"Como a primeira vez", surfistas italianos voltam às ondas

A maioria das praias ainda está fechada na Itália, mas localmente as autoridades podem autorizar a reabertura, como aconteceu em Ladispoli em 4 de maio

qua, 13/05/2020 - 12:02
Vincenzo PINTO Praia italiana de Cesenatico, em 11 de mai de 2020. Vincenzo PINTO

Passo a passo, os italianos recuperam a liberdade de que foram privados durante os dois meses de confinamento. Nesta semana, o vento aumentou na costa do Mediterrâneo e os surfistas conseguiram colocar suas pranchas no mar novamente.

"Hoje as ondas não foram incríveis, mas talvez tenha sido uma das mais bonitas experiências da minha vida", disse Piero Capannini à AFPTV na praia de Ladispoli, perto de Roma, um dos principais centros de surf da Itália.

"Uma das sensações mais bonitas foi tocar a areia com os pés, antes mesmo de entrar na água. Foi realmente algo importante. Depois, poder entrar e estar nas ondas me deu a impressão de que era a primeira vez", acrescentou.

Com o pôr do sol e um vento que agita as palmeiras pela praia, os apaixonados não teriam perdido esse momento por nada no mundo.

A maioria das praias ainda está fechada na Itália, mas localmente as autoridades podem autorizar a reabertura, como aconteceu em Ladispoli em 4 de maio.

"É certo que esse tempo não foi fácil para ninguém", explica Roberto D'Amico, um dos poucos surfistas profissionais italianos.

Conscientes de que "o surf não era uma prioridade no momento", os especialistas dessa modalidade tiveram que "respeitar as regras, dois meses presos em casa".

"Agora eles nos deram a liberdade de voltar e respirar um pouco de ar fresco do mar", acrescentou.

Quando Ladispoli reabriu suas praias, D'Amico apelou via Facebok, pedindo aos surfistas que respeitassem a distância física e lembrando que havia a possibilidade de um novo fechamento, se as regras não fossem seguidas.

"Mesmo que as ondas não sejam incríveis, estamos todos na água, o que mostra o quanto é importante poder voltar e vestir o traje, mesmo que esteja frio", disse Fabrizio Cimini, professor de surf.

"Inacreditável... Depois de dois meses, é quase impossível descrever a sensação... Quando você vê todas essas pessoas aqui, você se sente com estando em família. É muito bom. Quero continuar surfando sempre, todos os dias, como antes", acrescentou outro apaixonado, Giorgio Fiorilli.

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