para ele, a paternidade trouxe mais obrigações, além de um sentimento que ele só conheceu depois que se tornou pai. "Você percebe que não vive só para si. Em primeiro lugar está o meu filho, a minha família. Você percebe que não é mais um indivíduo, que há uma família atrelada a você para sempre. Todas suas decisões, toda sua conduta será pautada pensando em sua família", afirma.
Wagner Scudeler realizou o desejo de ser pai por meio da "barriga de aluguel" | Foto: Arquivo pessoal
Para quem acha que as vezes é tarde para começar uma família com filhos, a aposentada Aparecida Maria de Oliveira, 57 anos, discorda. Após sete anos na fila de adoção, ela finalmente conseguiu adotar um menino em agosto. "Eu sempre tive o sonho de ser mãe e decidi ir para fila de adoção. A maternidade é um grande presente de Deus, uma dádiva, além de ser uma enorme mudança na vida. Antes eu era sozinha, agora me dedico a ele", conta.
Durante anos na fila de adoção, Aparecida estava quase desistindo quando soube que era sua vez de adotar uma criança e realizar o sonho. "A família para mim sempre foi a união. Minha família sempre foi maravilhosa e, agora, eu estou formando a minha própria família. Eu vim de um berço humilde, mas de muito caráter e sabedoria e quero passar tudo isso para o meu filho", diz Aparecida.
Aos 57 anos, Aparecida de Oliveira começou a formar a sua própria família | Foto: Arquivo pessoal
O conceito de que uma família precisa ter uma estrutura com pai e mãe não corresponde com a realidade da maioria das famílias do Brasil e do mundo. "Antes havia uma ideia equivocada de que uma família que não fosse formada com essas características era uma família desestruturada, fato que hoje em dia não é mais aceitável. O que descreve uma família é o vínculo e desenvolvimento de papéis de cuidado, compartilhamento de papéis em um sistema de valores e cultura", finaliza a psicóloga da Televita Erica Coelho.