Johnson apoia chefe da polícia após intervenção polêmica

Controversa intervenção de seus agentes no sábado (13) a uma homenagem à jovem cuja morte comoveu o Reino Unido causou polêmica

seg, 15/03/2021 - 12:38
DANIEL LEAL-OLIVAS Dezenas de pessoas se reuniram no sábado à noite, o que gerou detenções e imagens impactantes de mulheres jovens algemadas pelos policiais DANIEL LEAL-OLIVAS

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson deu seu apoio nesta segunda-feira (15) à chefe da polícia de Londres após a controversa intervenção de seus agentes no sábado (13) a uma homenagem à jovem cuja morte comoveu o Reino Unido.

A vigília, organizada devido à morte de Sarah Everard, uma executiva de 33 anos que desapareceu no início do mês quando voltava a pé para casa no sul de Londres, foi proibida pela polícia devido ao confinamento.

Ainda assim, dezenas de pessoas se reuniram no sábado à noite, o que gerou detenções e imagens impactantes de mulheres jovens algemadas pelos policiais.

Tudo isso se junta à comoção provocada pela notícia de que um policial de 48 anos está acusado pelo sequestro e assassinato de Everard. O homem está detido à espera de comparecer à Justiça na terça-feira.

Durante uma visita oficial, Johnson foi questionado se tinha plena confiança na chefe de Scotland Yard, Cressida Dick. "Sim", respondeu e acrescentou que a polícia está fazendo um "trabalho muito difícil".

"Mas está claro que as cenas que vimos foram muito perturbadoras", acrescentou, considerando "correto" que haja uma investigação sobre a resposta policial na noite de sábado.

"O país continua comovido e chocado com o que aconteceu com Sarah Everard e devemos fazer todo o possível para encontrar respostas", destacou o primeiro-ministro, que nesta segunda-feira à tarde deve presidir uma reunião de especialistas em crime e justiça para abordar a questão da segurança das mulheres.

O Parlamento britânico debate atualmente uma legislação para reforçar os poderes da polícia, que deve ser votada na terça-feira.

O grupo feminista Sisters Uncut, que denunciou a intervenção policial na manifestação em homenagem a Everard, se opôs ao projeto de lei afirmando que "dar mais poder à polícia vai aumentar a violência contra as mulheres".

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