Grande Recife vai notificar sindicato para impedir greve

O consórcio informou que, caso a paralisação se confirme, os coletivos vão rodar em esquema especial, com prioridade às linhas de maior demanda

por Victor Gouveia qua, 18/11/2020 - 10:18
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Rodoviários pedem reajuste salarial e cumprimento de lei municipal que impede dupla função do motorista Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Confirmada para a próxima terça-feira (24), a greve dos motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife foi criticada por entidades envolvidas com a mobilidade da região. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (GRCTM), que gerencia o sistema de transporte público metropolitano, e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco, (Urbana-PE) se mostraram contrários à paralisação.

Em prol do reajuste salarial, da suspensão de demissões e da estabilidade de um ano, o Sindicato dos Rodoviários anunciou a greve nessa terça (18), após debate com os trabalhadores. Eles ainda exigem o cumprimento da lei 18.761/20, que proíbe a dupla função dos motoristas, que tiveram o serviço dos cobradores aglutinado à rotina.

O Consórcio Grande Recife afirmou que vai notificar tanto o sindicato dos trabalhadores quanto o dos empresários para evitar a greve, visto que o transporte público é um serviço essencial e sua operação é garantida por lei. Em comunicado, o GRCTM informou que os coletivos vão rodar em esquema especial, com prioridade às linhas de maior demanda, nos principais corredores da região.  Entretanto, a assessoria não deu detalhes sobre o reforço da frota, mas pretende confirmá-lo até esta sexta (20).

Já a Urbana-PE disse que tenta negociar a campanha salarial de 2021 desde julho, mas o sindicato mostrou-se “inflexível”. Os empresários afirmaram que as propostas de aumento de até 29% nos salários e 79% no auxílio alimentação eram incompatíveis com o cenário atual, que sofre com uma das maiores crises mundiais.

“O setor faz um apelo para que a greve anunciada seja suspensa, evitando novos transtornos à população e à economia local e prejuízos ao exercício da democracia, tendo em vista o segundo turno das eleições municipais em duas cidades da Região Metropolitana do Recife”, lembrou a assessoria.

Em nota, a Urbana destacou que as constantes paralisações que antecederam o anúncio da greve são ilegais e reiterou o compromisso em dialogar com a categoria para fechar um acordo.

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