PE cobra insumos para investigar nova variante no Agreste
O secretário de Saúde do Estado, André Longo, ligou para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, solicitando vigilância genômica mais ágil, bem como doses extra de vacina
Em coletiva de imprensa on-line promovida pelo Governo de Pernambuco na tarde desta quinta-feira (27), o secretário de Saúde, André Longo, cobrou do Ministério da Saúde doses extra de vacinas contra a Covid-19 e testes de antígenos para investigar a presença da variante indiana do vírus, chamada de B.1.617, no Agreste do Estado. A região vive semanas dramáticas com a rápida aceleração do número de contaminações do novo coronavírus, com longas filas de espera por leitos de UTI.
De acordo com Longo, na semana epidemiológica de número 20, que se encerrou no último sábado, os números de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e de solicitação de leitos subiram em todo o Estado e, de forma mais agressiva, no Agreste. “Agora temos uma situação que requer muita atenção na primeira macrorregião de Saúde [que compreende a Região Metropolitana do Recife] e de alerta máximo no Agreste. Para se ter uma ideia, registramos na segunda macrorregião de Saúde um aumento de 35% em uma semana e de 55% em quinze dias nas solicitações de UTI. Nesse mesmo período, o crescimento de solicitações em todo o estado foi de 15% e 18%, respectivamente, em uma semana e quinze dias”, informou o secretário.
Segundo Longo, os números justificam a suspeita de que o Agreste esteja experienciando seu primeiro contato com uma nova variante. “A velocidade extraordinária com que a gente viu a onda de novas demandas por leitos na região do agreste chamou muita atenção para a circulação de uma nova variante. Não significa que seja a variante indiana, mas aqui em Pernambuco, como todos sabemos, nas últimas análises amostrais de sequenciamento genético, predominava a variante P1 amazônica”, comentou.
Longo criticou ainda a lentidão do governo federal para repassar os testes rápidos de antígenos para as unidades federativas. “Solicitamos ao Ministério da Saúde, que tem mais de 3 milhões de testes lá e inclusive disponibilizou 600 mil testes para o Maranhão, o envio imediato de 200 mil testes que queremos concentrar na região do Agreste, nos municípios mais acometidos pela onda de contaminação”, colocou Longo.
Em ligação direta para o ministro Marcelo Queiroga, o secretário expôs a alta de casos da região. "Falei por telefone com o ministro Queiroga sobre a necessidade de uma vigilância genômica mais ágil e mais rápida, já que o Brasil ainda peca na avaliação dessas variantes através do sequenciamento genético [...] Também procuramos o Lika [Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami] aqui do estado para que pudesse nos dar suporte, bem como com a Fiocruz, para poder agilizar o sequenciamento genético de amostras recentes aqui do estado”, completou Longo.