Justiça indiana condena 38 pessoas à morte por atentados
Atentados na cidade de Ahmedabad, região oeste do país, deixaram 56 vítimas fatais e mais de 200 feridos em 2008
Um tribunal indiano condenou nesta sexta-feira (18) à pena de morte 38 pessoas pelos atentados de 2008 na cidade de Ahmedabad, região oeste do país, que deixaram 56 vítimas fatais e mais de 200 feridos.
No dia 8 de fevereiro, o tribunal considerou 49 réus culpados pelos ataques coordenados que aconteceram em locais muito movimentados da cidade, a maior do estado de Gujarat.
"O juiz especial A R Patel decretou a pena de morte para 38 dos 49 condenados", anunciou o promotor especial Amit Patel. "Onze condenados receberam sentenças de prisão perpétua", acrescentou.
Um grupo autodenominado 'Indianos Mujahedines' assumiu a responsabilidade pelo ataque, que definiu como um ato de vingança por conflitos religiosos em 2002 no mesmo estado e que deixaram quase 1.000 mortos.
Quase 80 pessoas foram acusadas pelos atentados, mas 28 foram absolvidas, segundo o promotor Amit Patel.
Os condenados foram considerados culpados de assassinato e conspiração criminosa, explicou.
O julgamento gigantesco durou quase uma década devido ao complexo sistema jurídico indiano. Mais de 1.100 testemunhas foram ouvidas e vários atrasos foram registrados no processo.
Durante o período, a polícia evitou mais de 10 tentativas de fuga dos acusados da prisão - vários tentaram cavar túneis em suas celas com pratos de comida.
Ahmedabad foi o epicentro em 2002 de distúrbios religiosos que provocaram a morte de quase 1.000 pessoas, a maioria muçulmanas.
Em 2008, a Índia foi cenário de vários ataques com bombas reivindicados pelo grupo 'Indianos Mujahedines', com dezenas de pessoas assassinadas na capital Nova Délhi e na cidade turística de Jaipur.
Em novembro do mesmo ano, 166 pessoas morreram em um atentado coordenado de homens armados com explosivos em hotéis e outros locais de Mumbai, um ataque que as autoridades atribuíram a militantes paquistaneses.