Saiba os cuidados na hora de retomar a atividade física
Pessoas que ficaram "paradas" por causa da quarentena tiveram perda na capacidade muscular e precisam ficar atentas para prevenir lesões
Para aqueles que não tiveram a opção de continuar praticando exercícios físicos durante o período de lockdown de academias e parques, a reconquista de condições antes adquiridas pode ser um desafio.
Apenas um mês sem a prática de exercícios pode acarretar na perda de até 30% da capacidade muscular adquirida em um ano, explica Rafael Fonseca, médico do esporte e ortopedista.
“Quem não se adaptou ao treino em casa durante esses meses de lockdown por conta da pandemia, certamente terá que redobrar os cuidados para retomar às atividades”, alerta.
Entre os cuidados recomendados pelo médico estão o uso contínuo de máscaras e de álcool gel, a constante hidratação do corpo, a disciplina perante a escolha dos exercícios que serão realizados e a atenção redobrada quanto aos treinos de alta intensidade.
No caso das pessoas que ficaram sem praticar exercícios por causa da quarentena, a flexibilidade e o alongamento corporal são afetados. Em cerca de seis semanas sem treinar, o resultado pode ser a redução da capacidade de contração muscular, reduzindo a força do indivíduo.
Foi o que aconteceu com a advogada Ana Flávia Minquete, 43 anos. Ela era praticante de musculação e outras atividades físicas mas, por causa da quarentena, passou a ter dificuldade para executar exercícios específicos. “Sinto que perdi o jeito de fazer alguns exercícios, enquanto outros continuo com a mesma facilidade de antes”, diz Ana Flávia, que se preocupa sobretudo com o risco de sofrer alguma lesão.
O universitário Leonardo Silva, de 23 anos, vinha praticando exercícios ao ar livre há mais de um ano, porém se viu sem opções quando os espaços públicos como parques foram fechados devido à pandemia.
“Nunca fui adepto a academia e equipamentos de treino, sempre usei apenas meu corpo em treinos funcionais e corridas”, conta.
Suas maiores dificuldades foram por conta das mudanças fisiológicas, além de perda de força muscular e resistência por causa do tempo que ficou sem treinar.
Entre as lesões mais comuns pelos efeitos da perda da condição fisiológica estão: distensão muscular (sendo a mais comum no período de retorno aos exercícios), tendinite (desenvolvida pela repetição de um mesmo movimento), ruptura de ligamentos e tendões (causada por movimentos bruscos, traumas ou até por um passo em falso que força a articulação) e lombalgia (dor na coluna por levantamento incorreto de pesos e má postura na execução dos exercícios).