SP registra aumento da procura por livros nos presídios
Reeducandos leem autores como Dan Brown, Sidney Sheldon, Marçal Aquino e Franz Kafka
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo registrou um aumento na procura de livros no sistema carcerário do estado. De acordo com a pasta, no período de março a setembro, unidades prisionais como a Penitenciária Feminina Sant’Ana (PFS) emprestaram cinco vezes mais obras literárias às reeducandas do que antes da pandemia do coronavírus. No Centro de Progressão Penitenciária do Butantan a alta no empréstimo foi de 40%
Além de propiciar o desenvolvimento intelectual de quem cumpre pena nos presídios, a leitura pode reduzir o tempo em que a população carcerária se mantém na cadeia. Segundo a legislação, cada síntese de obra literária entregue pelo preso à Justiça pode reduzir até quatro dias de prisão. Ainda de acordo com a SAP, há um protocolo de saúde para o empréstimo dos livros e cada exemplar só é repassado a um novo leitor 72 horas depois da devolução.
Na Penitenciária I José Parada Neto e no Centro de Detenção Provisória (CDP) II, ambos na cidade de Guarulhos, por exemplo, os títulos mais procurados são "O Código Da Vinci" (2003), de Dan Brown, "Juízo Final" (1991), de autoria Sidney Sheldon, "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" (2005), do escritor Marçal Aquino e "O Processo”"(1925), do autor Franz Kafka.
Segundo a SAP, a procura pelos exemplares literários cresceu após algumas atividades comuns nos presídios, como as visitas, serem interrompidas em meio à pandemia. A medida incomum foi tomada para que os riscos de contágio dos presos pela Covid-19 fossem reduzidos.
De acordo com a Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), a população carcerária da Grande São Paulo tem acesso a mais de 120 mil livros nas penitenciárias.