Manifestante é detida após grupo tentar invadir Carrefour
Ela foi levada pela PM para a segunda DP de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife
Uma manifestante foi detida, no início da tarde deste sábado (20), durante o protesto que aconteceu em frente ao Carrefour, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ela foi levada pela Polícia Militar para a segunda Delegacia de Polícia do bairro. O ato reuniu um grupo de manifestantes no local por conta da morte de João Alberto, homem negro espancado até ser morto na porta de um supermercado da rede em Porto Alegre.
Os agentes apontaram a ativista como a pessoa que estaria incitando a violência contra o supermercado, por portar um megafone, no fim do ato que iniciou por volta das 11h. Às 12h30, o grupo chegou a entrar no estacionamento do Carrefour de Boa Viagem, mas foi expulso pela PM. Os manifestantes se concentraram na garagem do supermercado e no momento uma cancela foi quebrada.
Tentado evitar a prisão da ativista, que entrou em um táxi que passava na via, dezenas de pessoas se aglomeraram ao redor do carro para impedir a ação dos policiais. Em uma tentativa de dispersar os presentes, a PM chegou a jogar spray de pimenta, mas a ação não conseguiu afastar a população. Uma confusão se instaurou no local no momento, mas depois o grupo foi dispersado e os policiais levaram a manifestante para a delegacia após uma negociação com a co-deputada estadual do coletivo Juntas, Carol Vergolino (PSOL).
Veja como foi o início do protesto:
Entenda o caso
Na última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto, de 40 anos, foi espancado até a morte na porta do supermercado Carrefour de Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os responsáveis pela morte do homem foram um segurança terceirizado e um policial militar. Os dois foram presos em flagrante por homicídio qualificado - quando há intenção de matar.
A vítima realizava compras com a esposa e teria se desentendido com uma fiscal de caixa. Ele supostamente ameaçou agredi-la, quando a segurança foi acionada e os suspeitos, de 24 e 30 anos, o levaram para fora do supermercado. Desde a última sexta-feira (20), diversos protestos têm se espalhado em unidades da rede pelo Brasil contra o racismo e a rede Carrefour.
Está não é a primeira vez que a rede de supermercado se envolve em polêmicas. Em 2018, um cachorro foi espancado por um segurança da rede e, em agosto desse ano, um funcionário do Carrefour de Recife teve seu corpo, sem vida, coberto por guarda-sóis, após sofrer um mal súbito durante o expediente.