Multidão toma as ruas do Recife na Marcha da Maconha

sab, 21/05/2022 - 18:47
Júlio Gomes/LeiaJá Imagens Aperte o Verde Contra o Fascismo: A nossa luta é pelo bem viver” foi o lema da caminhada Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

 No final da tarde deste sábado (21), uma verdadeira multidão tomou as ruas do centro do Recife protestando por novas políticas de drogas. Para a coordenação da  Marcha da Maconha, o combate às drogas do jeito que é feito no país atinge mais a população negra que sofre com o genocídio e o encarceramento em massa.

Concentrados na Praça do Derby desde às 14h, os manifestantes saíram pela área central da capital pernambucana às 17h30. De forma pacífica, não houve nenhum confronto entre os protestantes e a Polícia Militar, que acompanhou toda a passeata e ajudou no ordenamento do trânsito junto com agentes da CTTU.

Riso Araújo, 33 anos, fala da importância da legalização para auxiliar as pessoas que sofrem com epilepsia, ansiedade e outros problemas. A filha dela, Rayssa Vitória, 8 anos, faz uso do óleo do canabidiol para controlar, principalmente, as crises epiléticas. "Minha filha tinha até 23 crises por dia. Com o uso da maconha ela passou a ter duas, e de vez em quando. A maconha salva vidas, como fez com a minha filha", revela.  Ela pede que as pessoas abram mais a mente e parem com o preconceito contra a erva. "Elas não devem esperar que aconteça algo com algum familiar para conhecer e ser antiproibicionista. A maconha é apenas uma planta", assevera.

Thiago Oliveira, 29 anos, participa do ato político há 6 anos. Para ele, só nas ruas é que as coisas podem mudar. "A gente tem que estar aqui, enquanto sociedade civil, pedindo por mudanças e melhorias. Na minha visão, a marcha serve para que possamos mostrar as nossas indignações e anseios. Acredito que as políticas de drogas atuais são muito defasadas e não representam a realidade", pontua. 

Aperte o Verde Contra o Fascismo: A nossa luta é pelo bem viver” foi o lema da caminhada. A Marcha da Maconha completa 15 anos de luta pela pela legalização da Cannabis sativa. Desde 2008, o movimento realiza passeatas, atos e eventos culturais.

COMENTÁRIOS dos leitores