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O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) constatou que os médicos do Hospital Barão de Lucena (HBL), localizado no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, realizavam “cotinhas” com frequência para não interromper o atendimento dos pacientes. A fiscalização identificou o desabastecimento de insumos básicos, como soro, sondas para recém-nascidos e luvas e interditou parte da unidade.

O presidente do Cremepe, Dr. Mário Jorge Lobo, reclamou da instabilidade na compra de insumos que motivou a interdição do setor de cirurgias eletivas por 30 dias. A orientação é que as intervenções que não sejam urgentes - exceto oncológicas e casos especiais - sejam remarcadas ou redimensionadas para outras unidades.

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O conselho chegou a fazer três visitas ao Barão de Lucena e já havia notificado a direção sobre as inconformidades. Médicos e pacientes também foi apontaram dificuldades na realização de exames.

"Os relatos são de angústia e inconformidade de se viver diante de uma realidade dessa. Nós estamos falando de uma profissão onde quem se dedica, se dedica com amor. E quem vai fazer medicina, vai fazer medicina porque gosta de pessoas, para amenizar o sofrimento e salvar as pessoas. Quando você se depara com uma situação dessa, acontece o que foi dito. Se mobiliza, se junta. É o meu paciente. O meu paciente não é um número. A senhora Francisca, a senhora José, com quem eu estou lá, todos os dias. Então eu vou e compro o medicamento dele. Eu pago a biópsia dele, porque demora 14 dias para vir pelo estado uma biópsia. E com cinco, sete dias, se eu pagar chega. Isso é relato das equipes. Isso vai ser discutido no Ministério Público. Então, sentimento é de revolta e de angústia", definiu Dr. Mário Jorge Lobo.

A fragilidade na logística decorrente da incapacidade gerencial pode ter relação com a centralização do processo licitatório com o Governo do Estado. Antes, a compra era feita pela direção de cada unidade.

O presidente do Cremepe ainda reforçou que a interdição objetiva resguardar a assistência aos pacientes graves da unidade, para que não interfira nos tratamentos.

A gestão do Barão de Lucena foi intimada pelo Cremepe a se pronunciar. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também foram notificados da decisão.

Uma nova reunião com o corpo clínico vai ocorrer na próxima quinta (25), quando será discutido se houve desassistência no hospital. Uma nova fiscalização ocorre em 15 dias para verificar se pacientes deixaram de ser atendidos pela falta de materiais ou se o desabastecimento persiste.

A expectativa é que a governo do estado consiga prover os insumos de forma regular. Contudo, o Cremepe não descarta a possibilidade de instaurar sindicância e tomar as medidas judiciais para resolver a situação.

Uma aeronave da Presidência do Brasil com medicamentos para a população da Faixa de Gaza pousou nesta quarta-feira (18) no Aeroporto Internacional de Al-Arish, no Egito, proveniente de Roma, na Itália.

Segundo o Palácio do Planalto, a aeronave VC-2 aterrissou às 16h04 (horário local) com "40 purificadores de água portáteis e dois kits de medicamentos e insumos enviados pelo governo federal".

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Após o descarregamento da carga, a Presidência diz que o avião "decola para o Cairo, capital do Egito, onde a tripulação vai aguardar o transporte dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza".

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Da Ansa

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (3), a reestruturação do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), que tem como objetivo estimular o sistema produtivo de bens e serviços ligados à saúde, como medicamentos, vacinas e equipamentos hospitalares. A meta do governo federal, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é produzir 70% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do país em até dez anos. 

"Nossa meta é atingir 70% de produção nacional dos insumos necessários para nossa saúde. Para isso precisaremos da inovação, além de reforçar o campo da regulação. Isso se fará numa visão voltada não só para o país, mas para nosso papel na região e na cooperação para uma saúde global efetiva", declarou. 

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Segundo a ministra, a perspectiva é que em 30 dias cada um dos participantes do grupo executivo identifique e apresente propostas de estímulo ao setor. "Seja através de editais ou normativos que facilitem, por exemplo, as encomendas tecnológicas e outras medidas que possam favorecer a produção, a inovação e a reindustrialização no campo da saúde."

O anúncio foi feito em cerimônia que contou com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além da ministra Nísia Trindade. Na avaliação do governo, a dependência do Brasil para a aquisição de insumos torna o sistema de saúde público vulnerável ao mercado externo, suscetível às oscilações da economia mundial.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o momento é propício para uma reindustrialização, mas destacou que antes é necessário identificar as causas da desindustrialização. Citando o embaixador Rubens Ricupero, disse que apesar da pandemia, a globalização continua a pleno vapor, mas há um princípio novo: o da precaução.

"Não posso depender tudo lá de fora. Não posso depender do fertilizante do Canadá ou Noruega; de moléculas da Índia; de equipamentos da China", exemplificou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.. Nesse contexto, reforçou a importância das universidades federais, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Butantan.

Simultaneamente ao evento, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o decreto de criação do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis).

Complexo Econômico-Industrial da Saúde Criado em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula, o colegiado foi extinto durante a gestão de Jair Bolsonaro. O complexo econômico reúne os setores industriais de base química e biotecnológica (fármacos, medicamentos, imunobiológicos, vacinas, hemoderivados e reagentes) e de base mecânica, eletrônica e de materiais (equipamentos mecânicos, eletrônicos, próteses, órteses e materiais).

Com a reestruturação do Geceis, o Ministério da Saúde pretende aprofundar os estudos em áreas industriais sensíveis para aumentar a produção nacional de medicamentos, insumos farmacêuticos e equipamentos, além de reduzir a dependência do país aos produtos importados e a vulnerabilidade ao mercado externo.

A guerra na Ucrânia e os lockdowns em regiões industriais da China estão prolongando um problema que começou com a pandemia de Covid-19, em 2020. A escassez ou o encarecimento de insumos afeta 22 de 25 setores da indústria, revela levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo a CNI, há oito trimestres seguidos as indústrias citam a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema. No segundo trimestre deste ano, o setor mais afetado foi o das indústrias de impressão e reprodução, com 71,7% das empresas citando o problema. Em seguida, vêm os setores de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (70%) e indústrias de veículos automotores (69,8%).

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Apenas três segmentos da indústria não mencionaram a falta ou os preços altos das matérias-primas como o principal problema. Entre as indústrias de couros e artefatos de couro o problema apareceu em terceiro lugar, citado por 37,2% das empresas entrevistadas. Nos segmentos de móveis (38,7%) e de manutenção e reparação (45,5%), o problema ficou em segundo lugar na lista.

Para a economista da CNI, Paula Verlangeiro, cerca de metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria. Dessa forma, a escassez ou os preços altos dos insumos não atingem apenas os fabricantes e se disseminam pela cadeia produtiva, atingindo o consumidor por meio de aumento de preços ou de queda na produção.

De acordo com a economista, os gargalos na cadeia logística e produtiva provocados pela pandemia de Covid-19, que persistiam desde o fim de 2020, foram agravados neste ano com a guerra entre Rússia e Ucrânia e os severos lockdowns na China. Esses dois últimos fatores atrasaram a normalização das cadeias globais de insumos, que ainda não tinham se recuperado da pandemia.

A pesquisa revela, ainda, que os empresários acreditam que a situação se normalizará apenas em 2023. “Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter - a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos reajustes nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica a economista da CNI.

Juros altos

Além dos gargalos no acesso a matérias-primas, a pesquisa da CNI revelou que a alta dos juros preocupa a indústria brasileira. Segundo o levantamento, 16 dos 25 dos setores analisados consideram as recentes elevações da taxa Selic (juros básicos da economia brasileira) como um dos cinco principais problemas econômicos.

Para segurar a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic de 2% ao ano, em agosto de 2020, para 13,25% ao ano atualmente. Na avaliação da CNI, a alta é excessiva e prejudica a produção, o consumo e o emprego, ao encarecer o crédito.

Segundo a CNI, a preocupação com a taxa de juros cresce há cinco semestres seguidos, sendo cada vez mais citada pelos empresários industriais. Na divisão por setores, os segmentos de produtos diversos e de veículos automotores mencionaram a Selic como o segundo maior problema atual. Nos setores de alimentos, madeira, máquinas e equipamentos, materiais elétricos, metalurgia, têxteis e vestuário e acessórios, o item ocupa o terceiro lugar.

Uma fábrica de amostras para testes clínicos, insumos para a produção de biofármacos, começa a sair do papel com investimento de R$ 12,2 milhões na Unesp de Botucatu. A licitação para a construção da fábrica foi vencida pela empresa 2N Engenharia, que deve entregar as novas instalações à universidade em 2023. O projeto prevê que o prédio, de 1,5 mil metros quadrados, funcione também como escola universitária, favorecendo as pesquisas científicas para novos medicamentos e agregando conhecimento científico aos alunos.

"O Brasil não é autossuficiente em insumos estratégicos da indústria farmacêutica e isso ficou evidente no debate da produção da vacina da covid", explicou Pasqual Barretti, reitor da Unesp. "Somos dependentes, por exemplo, da China", disse o reitor. "Hoje, não temos opção a não ser entregar o produto da pesquisa à iniciativa privada", disse, referindo-se a um período de tempo de três anos existente entre a descoberta científica na bancada da academia e o desenvolvimento de um remédio. "Esse período é o que os pesquisadores científicos chamam de vale da morte", acrescentou.

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VERBA

A nova fábrica/escola foi aprovada pelo Ministério da Saúde em 2018. O projeto foi idealizado pelos pesquisadores Rui Seabra Ferreira Junior, veterinário, e Benedito Barraviera, médico, do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap).

Atualmente, o orçamento da Unesp está em R$ 2,98 bilhões, com previsão de chegar a R$ 3,34 bi em 2022. A proposta orçamentária do governo estadual prevê um valor de R$ 3,78 bilhões para a Unesp, sendo R$ 3,34 bilhões provenientes dos repasses vinculados ao ICMS. O orçamento está em discussão e será votado em dezembro no Conselho Universitário. O valor global representa um acréscimo de 22% em relação ao de 2021. O orçamento estadual do próximo ano prevê um total de R$ 17 bilhões para as três universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) e para a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), um valor considerado recorde.

Para Barraviera, um dos idealizadores da fábrica de insumos ", trata-se de um projeto de Estado, não é um projeto de governo". "Começamos em 2010. Atravessamos quatro presidentes e quatro reitores", afirmou ao Estadão. "No início, o governo federal percebeu o déficit crescente da balança comercial na saúde, particularmente em medicamentos. Agora, estima-se que seja de US$ 30 bilhões. No âmbito da saúde, claro, piorado com a pandemia."

O cientista contou que "se por um lado a agropecuária coloca recursos, que é o que está mantendo o País, na saúde ocorre o contrário: importa tudo". Segundo ele, o Brasil é um grande envasador de produtos farmacêuticos. "Ouvi que o Brasil já gastou R$ 30 bilhões com a compra de vacinas. São números vultosos para manter a saúde do nosso povo. Lá em 2010, perceberam isso e começaram a desenvolver produtos estratégicos para o SUS."

Ele lembrou de uma pesquisa anterior, na qual desenvolveu o remédio Selante de Fibrina. "Começamos essa caminhada com anuência da Anvisa. Aí percebemos que, para se ter um produto biológico, estamos falando de biofármacos, temos de ter as boas práticas de fabricação, a chamada área limpa para produzir o insumo em fábricas", contou. "Mas o Brasil não dispõe. Temos chão de fábrica, mas para produção em escala. Manguinhos, Butantan e outros que têm esse chão de fábrica, mas para produtos em escala. Não são para pesquisa clínica. Os dois produtos que iniciaram isso foram o Selante de Fibrina, para tratar feridas, e o soro antiapílico, em 2013, para múltiplas picadas de abelha", lembrou.

PRODUTO

Ele avalia que a nova fábrica vai permitir a produção de pequenos lotes de insumos para viabilizar a pesquisa. "Lotes com 500 amostras, por exemplo. Um projeto de fase 1, em geral, com 50 pacientes, depois tem a fase 2, com 200, 300, e na fase 3 já são centenas de pacientes. Isso não é feito pela indústria, porque ela teria de parar toda a produção para fazer lotes de amostra. Isso vamos fazer."

Segundo o professor Rui Seabra, que em 2011 visitou centros de pesquisas na Itália, França, Suíça e Espanha, para conhecer os processos, os cientistas brasileiros identificaram o que no mundo é conhecido como o "Vale da Morte". "As indústrias não absorvem a tecnologia criada na bancada da pesquisa. E a gente tem muita coisa boa nesse sentido. Na área médica esse é um problema."

"Visitamos alguns centros europeus para compreender o conceito de CDMO (Contract Development and Manufacturing Organization). São organizações que trabalham no desenvolvimento de medicamento desde a pré-formulação, produção em escala ainda laboratorial, a escalabilidade para produção industrial em larga escala", relatou Seabra. "Será o único no Brasil. Há apenas um, no México, pela proximidade com os EUA. As facilities são procuradas pelas indústrias para realizar de maneira muito mais rápida os processos que envolvem risco. A AstraZeneca pegou a tecnologia da vacina da Universidade de Oxford e contratou duas ou três CDMO para o desenvolvimento dos primeiros lotes da vacina. Depois foram construídas fábricas maiores. A Pfizer também fez isso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 1047/21, que permite à administração pública comprar com dispensa de licitação insumos, bens e serviços, inclusive de engenharia, para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.

O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), prevendo que o gestor deverá apresentar justificativa técnica para a compra e para o preço contratado, divulgando as compras na internet imediatamente e em separado das outras contratações.

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A MP reedita os termos das leis 13.979/20 e 14.035/20, que perderam a vigência por se referirem apenas ao Decreto Legislativo 6/20, que reconheceu o estado de calamidade pública durante o ano de 2020.

Os deputados analisam agora os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de fazer mudanças no texto.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recebeu mais um carregamento com ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a produção de vacina contra a covid-19. A matéria-prima para produção de vacinas da AstraZeneca chegou no final da tarde de ontem (12) no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

Os insumos vieram do laboratório Wuxi Biologics, na China. De acordo com a Fiocruz, a entrega dessa remessa permitirá a continuidade da produção da vacina e garantirá entregas semanais ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) até 10 de julho.

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Na sexta-feira (11), a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), entregou 2,7 milhões de doses da vacina de covid-19 ao PNI.

“Com esta remessa, a fundação atinge cerca de 53,8 milhões de doses entregues ao PNI. A pedido da Coordenação de Logística do Ministério da Saúde, as entregas semanais se manterão às sextas-feiras e não seguirão para o almoxarifado em São Paulo, conforme previsto anteriormente”, informou a Fiocruz.

 

Em coletiva de imprensa on-line promovida pelo Governo de Pernambuco na tarde desta quinta-feira (27), o secretário de Saúde, André Longo, cobrou do Ministério da Saúde doses extra de vacinas contra a Covid-19 e testes de antígenos para investigar a presença da variante indiana do vírus, chamada de B.1.617, no Agreste do Estado. A região vive semanas dramáticas com a rápida aceleração do número de contaminações do novo coronavírus, com longas filas de espera por leitos de UTI.

De acordo com Longo, na semana epidemiológica de número 20, que se encerrou no último sábado, os números de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e de solicitação de leitos subiram em todo o Estado e, de forma mais agressiva, no Agreste. “Agora temos uma situação que requer muita atenção na primeira macrorregião de Saúde [que compreende a Região Metropolitana do Recife] e de alerta máximo no Agreste. Para se ter uma ideia, registramos na segunda macrorregião de Saúde um aumento de 35% em uma semana e de 55% em quinze dias nas solicitações de UTI. Nesse mesmo período, o crescimento de solicitações em todo o estado foi de 15% e 18%, respectivamente, em uma semana e quinze dias”, informou o secretário.

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Segundo Longo, os números justificam a suspeita de que o Agreste esteja experienciando seu primeiro contato com uma nova variante. “A velocidade extraordinária com que a gente viu a onda de novas demandas por leitos na região do agreste chamou muita atenção para a circulação de uma nova variante. Não significa que seja a variante indiana, mas aqui em Pernambuco, como todos sabemos, nas últimas análises amostrais de sequenciamento genético, predominava a variante P1 amazônica”, comentou.

Longo criticou ainda a lentidão do governo federal para repassar os testes rápidos de antígenos para as unidades federativas. “Solicitamos ao Ministério da Saúde, que tem mais de 3 milhões de testes lá e inclusive disponibilizou 600 mil testes para o Maranhão, o envio imediato de 200 mil testes que queremos concentrar na região do Agreste, nos municípios mais acometidos pela onda de contaminação”, colocou Longo.

Em ligação direta para o ministro Marcelo Queiroga, o secretário expôs a alta de casos da região. "Falei por telefone com o ministro Queiroga sobre a necessidade de uma vigilância genômica mais ágil e mais rápida, já que o Brasil ainda peca na avaliação dessas variantes através do sequenciamento genético [...] Também procuramos o Lika [Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami] aqui do estado para que pudesse nos dar suporte, bem como com a Fiocruz, para poder agilizar o sequenciamento genético de amostras recentes aqui do estado”, completou Longo.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou que as declarações anti-China do governo federal aumentam dificuldades para liberação de insumos. Segundo ele, além de questões técnicas, os ataques ao país oriental podem atrasar a entrega de um total de 54 milhões de doses de Coronavac ao Ministério da Saúde até setembro, devido à falta de insumos. Esse volume é referente ao segundo contrato do governo federal com o Butantan - o primeiro, já finalizado, foi de 46 milhões de doses.

"Cada declaração que ocorre aqui no Brasil repercute na imprensa da China. Isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram resolvidas em 15 dias, agora demoram mais de um mês. Nós, que estamos na ponta, sentimos isso. Nós sentimos e a Fiocruz também sentiu", disse Covas.

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O diretor do Butantan ainda reforçou, em resposta à senadora Simone Tebet (MDB-MS), que se a contratação com o governo federal tivesse ocorrido antes, 100 milhões de doses poderiam ter sido integralizadas em maio. "E nesse momento (com o contrato atual) não sabemos se 100 milhões de dose serão integralizadas em setembro dada as dificuldades em relação a matéria-prima", relatou.

Dimas Covas também disse que, em razão da demora no recebimento de insumos, 7 milhões de doses previstas inicialmente dentro do pacote de vacinas a serem entregues em maio não poderão ser fornecidas neste mês. Segundo ele, o problema relativo a matéria-prima parou a produção da Coronavac por cerca de um mês.

"Tínhamos o compromisso de entregar 12 milhões de doses em maio e já entregamos 5 milhões. A produção foi retomada e vamos entregar 6 milhões de doses a partir de 12 de junho, então houve 7 milhões de doses que poderiam ter sido entregues ainda em maio, de acordo com o cronograma inicial", afirmou.

A Fiocruz recebe, na tarde deste sábado (22), uma nova remessa de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina de Oxford/AstraZeneca. A previsão é de que o voo com o insumo chegue ao Rio às 17h50. Com o recebimento da IFA, a Fiocruz retoma os trabalhos de produção no Instituto de Tecnologia de Imunobiológicos, interrompidos desde quinta-feira por falta de matéria-prima.

O novo carregamento é suficiente para a produção de 12 milhões de doses. Com isso, está assegurada a produção de vacinas até a terceira semana de junho e entregas ininterruptas até 3 de julho. Ao todo, a Fiocruz já entregou ao Programa Nacional de Imunização (PNI) 41,1 milhões de doses.

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deve receber neste sábado (22) o carregamento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), produzido pelo laboratório Wuxi Biologics. O componente é o mais importante da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19.

A entrega de hoje incluirá duas remessas, já que um carregamento que estava previsto para o próximo dia 29 teve seu envio antecipado. Ao chegar, o IFA ainda precisa ser checado e descongelado. De acordo com a Fiocruz, os carregamentos serão suficientes para produzir 12 milhões de doses de vacinas, o que vai assegurar as entregas ao Sistema Único de Saúde (SUS) até a terceira semana de junho.

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Por causa da falta do componente, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) suspendeu na  quinta-feira (20) a produção da vacina. Com a chegada do insumo, a produção deverá ser retomada na próxima terça-feira (25).

Desde fevereiro, a Fiocruz já produziu 50 milhões de doses da vacina, cerca de metade das 100,4 milhões de doses previstas no acordo de encomenda tecnológica assinado com a farmacêutica europeia AstraZeneca.

Transferência de tecnologia

A Fiocruz também trabalha no processo de transferência de tecnologia para produzir o insumo no Brasil. Segundo a Fiocruz, todas as informações técnicas necessárias à transferência de tecnologia já foram repassadas pela AstraZeneca à fundação.

 

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, confirmou nesta quinta-feira (20) que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), insumo fundamental para a produção de vacinas, chegará ao Brasil nos próximos dias. As remessas serão destinadas tanto à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a vacina da AstraZeneca, quanto ao Instituto Butantan, que fabrica a CoronaVac. O anúncio foi feito durante videoconferência do embaixador com membros do Fórum dos Governadores.

"Na conversa com o Fórum dos Governadores informei a liberação dos novos lotes de IFA pra produzir no total 16,6 milhões de doses da CoronaVac e vacina AstraZeneca, que chegarão no Brasil nos próximos dias. A China, fraterna com o povo brasileiro, está comprometida em parceria de vacinas", postou Wanming em suas redes sociais.

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A Fiocruz prevê receber no sábado (22) um carregamento de IFA suficiente para produzir 12 milhões de doses de vacinas, o que vai assegurar as entregas ao Sistema Único de Saúde (SUS) até a terceira semana de junho. A entrega incluirá duas remessas de IFA, já que um carregamento que estava previsto para o próximo dia 29 teve seu envio antecipado.

Enquanto produz as doses do acordo de encomenda tecnológica com a AstraZeneca, que prevê a importação do IFA, a fundação também trabalha no processo de transferência de tecnologia para produzir o insumo no Brasil. Segundo a Fiocruz, todas as informações técnicas necessárias à transferência de tecnologia já foram repassadas pela AstraZeneca à fundação.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já concedeu a certificação das condições técnico-operacionais das instalações (CTO) que produzirão o IFA, após vistoria realizada neste mês.

Desde fevereiro, a Fiocruz já produziu 50 milhões de doses da vacina, cerca de metade das 100,4 milhões de doses previstas no acordo de encomenda tecnológica assinado com a farmacêutica europeia AstraZeneca.

Já na terça-feira (25), deve chegar ao país uma remessa de 3 mil litros de IFA destinada ao Butantan, volume suficiente para a produção de cerca de 5 milhões de doses de vacinas. O Instituto Butantan tem dois contratos assinados com o Ministério da Saúde para o fornecimento de vacinas para a população brasileira por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O primeiro contrato, para fornecimento de 46 milhões de doses, já foi cumprido. Falta ainda um contrato de 54 milhões de doses, previsto para ser entregue em agosto. Até este momento, o Butantan entregou 47,2 milhões de doses de vacinas ao governo federal.

Produção

Por falta de insumos, a produção de vacinas contra a covid-19, no Butantan, está paralisada desde a última sexta-feira (14). Segundo o instituto, a falta de matéria-prima ocorreu por problemas burocráticos, provocados por declarações de membros do governo brasileiro sobre a China. O governo brasileiro nega que estejam ocorrendo problemas diplomáticos e credita a falta de insumos a um problema mundial.

Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção da vacina Oxford/AstraZeneca, suspendeu hoje a produção de vacinas contra a covid-19, de forma temporária. “Com a chegada da nova remessa de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), prevista para sábado (22), a expectativa é de que, já na próxima terça-feira (25), a produção seja retomada normalmente”, disse a Fiocruz. Essa quantidade de insumos que vai chegar no sábado, segundo a Fiocruz, será suficiente para a produção de 12 milhões de doses da vacina.

Durante a reunião com o embaixador, o governador Flávio Dino, do Maranhão, disse que ataques à China não representam a opinião dos governadores. Já o governador de São Paulo, João Doria, chegou a propor que a compra de vacinas chinesas seja feita diretamente pelo Fórum dos Governadores, sem intermediação do governo federal.

Participaram da reunião por videoconferência, além dos governadores do Maranhão e de São Paulo, Wellington Dias (Piauí), Waldez Góes (Amapá) e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Ministério da Saúde

Em reunião, na tarde de hoje, da Comissão Externa da Câmara dos Deputados de Enfrentamento da Covid-19, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que o governo federal está atuando para articular junto ao governo chinês a liberação dos IFAs para abastecer a produção de imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca no Brasil.

“Temos conversas permanentes com a embaixada brasileira na China. Conversamos com o embaixador e pedimos que estejam sempre próximos para fazer gestões a fim de conseguir este IFA tão logo que possível. O ministro aqui está próximo do embaixador da China no Brasil. Eles [autoridades chinesas] dizem que existe esforço grande para a imunização da população chinesa, e isso é um desafio”, afirmou o secretário executivo.

 

Em reunião com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), solicitou ajuda para evitar atrasos na liberação de lotes do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina contra a covid-19 Coronavac.

"O Brasil lamentavelmente é um risco para o mundo. Se não tivermos vacinas, esse risco crescerá ainda mais, porque não é um problema humanitário para o Brasil, é um problema humanitário para o mundo", disse o governador.

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Em resposta, o embaixador chinês afirmou que o país não colocará "obstáculos políticos" na liberação dos insumos.

"A China vai continuar a fornecer insumos para o Brasil e não vamos colocar obstáculos políticos, nem tratamento diferenciado na liberação de insumos para a Coronavac ou para a vacina AstraZeneca. Desejamos o máximo de esforço", afirmou Wanming.

Ontem, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou a chegada de 3 mil litros do insumo na próxima semana durante entrevista coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes.

Também participaram da teleconferência com embaixador chinês os governadores do Amapá, Waldez Góes (PDT); Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); e Piauí, Wellington Dias (PT), que coordena a temática vacinas no Fórum de Governadores.

Doria propôs que a compra de vacinas chinesas que estão em aprovação pela Anvisa seja mediada pelo Fórum, em vez do Ministério da Saúde - que tem contrato com o Instituto Butantan para a entrega de 100 milhões de doses da Coronavac, das quais 47,21 milhões já foram disponibilizadas.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê entregar nesta sexta-feira, 21, ao Ministério da Saúde cerca de 5,3 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Mas, a partir desta quinta-feira, 20, e pelo menos até a próxima segunda-feira, 24, a produção do imunizante será interrompida por falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). A chegada desse componente, vindo da China, está prevista para sábado, 22. Se a data for cumprida, a produção da vacina deve ser retomada na terça-feira, 25.

Por enquanto, não há previsão de que essa interrupção na produção tenha impacto no cronograma de entregas futuras. As entregas são feitas toda sexta-feira, conforme pactuado com o Ministério da Saúde, seguindo a logística de distribuição definida pela pasta. "Caso haja impacto, isso será avaliado e comunicado mais à frente", afirma nota da Fiocruz.

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Com as doses a serem entregues nesta sexta-feira, o total de imunizantes distribuídos pela Fiocruz chegará a 40,2 milhões, sendo 36,2 milhões produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e 4 milhões importadas prontas da Índia. Ao todo, a Fiocruz já produziu em torno de 50 milhões de doses do imunizante. As demais doses produzidas se encontram em diferentes etapas do processo de controle de qualidade.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou nesta quarta-feira (19) que o volume de insumos para a vacina CoronaVac que chegará ao Brasil na próxima semana será menor do que foi inicialmente previsto. A quantidade confirmada pelo governo chinês é de apenas 3 mil litros de insumo farmacêutico ativo (IFA), mil a menos do que havia sido anunciado pelo Instituto Butantan na última segunda-feira (17).

Os 3 mil litros de insumos para a vacina devem chegar ao Brasil entre os dias 25 e 26 de maio e são suficientes para fabricar cerca de 5 milhões doses de vacina.

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A CoronaVac é uma vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac, que tem enviado os insumos para que a vacina seja produzida no Brasil. Segundo o Butantan, a Sinovac já tem 10 mil litros de insumos prontos para enviar ao Brasil, mas aguarda a autorização de embarque do governo chinês.

Com o atraso na chegada dos insumos, Dimas Covas prevê que haverá atraso também na entrega das doses da vacina ao Ministério da Saúde. “O Butantan tinha uma previsão de entrega de 12 milhões de doses [da vacina CoronaVac] em maio e 6 milhões em junho [para o Ministério da Saúde]. Para totalizar esse volume, precisaríamos de 10 mil litros [de insumos], que deveriam estar disponíveis no começo de maio. Na primeira previsão, no início desta semana, chegou a informação da Sinovac de que teria solicitado autorização para 4 mil litros [de insumos], e ontem foram autorizados efetivamente 3 mil litros de insumos. Com isso, o cronograma [de entrega de vacina para o Ministério da Saúde] não se cumprirá, e aguardamos a próxima remessa de matéria-prima”, disse Covas.

Dimas Covas informou que, nesta madrugada, houve nova reunião com a Sinovac. Segundo ele, o Instituto Butantan espera que novas remessas de insumos sejam autorizadas pelo governo chinês em breve.

Carência mundial

A produção de vacinas contra a covid-19 no Butantan está paralisada desde a última sexta-feira (14), por falta do ingrediente farmacêutico básico. Segundo o instituto, a falta de matéria-prima ocorreu por problemas burocráticos provocados por declarações de membros do governo brasileiro sobre a China.

No último domingo (16), ao participar da abertura de uma campanha de testagem da população para o novo coronavírus, em Botucatu (SP), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou a interrupção na produção de vacinas contra a covid-19 pelo Instituto Butantan por falta do IFA. Queiroga ressaltou que a carência da matéria-prima é mundial. “É importante passar uma mensagem positiva para a sociedade brasileira, e não essa cantilena de que está faltando [IFA]. O Brasil precisa de tranquilidade para superarmos juntos essa dificuldade sanitária”, disse.

Perguntado se os problemas com o IFA poderiam ser reflexo de questões diplomáticas com a China, Queiroga disse que o país asiático tem sido um grande parceiro para o Brasil e que não vê nenhuma fissura nas relações entre o governo brasileiro e o chinês.

“O presidente[ Jair Bolsonaro] tem uma excelente relação não só com a China, mas com todas as nações com que o Brasil estabelece relações internacionais. A China integra um bloco econômico importante que é o Brics, o Brasil faz parte, a Rússia faz parte, e as relações são absolutamente normais”, ressaltou Queiroga.

 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que devem chegar, na próxima terça-feira (25), 3 mil litros de insumos vindos da China para a produção da vacina da Covid-19. Diante da redução da quantidade de insumos - inicialmente de 10 mil litros para 4 mil litros no início da semana e agora 3 mil litros - Covas afirma que o cronograma de entrega de doses de imunização para maio não será mantido.

A previsão de entrega das vacinas da Coronavac era de 12 milhões de doses para maio e 6 milhões para junho. No entanto, para totalizar a quantidade acordada, seria necessária a entrega dos 10 mil litros pela Sinovac. Segundo Covas, com o novo calendário, a expectativa de doses fica em aberto.

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Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 18, o diretor do Butantan ainda informou que, na madrugada de ontem para hoje, houve uma reunião entre o embaixador do Brasil em Pequim, Paulo Mesquita, e a Sinovac.

Covas classificou que as informações da reunião foram positivas. "Esperamos que isso surta efeito a partir de agora junto ao governo chinês para que haja essa flexibilização para a liberação de mais doses", pontuou o diretor. "Já aguardamos notícia do próximo embarque".

O Instituto Butantan finalizou nesta sexta-feira (14) as entregas do primeiro contrato para fornecimento de vacinas contra o novo coronavírus ao Programa Nacional de Imunizções (PNI). Foi disponibilizado o total de 1,1 milhão de doses, somando 47,2 milhões de doses da vacina CoronaVac, elaborada em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

O contrato previa o fornecimento de 46 milhões de doses da vacina. Assim, o lote de hoje também é o início do cumprimento do segundo contrato para a disponibilização de 54 milhões de doses até o final de agosto.

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O Butantan informou que vai paralisar a produção até a chegada de um novo lote com 10 mil litros de insumo farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima da vacina. Segundo o governo de São Paulo, o carregamento ainda não foi liberado pelo governo chinês para ser embarcado ao Brasil. "Esses 10 mil litros correspondem a aproximadamente 18 milhões de doses da vacina, absolutamente necessários para manter a frequência do sistema vacinal, acelerar e atender os que precisam da segunda dose”, disse o governador João Doria.

Ele atribuiu o atraso na liberação do envio do material a um “entrave diplomático” causado por declarações "desastrosas” de autoridades do governo brasileiro em relação à China e à própria vacina.

A entrega de insumos já sofreu outros atrasos semelhantes. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a finalização do primeiro contrato de fornecimento ao PNI teve um atraso de 12 dias.

Atrasos no cronograma

Com a atual demora na entrega de matéria-prima, a estimativa de Covas é que só sejam disponibilizadas cinco milhões de doses de vacina em maio, quando a previsão inicial era de 12 milhões de doses.

O governo de São Paulo avalia que as doses disponíveis no momento são capazes de atender todos os grupos convocados para receber a imunização. No entanto, Covas lembrou que alguns municípios, seguindo recomendação do Ministério da Saúde, usaram todas as doses de CoronaVac para a primeira etapa da imunização e podem ter dificuldades para aplicar a segunda dose. Problema que, de acordo com o presidente do Butantan, não acontece no estado de São Paulo.

Itamaraty

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, no último dia 6, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse que a relação com a China está entre as prioridades do governo brasileiro. "Queremos um relacionamento econômico e comercial maior e mais diversificado com a China", afirmou na ocasião.

Embaixada da China

Em publicação nas redes sociais, a embaixada chinesa no Brasil destacou a cooperação com países em desenvolvimento para o acesso a vacinas e insumos. "A China é o maior fornecedor de vacinas para países em desenvolvimento, oferecendo assistências vacinais a mais de 80 nações em desenvolvimento e exportando o imunizante a uns 50 países. A China continua a honrar seu compromisso de tornar suas vacinas um bem público global", diz a publicação.

 

O Instituto Butantan informou que vai suspender completamente a produção da CoronaVac, vacina contra a Covid-19, a partir desta sexta-feira (13), por falta de matéria-prima. O imunizante é produzido com insumo do laboratório chinês Sinovac, que já possui um lote com 10 mil litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), necessário para a retomada da produção no Brasil, pronto para envio, mas aguarda liberação do governo da China. Com esse volume, é possível produzir 18 milhões de doses da vacina brasileira, diz o Instituto.

A entrega da remessa estava prevista para esta quinta-feira (12), mas foi adiada, sem previsão de envio. Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ainda na quinta-feira houve uma reunião com representantes do governo chinês para solicitar a aceleração no envio.

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Em abril, o Instituto já havia suspendido o envase do imunizante na fábrica do Brasil, mas os setores de rotulagem e controle de qualidade ainda funcionavam para entregar as doses para o Ministério da Saúde. Nesta sexta-feira (14), serão entregues mais de 1,1 milhão de doses da CoronaVac para o governo federal, estimado último lote, já que não há mais material para processamento de nenhuma etapa de produção.

O Butantan esclarece que, por parte da biofarmacêutica Sinovac, não há qualquer entrave relativo à disponibilização do IFA, sendo a liberação do envio totalmente orquestrada pela China. A produção será retomada de imediato, assim que os ingredientes chegarem ao Brasil.

Durante o evento de início da vacinação para pessoas com Síndrome de Down na Zona Oeste da capital Paulista, o governador de São Paulo, João Dória, afirmou que há 10 mil litros de insumos da vacina Coronavac travados na China e culpou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por esse problema. 

Esses insumos seriam suficientes para a produção de 18 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. É muito necessário para o Brasil. É um problema diplomático, um problema que se dá pelas manifestações sucessivas erráticas e desnecessárias pelo governo federal, do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seus ministros", disse o governador.

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O tucano acentua que esses insumos estão parados nos refrigeradores do laboratório Sinovac Biotech, que desenvolve a vacina na China, esperando a autorização para envio para o Brasil.

Briga diplomática

No dia cinco de maio, em discurso no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a China, insinuando que o país asiático teria se beneficiado economicamente da Covid-19. Ele chegou a afirmar que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório.

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em um laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é uma guerra química bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês", afirmou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que deve se reunir, nesta sexta-feira (7), com representantes chineses, em especial o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, a fim de tratar da disponibilização de insumos farmacêuticos ao País.

O anúncio acontece um dia após o presidente Jair Bolsonaro voltar a veicular teorias conspiratórias, entre elas, a de que o novo coronavírus havia sido concebido em laboratório como parte de uma guerra biológica. "Vamos continuar trabalhando para manter as boas relações que o Brasil tem com a China no que tange à questão da Saúde. Eu e o ministro das Relações Exteriores Carlos França estamos trabalhando juntos", disse Queiroga durante depoimento à CPI da Covid no Senado. "Estou com muitas esperanças de que consigamos ampliar ações com a China independente de quaisquer fatos", completou.

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O senador Humberto Costa (PT-PE), quem perguntava ao depoente, ironizou o otimismo do ministro. "Eu imagino que ajudou muito a fala do presidente. O senhor vai chegar amanhã na Embaixada da China e vai ser recebido de braços abertos", afirmou.

Medicamentos sem eficácia comprovada

O depoimento do ministro da Saúde criou um clima tenso na CPI da Covid, diante da resistência do auxiliar de Bolsonaro em responder qual sua posição sobre o uso da cloroquina em pacientes da Covid-19, medida defendida pelo presidente da República, mesmo sem eficácia comprovada do medicamento contra a doença.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), elevaram o tom e as cobranças para que Queiroga se manifestasse objetivamente sobre o tópico, enquanto que o ministro afirmou não ser esse o momento apropriado para dar sua opinião sobre o medicamento.

"Não faço juízo de valor acerca da opinião do presidente. É uma questão de natureza técnica. No começo, o uso compassivo (do remédio) foi feito em diversas instituições e já existem (estudos) controlados que mostram que naqueles pacientes mais graves esse medicamento não tem efeito; no intermediário, o medicamento não tem efeito", disse Queiroga, que, no entanto, foi interrompido por Renan, segundo quem o ministro não estava respondendo à sua pergunta.

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