EUA: 'Operação corte de cabelo' pede fim de confinamento
Centenas de manifestantes, muitos sem máscaras e desrespeitando o distanciamento social, fizeram fila para ganhar um corte de cabelo grátis na rua
Após atos multitudinários com pessoas armadas, os inconformados com as medidas de confinamento para conter a disseminação do novo coronavírus vigentes em Michigan fizeram nesta quarta-feira (20) a "Operação corte de cabelo", na qual barbeiros e cabeleireiros usaram suas tesouras e navalhas em frente ao Capitólio estadual.
Centenas de manifestantes, muitos sem máscaras e desrespeitando o distanciamento social, fizeram fila para ganhar um corte de cabelo grátis na rua. As cadeiras, ao contrário, foram desinfetadas após o atendimento de cada cliente.
Este foi o quarto maior protesto em menos de um mês contra a estrita ordem de permanecer em casa, determinada pela governadora democrata Gretchen Whitmer.
No fim de abril, manifestantes armados invadiram o Capitólio de Lansing, capital de Michigan, para exigir uma atenuação do confinamento imposto para conter o avanço da doença.
Michigan é um dos estados mais afetados pela pandemia nos Estados Unidos, com mais de 5.000 mortes. O estado se tornou o eixo de acaloradas discussões sobre quando e como reabrir os negócios no país para atenuar o prejuízo econômico causado pela crise sanitária.
O protesto desta quarta-feira foi organizado em apoio ao barbeiro Karl Manke, que perdeu sua licença após reabrir seu salão no começo de maio, em franco desafio à proibição determinada pelo governo.
O protesto não se restringiu a cortes de cabelo. Massagens também foram oferecidas a preços simbólicos. Alguns participantes levaram bandeiras dos Estados Unidos e cartazes com mensagens contra a governadora, que estendeu o confinamento até 28 de maio.
"Whitmer está matando os pequenos negócios", dizia um dos cartazes. A governadora disse entender a frustração dos moradores.
"Todos nós temos feito algum tipo de sacrifício. Muitos estão chorando a perda de seus entes queridos, a perda de um emprego ou de um negócio que pode não abrir ou não sobreviver a isto", disse.
Mas, ela insistiu que os manifestantes protestem sem se expor ou expor os outros a riscos de saúde.
"Se protestarem, peço-lhes que usem máscaras e respeitem a distância de 6 pés (1,8 metro) e se não o fizerem, devemos empreender algum tipo de ação", afirmou.
Segundo testemunhas, a polícia multou vários barbeiros que participaram do ato.