Ministério da Agricultura diz manter diálogo com vizinhos
Segundo a pasta, a ministra Tereza Cristina tem boa relação com autoridades dos países vizinhos
Ainda que autoridades de Argentina, Paraguai e Uruguai tenham manifestado preocupação com o avanço do vírus no Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento afasta qualquer possibilidade de isolamento do País. Segundo a pasta, a ministra Tereza Cristina tem boa relação com autoridades dos países vizinhos.
Além disso, diz o ministério, um documento, com novas diretrizes e recomendações para evitar qualquer interrupção no trânsito e no abastecimento do Brasil, está em vigência desde 31 de março. A publicação detalha práticas para desinfetar as unidades de transporte e traz uma lista de recomendações para os transportadores que cruzam as fronteiras. Ainda segundo o ministério, 25 ministros da Agricultura de países da América Latina e do Caribe assinaram um acordo para manter funcionando as cadeias nacionais, regionais e globais de abastecimento.
"Temos tomado medidas assertivas para garantir o abastecimento. Nós e nossos parceiros. Temos defendido a necessidade de manter o comércio fluindo e não chegou a nós nenhuma sinalização de que haverá restrição", afirmou Flávio Betarello, secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. "O que estão vigentes são as recomendações refletidas nesse documento. Podemos garantir que não faltará comida nas prateleiras do Brasil nem dos parceiros."
Priscila Moser, adida agrícola do Brasil na Argentina, explicou que, mesmo com a pandemia, os dois países trabalham na área do agronegócio de forma coordenada para evitar desabastecimentos e restrições no comércio de produtos essenciais. Moser citou o trigo - produto em que o Brasil não é autossuficiente - como exemplo de exportações que continuam fluindo. Em março, a Argentina foi o 16º mercado mais importante para o agronegócio do Brasil - com faturamento próximo a US$ 100 milhões (R$ 573 milhões) em exportações.
Um ex-ministro da Agricultura, ouvido reservadamente pelo Estado, afirmou que não é de interesse de nenhum país da América Latina reduzir o fluxo de comércio com o Brasil. "Entre estar preocupado e tomar alguma medida tem muita distância."
"O comércio está fluindo normalmente entre nossos parceiros", disse Camila Sande, coordenadora de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.