Quarentena: autônomos lamentam falta de clientes no Recife

Fiteiros e prestadores de serviço da área Central relataram uma manhã complicada para as vendas

por Victor Gouveia seg, 23/03/2020 - 11:18
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Nesta segunda-feira (23), as ruas do Centro do Recife amanheceram praticamente desertas. A ausência é efeito da recomendação de isolamento domiciliar e do impedimento de abertura de estabelecimentos comerciais não essenciais.

As farmácias, restaurantes e, por incrível que pareça, bancas de jogo do bicho ainda resistem de portas abertas. Enquanto isso, a maioria dos comerciantes informais se anteciparam à expectativa de baixa demanda e preferiram cumprir a quarentena.

 "Tem quase ninguém, mas tem que continuar por que a gente só tem essa renda aqui. E se fechar?", teme Girlene Costa, proprietária de um fiteiro localizado no cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua da Saudade. A comerciante revela que, mesmo com a recomendação para que a população evite fumar, o combinado de cigarro com cafezinho mantive os lucros da manhã.

Sem o habitual 'vai-e-vem' de pessoas, o taxista Daniel Ciccoli revela que, desde às 5h30, fez apenas uma corrida. Em um fluxo normal, ele estima que já teria realizado três. "Tá muito difícil para quem vive de renda. Não posso aderir [ao isolamento] porque a gente não sabe como vai sustentar a família. Tem que trabalhar, por que tá muito difícil", concluiu.

Veja imagens da movimentação no Recife:

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