Religiosos lembram real sentido do Natal

Representantes de diversas igrejas ouvidos pelo LeiaJá deixaram suas mensagens de fé e esperança para a celebração vivenciada nesta quinta e sexta-feira

por Aurilene Cândida qui, 24/12/2020 - 18:46
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Para os representantes religiosos o momento é de uma reflexão para o atual sentido do Natal Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

No dia 25 de dezembro é celebrado o nascimento de Jesus Cristo. Neste ano de 2020, o Natal será festejado de uma maneira um pouco diferente por causa da pandemia da Covid-19, que recomenda evitar aglomeração de pessoas para evitar o contágio do vírus. Durante este ano, pessoas de todo o mundo perderam amigos e parentes para o vírus. No Brasil, há um total de 189.220 óbitos acumulados. Nesta quinta-feira (24), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que Pernambuco registrou mais 36 mortes e 1.457 casos. 

Para refletir sobre o atual cenário vivenciado atualmente, o LeiaJá reuniu representantes de diversas igrejas para compartilhar mensagens otimistas e explicar a representação do Natal sob a ótica religiosa.

Bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antonio salientou que no Natal o “Deus que estava longe se tornou próximo, esse Deus que era todo poderoso se fez uma criança, esse Deus que tem tudo se esvaziou de seu filho (Jesus) para nos dar a lição que devemos também nos esvaziarmos de nós mesmos: do nosso egoísmo, das nossas pretensões e abrir o nosso coração para acolher todas as pessoas que passam pelo nosso caminho”.

O líder religioso ainda ressaltou que “somos filho de Deus e de consequência somos irmãos”.”Se somos irmãos, somos responsáveis uns pelos outros, portanto, se Deus assumiu nossa dor, somos também convidados a assumir a dor dos irmãos e das irmãs. Olhar, acompanhar e rezar para aqueles que estão na solidão, para aqueles que perderam sua esperança, por aqueles que às vezes tem tudo, mas falta o necessário, o mais interior e o mais profundo”, disse.

Limacêdo aproveitou também para desejar forças diante da pandemia.  “Que Deus abençoe a todos e nos prepare com força e sabedoria para enfrentar e acolher um ano novo que vem com uma boa notícia: está chegando a vacina e essa vacina vai nos ajudar a retornar  a vida que tínhamos, mas esperando que não seja com tanta maldade, egoísmo, inveja e corrupção, e sim com plena graça do amor e da partilha da generosidade de Deus”, desejou.

Representante da Igreja Ortodoxa, o padre Aldo Mota disse que este é um “momento de refletir mais sobre a simplicidade, sobre o amor que é fundamental e sobre as coisas pequenas porque Deus, que é todo poderoso, se fez homem e nasceu em um lugar simples, mostrando que o desapego das coisas da terra nos dá conforto e é essencial para uma vida feliz e em paz”.

Mota ainda observou que “a sociedade, muitas vezes, tem entendido o Natal como um momento de presentes, comércios, festas e roupas bonitas. O Natal é simplesmente o nascimento do nosso senhor e salvador Jesus Cristo. Ele veio para nos dar vida, então nós celebramos essa data e queremos levar para todos os sentidos desse nascimento que é a paz, solidariedade, harmonia, respeito e amor entre os homens”.

Seguindo a mesma linha, o pastor da Igreja Batista, Kinno Cerqueira, ressaltou que “atravessamos um tempo difícil”.  “Vírus, fundamentalismos religiosos e necropolítica são fios que formam um manto sinistro que envolve o sol da esperança. Às vésperas do Natal, uma questão excruciante brota destemida dentro de nós: como celebrar a vida sob nuvens tão lúgubres?”, questionou.

Além disso, para ele o isolamento domiciliar e a solidão que decorre do vírus é metáfora concreta da caminhada por vezes solitária de quem sonha com um mundo renascido do amor. “A memória do nascimento de Jesus é vela acesa em meio a densas trevas, possibilidade de entreabrir janelas, de banir a mortandade, de curar corações golpeados, de entretecer um novo existir sem pedras nem cruzes, mas com flores e gozo”, comentou.

Por fim, o padre Fábio Santos, presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso (CODEIR) da Arquidiocese de Olinda e Recife, acrescentou que o Natal é um convite para nos encher de esperança. “Os anjos disseram: eu anuncio para vocês uma alegria, no meio da escuridão da noite brilha uma luz, no meio da escuridão de pandemias e pandemônios, Deus nos clareia e renova em nós a esperança de seguir em frente”, frisou.

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