Carrefour deposita R$ 1 milhão para viúva de João Alberto

João Alberto foi espancado até a morte em novembro do ano passado, no estacionamento de uma das unidades do supermercado

por Kauana Portugal qui, 29/04/2021 - 13:05
Guilherme Gonçalves/FotosPublicas Protesto em frente ao Carrefour onde o crime ocorreu Guilherme Gonçalves/FotosPublicas

Nessa quarta-feira (28) o Carrefour Brasil disse ter feito o depósito de R$ 1 milhão para Milena Alves, viúva de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado até a morte em novembro do ano passado, no estacionamento de uma das unidades do supermercado, em Porto Alegre (RS). Seis pessoas se tornaram réus pelo crime, e dois seguranças seguem presos. As informações são do Correio do Povo.

Após o caso ter alcançado repercussão nacional, o Carrefour iniciou o pagamento de indenizações aos familiares da vítima. Contudo, Milena Alves já teria afirmado não concordar com o valor proposto pela empresa. Dessa forma, o depósito da quantia foi feito de maneira deliberada, em uma conta criada com a finalidade de consignação extrajudicial.

Para o Carrefour, o dinheiro corresponde à soma do patamar máximo por danos morais fixado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF), que estabelece um valor referente aos danos materiais independentemente da comprovação que seria necessária em caso de litígio, e que geraria novos custos à viúva.

Defesa da mulher quer "devolver o dinheiro"

Ao Uol, Hamilton Ribeiro, advogado de Milena, salientou que o depósito seria uma forma de pressionar a viúva por um acordo.

"Se houve o depósito, é um absurdo. O Carrefour acha que pode fazer o que quer com a vida dos outros? Querem empurrar goela abaixo. É mais uma bizarrice do Carrefour. Não tem acordo (extrajudicial) com eles. É uma cartada extremamente arriscada. Se depositaram esse valor, vamos devolver", prometeu Hamilton Ribeiro.

Um dos motivos pelos quais a viúva recusa a quantia, oferecida inicialmente em março de 2020, é que o valor seria o mesmo pago pela morte do cão Manchinha, espancado em 2018 por um segurança do Carrefour de Osasco (SP).

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