Extremistas sequestram 20 crianças na Nigéria
Dois homens foram assassinados pelo grupo Estado Islâmico na África Ocidental
Os extremistas islâmicos mataram dois homens e sequestraram 20 crianças no estado de Borno, epicentro de uma insurgência islâmica na Nigéria, informaram um líder comunitário e residentes nesta sexta-feira (21).
Os extremistas do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, nas siglas em inglês) invadiram na quinta-feira a aldeia de Piyemi, matando dois homens adultos e sequestrando 13 meninas e sete meninos, segundo as fontes.
O ataque de quinta-feira ocorreu perto da cidade de Chibok, onde há oito anos os extremistas do Boko Haram sequestraram mais de 200 estudantes em um ataque que gerou condenação internacional.
Os membros do ISWAP, vestidos com uniformes militares, começaram a atirar e saquear os comércios da cidade e a incendiar as casas, segundo os moradores. "Mataram a tiros dois homens e levaram 13 meninas e sete meninos de entre 12 e 15 anos", disse à AFP por telefone Samson Bulus, um dos habitantes.
Os extremistas colocaram as "20 crianças sequestradas na aldeia em um caminhão e as levaram para a floresta" de Sambisa, perto dali, contou outro dos habitantes, Silas John. As autoridades militares não estavam disponíveis até o momento para comentar o ataque, mas um funcionário do governo local de Chibok confirmou os fatos, sem mais detalhes.
"Esse ataque foi o terceiro nos últimos dias e evidencia os riscos que as cidades dos arredores de Chibok correm em relação aos extremistas", declarou Ayuba Alamson, um líder dessa cidade.
Os moradores voltaram na sexta-feira para a aldeia de Piyemi após passarem a noite no monte para escapar dos atacantes. Os extremistas destruíram parte da aldeia, incluindo uma igreja, e queimaram 10 veículos no ataque que durou três horas, disse John.
O ISWAP, que nasceu em 2016, é uma divisão do Boko Haram e é reconhecido pelo grupo Estado Islâmico. Desde que começou a rebelião do grupo islâmico radical Boko Haram em 2009, no nordeste da Nigéria, o conflito deixa quase 36.000 mortos e dois milhões de deslocados.