Sarí Côrte Real foi barrada no velório de Miguel
Acusada de homicídio culposo pela morte do garoto de cinco anos foi à cerimônia acompanhada pelo marido e prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, mas a família da vítima impediu o acesso do casal ao funeral
Tarde desta sexta (5), foi marcada por protestos no edifício de onde Miguel caiu. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)
O prefeito e a primeira-dama de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, respectivamente, Sérgio Kacker e Sarí Côrte Real, foram impedidos de acessar o velório do garoto Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, que faleceu após cair do nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, que integra o conjunto residencial popularmente conhecido como “Duas Torres”, no Centro do Recife. Sarí responderá por homicídio culposo pela morte, por ter deixado Miguel sozinho no elevador e apertado nos botões de comando para andares superiores. O funeral foi realizado na última quinta (5), no Cemitério de Bonança, no município de Moreno, na Zona da Mata pernambucana.
A visita dos Côrte Real revoltou a família de Miguel. “Se alguém olha pro nosso filho atravessado, a gente já vira uma leoa e a mulher ainda ter capacidade de ir pro velório? A gente já não estava suportando mais quando meu esposo pediu para eles saírem, indignado, e eu a amaldiçoei, porque tenho esse direito. Expulsei ela de lá porque ela foi cínica”, conta Erilurdes de Souza, tia do garoto.
Enquanto Miguel era deixado sozinho no elevador, sua mãe, que era empregada doméstica dos Côrte Real, passeava com o cachorro de Sarí. “A vida dele foi trocada, porque preferiram que um ser humano cuidasse de um animal do que do próprio filho. Simples, era só ela [Sarí] ligar e pedir para a mãe voltar para cuidar da criança. Quando ela chegou no velório, todo mundo se afastou. Ela queria entrar para esconder a face, mas não vai esconder”, completa Erilurdes.