França fala em repatriar filhos de jihadistas na Síria

Cerca de 80 mulheres francesas, que se juntaram ao grupo Estado Islâmico, e 200 crianças estão detidas em campos administrados por curdos no nordeste da Síria

seg, 14/02/2022 - 21:01
BULENT KILIC Uma mulher francesa, que pertencia ao grupo Estado Islâmico antes de fugir, é fotografada com seu filho em um acampamento no nordeste da Síria, em 17 de fevereiro de 2019 BULENT KILIC

A França continuará, na medida do possível, a repatriar os filhos dos jihadistas franceses que estão no nordeste da Síria, mas descartou fazer o mesmo com adultos, reiterou nesta segunda-feira (14) o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

"Para as crianças, continuaremos, para os menores desacompanhados, os órfãos, para aqueles cuja mãe concordou em deixá-los ir [...] e realizando, cada vez, operações extremamente perigosas", declarou Le Drian à emissora France 5, ao lembrar que a região ainda está "em guerra".

"Por outro lado, os adultos, eles não serão repatriados", enfatizou.

Até agora, a França repatriou 35 menores, a maioria de órfãos.

Cerca de 80 mulheres francesas, que se juntaram ao grupo Estado Islâmico, e 200 crianças estão detidas em campos administrados por curdos no nordeste da Síria.

Advogados, deputados e ONGs instaram as autoridades francesas a repatriá-los.

O governo francês, porém, estuda caso a caso a situação das crianças e considera que os adultos devem ser julgados onde agiram.

"O que seria necessário é que a situação se estabilize na Síria, mas não é o caso, e que uma jurisdição responsável [desses julgamentos] seja identificada, caso contrário não há saída", concluiu Le Drian.

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