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A maioria da Câmara do Recife votou, nesta segunda-feira (26), em favor do requerimento enviado pelo vereador Fred Ferreira (PSC), que pede que a Casa de José Mariano repudie a Marcha da Maconha, evento realizado anualmente para debater os usos da maconha na sociedade, incluindo os usos recreativo, têxtil e farmacêutico. A mais recente edição da marcha aconteceu no último dia 20 de maio. 

O requerimento do parlamentar alega que o movimento “ignora os sérios problemas de saúde pública e sociais associados ao consumo dessa substância”. O documento não discute, vota, aprova ou reprova qualquer medida relacionada à proibição ou legalização da maconha; o pedido de Fred Ferreira cita unicamente o repúdio ao movimento social que ocupa as ruas do Recife anualmente. 

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Foram 17 votos favoráveis ao requerimento de repúdio, contra seis votos contrários à medida. Confira, abaixo, a votação e a justificativa de alguns dos parlamentares. 

Aderaldo Pinto (PSB) - Votou SIM 

Alcides Cardoso (PSDB) - Votou SIM 

Alcides Teixeira Neto (PSB) - Não votou ou não estava presente 

Aline Mariano (PP) - Abstenção de voto 

Almir Fernando (PCdoB) - Votou SIM 

Ana Lúcia (Republicanos) - Não votou/Presidiu a votação 

Chico Kiko (PP) - Não votou ou não estava presente 

Cida Pedrosa (PCdoB) - Votou NÃO 

Davi Muniz (PSB) - Votou SIM 

Doduel Varela (PP) - Votou SIM 

Ebinho Florêncio (Podemos) - Não votou ou não estava presente 

Eduardo Marques (PSB) - Votou SIM 

Eriberto Rafael (PP) - Não votou ou não estava presente 

Felipe Alecrim (PSC) - Votou SIM 

Felipe Francismar (PSB) - Não votou ou não estava presente 

Fred Ferreira (PSC, autor) - Votou SIM 

Gilberto Alves (Republicanos) - Votou SIM 

Hélio Guabiraba (PSB) - Votou NÃO 

Ivan Moraes (Psol) - Votou NÃO 

Jairo Britto (PT) - Votou NÃO 

Joselito Ferreira (PSB) - Não votou ou não estava presente 

Júnior Bocão (Cidadania) - Não votou ou não estava presente 

Liana Cirne (PT) - Não votou ou não estava presente 

Luiz Eustáquio (PSB) - Votou SIM 

Marco Aurélio Filho (PRTB) - Votou NÃO 

Marcos di Bria Jr (PSB) - Votou SIM 

Michelle Collins (PP) - Não votou ou não estava presente 

Osmar Ricardo (PT) - Não votou ou não estava presente 

Paulo Muniz (Solidariedade) - Votou SIM 

Pretas Juntas (Psol) - Votou NÃO 

Professor Mirinho (Solidariedade) - Votou SIM 

Rinaldo Jr (PSB) - Votou NÃO 

Ronaldo Lopes (PSC) - Votou SIM 

Samuel Salazar (MDB) - Votou SIM 

Tadeu Calheiros (Podemos) - Votou SIM 

Victor André Gomes (União Brasil) - Votou SIM 

Wilton Brito (PSB) - Não votou ou não estava presente 

Zé Neto (Pros) - Não votou ou não estava presente 

Debate 

Requerimento, com a palavra de Fred Ferreira: “Como cristãos, acreditamos que a vida é um presente sagrado dado por Deus e temos a responsabilidade de cuidar do nosso corpo e da nossa mente, logo, devemos buscar uma vida de sobriedade, clareza mental e autocontrole. Dessa forma, a legalização da maconha contribui para a normalização do uso de drogas e para a propagação de comportamentos autodestrutivos na sociedade”. 

Aline Mariano, que se absteve de votar: “O que está acontecendo nesta Casa e é preciso ser dito para a cidade do Recife, é que o vereador [Fred Ferreira] está pobre de pautas. O vereador está discutindo o que não há motivo para discutir. Ele trouxe um projeto inócuo [que não causa dano] para esta Casa, coisa que só o Congresso Nacional tem a prerrogativa de votar, com o objetivo de confundir a população e para dizer a população que temos a prerrogativa de legislar sobre essa matéria e não temos. O que está sendo discutido não é ser contra ou a favor do uso de drogas, mas votar algo dessa natureza é confundir a população. O direito à liberdade de expressão todos têm. Se na Marcha, alguém está fazendo algo ilegal, que a polícia vá lá e impeça, mas a Casa está perdendo tempo enquanto temos tantos assuntos importantes para falar”. 

Ivan Moraes: “A Marcha da Maconha é uma atividade, um evento, organização, que há 16 anos no Recife reúne-se para debater a política de drogas. Em 16 anos já houve várias tentativas de proibi-la na Justiça e todas foram rechaçadas pela Justiça Brasileira, que diz que não há nade de ilegal na marcha. Já pensou se a gente começa a proibir manifestações de pessoas que são contra uma lei, seja lá qual for? Apesar de eu discordar da vereadora Aline sobre a legalização, eu concordo que nesta Casa a gente não pode mais viver de factoide”. 

Confira a votação na íntegra

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O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (PL), protocolou nesta terça-feira, 8, projeto de lei na Câmara Municipal proibindo a realização da Marcha da Maconha na cidade. Manga pediu que a tramitação seja em regime de urgência, com a convocação de sessão extraordinária, se necessário. A medida inclui a proibição a qualquer evento que faça apologia à posse para consumo de qualquer substância entorpecente. O prefeito tem maioria na Câmara.

A Marcha da Maconha está prevista para acontecer neste sábado (12), na Praça Frei Baraúna, região central da cidade, que tem 695 mil habitantes. O prefeito alega que eventos dessa natureza ampliam o número de pessoas passíveis de serem impactadas negativamente pela mensagem neles veiculadas, potencializando o uso de substâncias ilícitas.

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A justificativa do projeto, Manga argumenta que a marcha contraria o sistema de políticas públicas de prevenção às drogas do município, criado por lei para conscientizar sobre os malefícios do uso, como questão de saúde pública. "Livre manifestação é uma coisa e isso apoiamos, mas não a apologia às drogas", disse.

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Medidas de "guerra"

No dia 19 de outubro, o prefeito já havia adotado medidas que chamou "de guerra" contra a realização da marcha. Uma delas foi negar autorização municipal para o evento. Em outra frente, a prefeitura ingressou com ação cautelar nas varas da Fazenda Pública e da Infância e da Juventude com pedido de liminar contra a Marcha da Maconha.

Até a manhã desta quarta (9), a Justiça não havia se manifestado sobre os pedidos. Manga afirma não se opor ao uso medicamentoso de derivados da maconha, mas é contra o uso desses argumentos "para justificar ou romantizar qualquer ato em favor do uso de drogas em Sorocaba".

O prefeito, que é responsável pelas políticas contra as drogas da Frente Nacional de Prefeitos, não esconde seu passado de dependência química. Quando jovem, Manga foi usuário de drogas, inclusive o crack, o que acabou prejudicando seus negócios como revendedor de carros.

Ele conta que foi salvo pela fé, ao ser acolhido pela Igreja Evangélica Mundial, da qual se tornou missionário. Antes de entrar na política fundou o Centro de Atendimento ao Dependente Químico (Cadq) para apoiar e tratar usuários de drogas. Eleito vereador em 2012, se reelegeu em 2016 e quatro anos depois foi eleito prefeito.

Sem apologia

Os organizadores da Marcha da Maconha em Sorocaba utilizaram suas redes sociais para esclarecer a população que a manifestação não se enquadra no crime de apologia às drogas, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF). "Trata-se de um conceito de manifestação que busca a discussão democrática sobre a alteração de leis que julgamos problemáticas. Ou seja, somos um coletivo social para disseminar conhecimento e buscar mudanças", disse.

A nota afirma que o movimento não tem ligação partidária, nem com políticos. "Não somos marginais, não estamos aqui para fazer apologia às drogas. Somos civis buscando a evolução do quadro social do País." O grupo afirma que defende o estudo da maconha e de sua aplicação medicinal. "Trabalhamos para levantar a discussão sobre os danos sociais causados pela ‘guerra às drogas’, que oprime, encarcera e mata a população preta e periférica, enquanto os que realmente lucram com o tráfico seguem livres e seguros."

Mesmo sendo uma planta de uso milenar, a Cannabis, mais conhecida como maconha, está enredada na sua dupla condição de droga psicoativa e planta com propriedades medicinais, sendo esta última representando a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo que fazem o uso da erva.

Antes proibicionista, Edcleide Marinho, 38 anos, viu suas concepções mudarem quando descobriu as condições de saúde do seu filho Erik Marinho, de 9 anos, que tem crises convulsivas não controladas. Antes de conhecer e fazer o uso medicinal da maconha em Erik, a mãe lembra que o seu pequeno tinha entre 50 a 100 crises convulsivas por dia.

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Para o controle das crises, a criança fazia uso de diversos remédios na tentativa de controlar a sua doença.

"Erik deu início ao tratamento com os alopáticos, que não deram resultado. Deixavam ele sonolento e não proporcionavam a qualidade de vida que ele tem hoje", revela a mãe. Foram dois anos nesse sofrimento. No entanto, há cinco anos essa realidade mudou. 

"Hoje meu filho faz terapia, estuda, coisas que antigamente ele não fazia por conta das crises", lembra. "Depois do óleo ele melhorou 100% porque antes, mesmo fazendo uso dos alopáticos, ele sempre tinha crises, até no sono. Com um mês de uso da medicação ele passou de 100 para 10 convulsões. Depois isso foi diminuindo e Erik chegou a passar de dois a três meses sem ter essas crises. Ele ainda tem, mas não como era antes", assegura Edcleide.

A pernambucana reforça a luta pela legalização do uso medicinal da maconha junto com outras mulheres do estado. Conheça:

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Quem não consegue autorização para o cultivo e desenvolvimento artesanal da Cannabis, esbarra no alto preço do produto, que é importado, e pode chegar a quase R$ 3 mil reais. 

A regulamentação poderia reduzir o valor dos medicamentos e ampliar o acesso de pacientes ao tratamento. Em Pernambuco, o deputado estadual João Paulo (PCdoB), é autor do Projeto de Lei 3098/2022 que busca autorizar associações de pacientes a cultivar e processar a Cannabis sativa no estado.

O texto assegura o direito de qualquer pessoa ao tratamento com produtos à base de Cannabis. Entretanto, isso dependerá de prescrição de profissional habilitado, das regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de outros requisitos previstos em lei. Também prevê o uso veterinário, desde que autorizado pelo órgão responsável, além de convênios e parcerias para a realização de pesquisas.

De acordo com o deputado, a iniciativa busca atender ao clamor de pessoas que precisam dos derivados da planta, mas têm dificuldades de adquiri-los, tendo que recorrer até a meios ilegais. Ele acredita que o PL, se aprovado, vai baratear os custos dos remédios à base de tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD), que poderão ser produzidos em Pernambuco. Para o comunista, os preconceitos contra a erva continuam de pé, "especialmente em países como o Brasil, mesmo que tenha havido algum avanço em relação ao uso medicinal”.

No dia 28 de março deste ano, a proposta avançou na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

“É lógico que a Comissão de Justiça da Casa discutirá a constitucionalidade, as demais comissões discutirão o mérito, e acredito que não vamos ter dificuldade nenhuma. O importante é que Pernambuco faça esse gesto para a grande maioria dos pernambucanos, em especial os mais carentes, que não têm condições de pagar os altos valores cobrados pelos laboratórios autorizados a fabricar as medicações”, disse João Paulo.

João Pedro e sua mãe, Elaine Cristina. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Aprovação nacional

No ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 399/2015, que propõe alterar o artigo 2º da Lei de Drogas, justamente para viabilizar o plantio, fabricação e comercialização de medicamentos que contenham o extrato, substratos ou partes da planta em sua formulação.

A proposta foi aprovada em regime de apreciação conclusiva e deveria seguir direto para ser discutida e votada no Senado. No entanto, um grupo de parlamentares recorreu e agora o PL deve ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. 

O substitutivo aprovado legaliza o cultivo da Cannabis, mas impõe restrições. O plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não governamentais). Não há previsão para o cultivo individual. Seguirão proibidos cigarros, chás e outros itens derivados da planta.

 No final da tarde deste sábado (21), uma verdadeira multidão tomou as ruas do centro do Recife protestando por novas políticas de drogas. Para a coordenação da  Marcha da Maconha, o combate às drogas do jeito que é feito no país atinge mais a população negra que sofre com o genocídio e o encarceramento em massa.

Concentrados na Praça do Derby desde às 14h, os manifestantes saíram pela área central da capital pernambucana às 17h30. De forma pacífica, não houve nenhum confronto entre os protestantes e a Polícia Militar, que acompanhou toda a passeata e ajudou no ordenamento do trânsito junto com agentes da CTTU.

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Riso Araújo, 33 anos, fala da importância da legalização para auxiliar as pessoas que sofrem com epilepsia, ansiedade e outros problemas. A filha dela, Rayssa Vitória, 8 anos, faz uso do óleo do canabidiol para controlar, principalmente, as crises epiléticas. "Minha filha tinha até 23 crises por dia. Com o uso da maconha ela passou a ter duas, e de vez em quando. A maconha salva vidas, como fez com a minha filha", revela.  Ela pede que as pessoas abram mais a mente e parem com o preconceito contra a erva. "Elas não devem esperar que aconteça algo com algum familiar para conhecer e ser antiproibicionista. A maconha é apenas uma planta", assevera.

Thiago Oliveira, 29 anos, participa do ato político há 6 anos. Para ele, só nas ruas é que as coisas podem mudar. "A gente tem que estar aqui, enquanto sociedade civil, pedindo por mudanças e melhorias. Na minha visão, a marcha serve para que possamos mostrar as nossas indignações e anseios. Acredito que as políticas de drogas atuais são muito defasadas e não representam a realidade", pontua. 

Aperte o Verde Contra o Fascismo: A nossa luta é pelo bem viver” foi o lema da caminhada. A Marcha da Maconha completa 15 anos de luta pela pela legalização da Cannabis sativa. Desde 2008, o movimento realiza passeatas, atos e eventos culturais.

Neste sábado (21), a Marcha da Maconha se mobiliza pela 15ª vez pela legalização da maconha no Brasil. A concentração iniciou às 14h na Praça do Derby, área central do Recife, e deve sair pelas ruas da capital a partir das 16h30 com o intuito de chamar a atenção da sociedade para as reivindicações. 

Fran Silva, coordenadora da marcha,  revela que a luta é diária e que, mesmo estando fora das ruas por dois anos devido a pandemia da Covid-19, o debate nunca parou. Agora, a expectativa é que essa retomada seja abraçada por um maior número de pessoas engajadas na causa. 

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"Mais de vinte países já têm a legalização e a gente vê, em dados científicos, a redução tanto do encarceramento quanto do genocídio. Esse é o desafio: qual o modelo de legalização ideal aqui para o Brasil, porque tem muitos países que legalizaram, mas continuam favorecendo as pessoas que têm condições", explica.

A coordenadora assegura que essa burocracia "acaba fazendo com que o narcotráfico continue e, quando a gente vê, são as pessoas pretas que continuam sendo atingidas. A gente quer uma legalização aqui no Brasil que, inclusive, favoreça as periferias. Também queremos que ela seja pautada a partir da saúde, que infelizmente hoje ainda é muito discutida no âmbito polícia", fala.

"É importante essa luta diária para que a gente construa junto com a periferia, com o movimento antiproibicionista esse modelo de legalização que a gente quer", salienta.

Wesley Araújo, 27 anos, participa da marcha desde 2017 e acredita que essa movimentação é de fundamental importância. Para ele, só assim haveria uma redução de danos para a sociedade, possibilitando que muita gente saísse do tráfico de drogas. "Eu faço parte de vários coletivos que estão sempre na luta, batendo na mesma tecla para que o governo se ligue que isso aqui (a movimentação) é por um bem maior. 

Tainá Leite, 27 anos, reforça que a guerra às drogas atinge mais a população preta que é morta e encarcerada em massa. "A gente precisa debater. Infelizmente, é uma realidade que a guerra às drogas só mata e encarcera a juventude negra e a maioria dela está ali [presa] por tráfico de drogas, que na realidade não era tráfico. É um racismo institucional que é a pior coisa", assevera Tainá, que participa da Marcha da Maconha pelo segundo ano.

A jovem revela que tem um amigo que foi preso por estar com duas porções de maconha e um baseado. "Estava encaminhado na vida, estudando, quase se formando, fazendo estágio. Mas pegaram ele com duas dolas de maconha e um baseado e por conta disso ele passou seis meses na cadeia. Ele perdeu tudo por conta de um baseado", pontua.

A Marcha da Maconha deve encerrar na Praça do Carmo, também área central do Recife, no início da noite deste sábado (21).

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Neste sábado (21), a Marcha da Maconha volta às ruas do Recife após mais de dois anos de atividades apenas virtuais. A concentração será a partir das 14h, na Praça do Derby, centro da capital pernambucana. 

“Aperte o Verde Contra o Fascismo: A nossa luta é pelo bem viver” será o lema da caminhada, que busca ressaltar a necessidade do Brasil "retomar o caminho da construção da democracia, da cidadania e do fortalecimento dos direitos humanos e da seguridade social". 

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A Marcha da Maconha completa 15 anos de luta pela pela legalização da Cannabis sativa. Desde 2008, o movimento realiza passeatas, atos e eventos culturais.

“Entendemos a luta pela legalização como uma questão de saúde pública e coletiva. Reconhecemos que a maconha e outras substâncias não são proibidas pelo seu nível de periculosidade ou ameaça à saúde; e sim por questões econômicas, que passam por interesses da indústria farmacêutica, das armas e de grupos que lucram com o encarceramento”, ressalta o manifesto antiproibicionista.

O ponto de dispersão da passeata será na Igreja do Carmo, na Avenida Dantas Barreto, no Centro da Cidade. Entre as atrações confirmadas, estão Calu, Bione, DJ Boneka, DJ Ciço, Mestre Almir e Som Na Rural.

A edição de 2020 da Marcha da Maconha do Recife será realizada pela internet, devido à pandemia do novo coronavírus. Os organizadores pedem que, no próximo domingo (31), sejam publicados fotos e vídeos nas redes sociais com as hashtags do evento.

 "Mesmo diante da pandemia a luta pelo fim da guerra às drogas não pode parar! Vimos nos últimos dias vários jovens e crianças assassinados apenas por morarem em periferias. Basta de violência! A vida do povo negro e pobre importa", diz a mensagem de divulgação do evento.

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 A Marcha da Maconha do Recife já conta com 12 edições. "O movimento defende a descriminalização do uso para fins terapêuticos e reparação dos danos causados pela guerra às drogas a vida em especial das pessoas pobres e negras, maioria assassinada e encarcerada no país pela proibição", explica Ingrid Farias, uma das organizadoras.

 Os organizadores pedem que fotos e vídeos sejam publicados ao longo de todo o domingo com as hashtags #MarchadaMaconhaRecife, #MarchaDaMaconhaEmQuarentena, #LegalizaçãoPeloFimdoRacismo, #ChegadeMatarePrender e #MMM20. 

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A edição de 2019 da Marcha da Maconha juntou centenas de militantes na Rua da Aurora, área central do Recife, na tarde deste sábado (18). Entre as pautas trazidas pelos ativistas, estavam a defesa pela utilização da erva de forma medicinal e a descriminalização do consumo.

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 Figuras políticas como o vereador Ivan Moraes (PSOL) e a co-deputada do mandato coletivo Juntas (PSOL), Carol Vergolino, marcaram presença  na manifestação. O coro de ‘Lula Livre’ também foi ouvido durante o ato.

 Dezenas de familiares que têm parentes fazendo uso medicinal do canabidiol estiveram na primeira ala da caminhada, com mensagens que endossam a importância do medicamento para o desenvolvimento de suas crianças.

 A escolha deste 18 de maio como dia para levar a marcha às ruas não foi à toa. A data marca o Dia de Luta Antimanicomial, que é uma das bandeiras levantadas pela organização do evento.

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O vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) marcou presença na marcha da maconha, que saiu na tarde deste sábado (18) da Rua da Aurora, na área central do Recife, e seguiu para o pátio de São Pedro. De acordo com o parlamentar, a manifestação é uma das maiores no que tange assuntos sociais. “Há um recorte de classes e de raça muito bem definido. Sabe-se bem quenm vai preso e quem fica solto. Eu já era militante da causa antes mesmo de ser vereador”, destacou.

O deputado lançou uma cartilha sobre a redução de danos e que informa que direcionamento a pessoa deve seguir caso faça uso da maconha de forma problemática. “Temos que agir de forma mais humana para garantir o atendimento do dependente, considerando a individualidade das pessoas”, pontuou.

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“As políticas públicas podem ser antiproibicionistas, pode ser política de assistência, política de saúde. Precisamos garantir os atendimentos laicos, independentes. Também é preciso garantir o uso em espaços públicos porque não podemos tornar isso uma situação que vai gerar morte e encarceramento. Damos votos de aplauso para a marcha da maconha”, afirmou.

Centenas de militantes em prol da legalização da maconha se reúnem na Rua da Aurora, na área central do Recife, na tarde deste sábado (18). A edição deste ano da marcha da maconha se concentra em frente ao monumento Tortura Nunca Mais, em uma alusão contrária às ideologias do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

De acordo com a organização, o ato rema contra a maré da atual conjuntura política do país, que é “nada favorável aos povos negros, nativos indígenas, aos LGBTQIA+ e às mulheres”. 

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Com um discurso fortemente centrado na redução de danos, o ato lembrou do uso consciente da erva, além de fazer menção à importância do uso medicinal da maconha. Batalhas de mc’s com mensagens voltadas à legalização da maconha e contra atos preconceituosos e racistas de abordagens policialesca reúnem vários curiosos na concentração do ato.

O grupo vai sair em caminhada, acompanhando um trio elétrico, pela Rua da Aurora em direção à Ponte princesa Isabel e chegarão no Pátio de São Pedro.

Durante debate sobre conceder um voto de aplauso à Marcha da Maconha, na Câmara Municipal do Recife, nesta terça-feira (22), a vereadora Michele Collins (PP) confessou já ter usado drogas. "Trabalho há 20 anos com usuários de drogas, eu já usei drogas e eu sei o que a droga faz ao organismo, então eu estou falando aqui com legalidade", disse no plenário da Casa. 

"Eu não estou falando aqui como alguém que ouviu falar. Eu sofri esse problema dentro da minha casa, o meu marido é um ex-usuário de drogas e ele usou maconha, mas ele não gostava de maconha, ele gostava mais de cocaína e eu gostava mais de maconha, mas ele gostava de cocaína, entendeu?", contou aos presentes.

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Michele salientou que esse foi um tempo de sua vida que passou. "Por uso eu digo que não sou contra usar, pode usar, faz o que quiser, agora querer que a sociedade libere geral. Quando eu usei fez mal para mim, faz mal para a saúde e graças a Deus estou liberta, não uso mais. Graças a Deus meu marido está liberto, não usa mais e graças a Deus existem pessoas que hoje eu trabalho, que ajuda as pessoas a largar as drogas. Quem quiser largar, larga. Quem quiser usar, usa, porém não podemos ser hipócritas de entender que uma coisa, só porque eu gosto, eu quero que seja liberado para todo mundo".

A vereadora ainda pediu mais clareza e objetividade para tratar sobre o tema.  A proposta para o voto de aplauso para a Marcha da Maconha é do vereador Ivan Moraes (PSOL). Em entrevista ao LeiaJá, na semana passada, ele polemizou ao defender a legalização e regulamentação de todas as drogas. Segundo Ivan, a liberação irá contribuir para reduzir a violência, entre outros argumentos.

 

 

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Centenas de pessoas participaram neste sábado da 11ª Marcha da Maconha, que este ano tem o tema “Nossa intervenção é pela legalização Jah”. Concentrados desde às 14h na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, os manifestantes saíram em marcha por volta das 17h com destino ao Pátio de São Pedro, onde ocorrerá o 5º Festival de Cultura Canábica. 

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Segurando cartazes e gritando palavras de ordem, os participantes pediam, entre outras coisas, a legalização para o uso medicinal e recreativo da erva. “Queremos uma cultura libertária de todos os tipos da maconha, por isso o dia de hoje é tão importante para que possa ser criada essa consciência”, explicou uma das organizadoras da marcha, Priscila Gadelha. 

Nesta 11ª edição, a marcha traz como principais lutas e demandas a descriminalização do usuário e regulamentação do uso de todas as substâncias psicoativas no país e a luta por uma política de desenvolvimento da maconha medicinal. A manifestação também luta contra o genocídio da população negra e se posiciona contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e a possibilidade de sua implantação em outras capitais.

Mãe de uma garota de 8 anos diagnosticada com autismo, Rosineide Almeida participava da Marcha da Maconha pela primeira vez e fez questão de chamar atenção para os benefícios medicinais da cannabis. “Minha filha não dormia direito, comia descontroladamente, e depois que começou a usar o óleo de maconha, a vida dela mudou”, detalhou.

Há oito meses, Débora Vitória Almeida passou a tomar nove gotas do remédio diariamente. “Eu fico muito feliz em ver a evolução dela. Eu nunca pensei que ela ia aprender a ler, e agora ela consegue. É visível a melhora da minha filha, hoje ela tem qualidade de vida. É por isso que estamos aqui hoje, porque eu quero que outras pessoas também consigam esse benefício. A gente tá aqui pra lutar por isso”, afirmou Rosineide, que faz parte da Associação Brasileira de Cannabis e Saúde (Acolher). 

Durante o percurso até o Pátio de São Pedro, os manifestantes pararam diversas vezes para entoar músicas e fazer discursos. “A legalização não é só visando o usuário comum, que usa pelo lazer, mas também por conta das pessoas que precisam usar de forma medicinal. Além disso, legalizar vai ajudar não só os que usam, mas contribui também para economia, podendo ser uma fonte de renda pros agricultores que estão no interior do nosso Estado”, defendeu o estudante Josias Félix dos Santos, que participa da marcha pela terceira vez. 

A Marcha da Maconha é um movimento que luta por profundas mudanças no modo como as drogas são vistas e tratadas pela sociedade e propõe frentes de batalha relacionadas entre si. Segundo os organizadores, desde janeiro deste ano, a Marcha promoveu reuniões abertas ao público com o objetivo de ampliar a capacidade de realização e de democratizar o acesso a sua construção. Mais de quarenta pessoas estão envolvidas na organização da manifestação.

Faltando pouco para a realização da 11° edição da Marcha da Maconha, que acontece no próximo sábado (19), no centro do Recife, o vereador Ivan Moraes (PSOL) decidiu ir muito além ao falar sobre o polêmico assunto. O psolista, em entrevista concedida ao LeiaJá, defendeu a legalização no Brasil de todas as drogas existentes, bem como a regulamentação para o uso.

Ivan disse que o álcool e o cigarro também causam prejuízos para a saúde, mas que o Estado tem ações para "redução de danos" e outras educativas de forma que as pessoas possam conhecer os riscos dessas substâncias. "Se a maconha e as outras drogas tivessem regulamentadas no Brasil hoje, a gente não tinha tanta gente presa e sendo assassinada. A gente não tinha tanta gente sofrendo as consequências de terem relacionamentos problemáticos com as drogas".

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"Porque a gente investiria esse dinheiro, que são milhões que são investidos com polícia, com prisão, com Ministério Público e com todo esse equipamento do Estado que está dedicado a coibir esse crime e esse recurso poderia estar sendo utilizado em ações de prevenção de danos para que a relação da nossa sociedade com as drogas seja como um todo menos problemática de forma que a gente mate menos gente, para que se prenda menos gente e para que possamos acolher mais pessoas", complementou o argumento.

Para Ivan, o caminho da proibição das drogas faliu. "As drogas não eram proibidas no Brasil e o resultado da proibição é muito parecido com o da proibição do álcool nos Estados Unidos na década de 20. Há quase 100 anos no Brasil, desde a década de 30, que a gente tentou pela via da proibição e faliu. A proibição só serviu para encarcerar a juventude negra e matar gente e para isso eu não posso ser a favor. O caminho da proibição faliu e a gente precisa tentar outro caminho".

Ainda de acordo com o vereador, se as substâncias ilícitas fossem liberadas, haveria uma redução da criminalidade. "Eu acredito que se a gente regulamenta esse mercado, tiraríamos o controle desse mercado do crime, ou seja, a gente combateria o crime. Proibir não deu certo porque as pessoas estão usando cada vez mais dentro e fora da cadeia. As pessoas estão morrendo assassinadas", repetiu.

Para as pessoas que são contra a sua opinião, Ivan Moraes faz uma indagação: "qual a estratégia usada da sociedade ara que as pessoas não usem drogas?".  Aos que não concordam com a legalização e regulamentação, ele pede ao menos por um diálogo para que os cidadãos possam reconhecerem os riscos de usarem drogas e, dessa forma, possam consumir menos ou com mais responsabilidade. 

Esconder o debate, na sua avaliação, é pior. "Não é defender o 'use drogas' e sim ver que elas existem desde que a humanidade existe. A relação nossa com as drogas é problemática quanto sociedade. Como é que a gente faz para resolver isso. Acho que a discussão é por aí ", deixou a reflexão.

A manifestação da Marcha da Maconha, realizada na tarde deste sábado (20), com concentração na Praça do Derby, área central do Recife, teve como principal propósito a legalização da maconha para fins medicinais. Entre os manifestantes, muitos argumentos também apoiavam o uso da erva para consumo. Adultos, adolescentes e até mesmo crianças marcaram presença no ato que reuniu cerca de 2 mil pessoas.

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A Marcha da Maconha do Recife chega a sua décima edição neste sábado (20). Neste ano, os organizadores têm se centrado no discurso dos males causados pela guerra às drogas e a defesa da autonomia das pessoas.

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“A gente acha que já ultrapassou o movimento de solicitar apenas a legalização da maconha. A Marcha da Maconha vem esse ano às ruas pra pedir liberdade às pessoas que são encarceradas por essa política de drogas, pessoas mortas e assassinadas por esse modelo de política de drogas”, reforçou Ingrid Farias, uma das organizadoras na capital pernambucana. 

A bióloga André Pedrosa estava acompanhada do seu filho, que possui uma enfermidade que causa epilepsia. Ela luta para poder cultivar a planta e oferecer uma melhor qualidade de vida para a criança. “Que essa planta possa ser usada por todo mundo que precisar, que a gente tenha a liberdade e o direito de escolher como cuidar da nossa saúde, e a maconha é uma opção”, afirma. 

Os organizadores contabilizam mais de dois mil participantes. Como de costume, por volta das 17h a marcha saiu em passeata no centro do Recife. 

Milhares de pessoas se reuniram na tarde deste sábado (6) na Avenida Paulista, região central de São Paulo, durante a Marcha da Maconha. Os ativistas saíram às ruas pelo fim da guerra às drogas e em defesa da legalização.

O ato - que ocorre desde 2008 - este ano teve como lema “Quebrar correntes, plantar sementes”. O coletivo da Marcha da Maconha de São Paulo reivindicou “o direito ao plantio da maconha — e da liberdade — no lugar das correntes que seguem nos aprisionando. Nossa luta hoje é pela legalização da produção, distribuição e uso da planta no Brasil para seus mais variados fins. Mas não só! É também pelo fim de guerra às drogas em todo o globo terrestre!”, informa o coletivo em sua página numa rede social.

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A Marcha da Maconha se organizou em blocos temáticos. A ativista do Coletivo DAR – Desentorpecendo a Razão, Gabriela Moncao, disse que os blocos visam qualificar o debate do fim da guerra às drogas. “A gente acha importante a legalização, acreditamos que todo mundo é afetado pela política proibicionista de drogas por várias formas e a marcha tenta trazer para a população os nossos argumentos pelo fim da guerra às drogas” afirmou.

O representante da Associação Cultural Cannabica de São Paulo (ACuCa), Rodrigo Martins, disse que a marcha chama a atenção para a liberdade de escolha. “Com a marcha, a gente reivindica nosso direito de usar nossos corpos da maneira que a gente quiser. Esperamos conseguir a tão almejada legalização da maconha e a descriminalização das outras drogas também”. Para ele, a marcha serve ainda desmitificar preconceitos. “A marcha é para chamar atenção também da população para o descaso que é feito com todos os tipos de usuários, mas principalmente os negros, pobres e periféricos, que são os que mais sofrem com a guerra às drogas”.

A concentração ocorreu no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Por volta das 16h30, o grupo iniciou uma passeata pela Avenida Paulista, no sentido Brigadeiro, indo pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio e seguiu em direção à Praça da Sé. Durante a caminhada, o trânsito foi bloqueado ao longo do trajeto em um sentido da via.

Bloco Medicinal defende uso controlado

Na comissão de frente da Marcha estava o Bloco Medicinal, que defende o uso controlado da maconha como remédio. O abastecedor de aeronaves Gabriel Alcides Castelo de Oliveira esteve pela primeira vez na marcha. O filho dele, de 6 anos, tem microcefalia, paralisia cerebral e epilepsia e faz uso de maconha medicinal há três anos.

Ele ainda importa a substância extraída da planta para fazer o uso e luta pela liberação no Brasil. “Meu filho teve ganhos muito bons em qualidade de vida, ele começou a ir para a escola e a epilepsia está controlada devido ao uso medicinal da maconha”. Ele e a família participaram da marcha e esperam que o uso medicinal seja autorizado. "A gente espera que cada vez mais famílias e vidas sejam resgatadas através da maconha de uso medicinal, estamos aqui para espalhar a informação", acrescenta.

O projeto Respire, que trabalha em contexto de festas com pessoas que usam drogas, também esteve na marcha. O coordenador do projeto, Gabriel Pedrosa, explica que o grupo trabalha com informações e estratégias de cuidados e redução de danos no uso das drogas. “A gente entende que a maior redução de danos é a informação, a pessoa bem informada vai ter uma capacidade de tomar uma decisão com maior conhecimento”.

Milhares de pessoas foram à principal avenida de Montevidéu, capital do Uruguai, para participar da Marcha da Maconha de 2017 e pedir mudanças na legislação do país, em especial, o avanço no uso da planta em âmbito medicinal. As informações são da Agência EFE. 

Os ativistas marcharam da Praça da Liberdade de Montevidéu até a Torre Executiva, sede da presidência, com cartazes de protesto. No fim da manifestação, os organizadores leram um manifesto e exigiram uma "maior vontade política para habilitar possíveis vias de acesso à maconha medicinal como espécie vegetal ou complemento alimentar".

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O Uruguai aprovou em 2013, no governo do presidente José Mujica, a lei de distribuição e produção de maconha que estabeleceu três modos de acesso à substância: a compra em farmácias, o autocultivo e os clubes de consumo para usuários.

No entanto, o acesso à maconha medicinal ainda é restrito. "Isso é legalmente possível e humanamente necessário para contar com possibilidade de termos padrões de qualidade, com garantias de 'perfil cannábico' e ausência de toxicidade", diz o manifesto.

Os organizadores da Marcha da Maconha no Uruguai pediram que o Ministério de Saúde "destrave" o caminho para uma produção nacional de cannabis com fins medicinais. "Desta forma, aqueles com poucos recursos também poderão comprá-la e não só aqueles que são mais ricos e podem pagar a importação dos Estados Unidos", afirmaram.

Os ativistas também citaram a abertura do cadastro para que usuários possam comprar maconha em farmácias. O processo começou no dia 2 de maio e já tem mais de 1.400 pessoas, 6.662 autocultivadores e 62 clubes de membros para o consumo da erva.

Apesar de reconhecerem que a abertura do cadastramento ocorreu "dentro da aplicação da lei", os manifestantes afirmam que a quantidade de locais que distribuem a droga são poucos. Por esse motivo, eles pediram que o governo melhore a rede de distribuição, fiscalize as duas empresas que venceram a licitação para produzir a maconha legal e aumente os controles de qualidade e quantidade da produção.

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A décima edição da Marcha da Maconha do Recife começou sob pancadas de chuva na tarde deste domingo (26), na Praça do Derby, área central da capital. Apesar da chuva ter feito com que os participantes guardassem seus cartazes e se espalhassem, os momentos iniciais do ato já contava com um bom público.

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Entre o público estava Ubirajara Ramos, ou Capitão Presença, como disse se chamar o senhor em vestimentas de super-herói que carrega como brasão uma folha de maconha. Ubirajara é auditor fiscal da Secretaria da Fazenda e pesquisador independente. Desde 2014, ele costuma vender nas marchas e demais eventos sobre legalização o seu livro “Tá todo o mundo enganado!”.

Ele explica o título: “Eu descobri que há 173 anos, na Inglaterra, já se tratava crianças com cannabis. Mil e uma informações foram omitidas ou deturpadas e essa visão foi comunicada de geração em geração. O que dizem de que leva à loucura, que vai te matar, que vai te deixar doido, é tudo mentira, não tem base científica”, conclui o escritor.

A coordenadora da marcha, Ingrid Farias, explica que o objetivo é desmistificar que a luta pela legalização é apenas pela utilização de algumas drogas ilícitas. “A luta é por uma mudança na política de drogas, que precisa levar em consideração as questões de gênero, de raça, de classe. Para nós, a marcha é um instrumento para lutar por uma política de drogas pautada pela saúde, assistência social e cuidado com a autonomia das pessoas, e não pelo genocídio da juventude negra”, afirma. 

Para os movimentos antiproibicionistas, a guerra às drogas sempre foi um erro. “Sem nenhuma dúvida’, complementa Farias. “A ONU reconhece isso na última sessão sobre drogas, que aconteceu há dois meses, quando comprova que não existe nenhum tipo de sucesso na garantia de você conseguir preservar vidas”. Ainda de acordo com a coordenadora da marcha, já é possível ver resultado desde o início do movimento.

“O STF [Supremo Tribunal Federal] já está há um ano julgando a descriminalização do porte e do uso de algumas drogas. Semana passada houve o despeso em cima das pessoas que são presas [réu primário] por tráfico de drogas porque era considerado crime hediondo. Tudo isso vem da luta da marcha da maconha, da luta da redução de danos e antimanicomial”, conclui a militante.

Governo Temer – A coordenadora Ingrid Farias também destaca que os movimentos pela legalização da maconha não aceitam o governo interino de Michel Temer como legítimo e que ele representaria um retrocesso. “É um governo golpista, que não respeita nosso voto. A partir disso, a gente compreende que não é possível dialogar uma política de drogas com esse governo”, lamenta ela. 

“Nós continuaremos nas ruas fazendo pressão popular, mas não fazemos acordo, principalmente com o ministro colocado para Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, que quer internar compulsoriamente os usuários de drogas no Brasil”, finaliza Farias, referindo-se a um projeto de lei do ministro Osmar Terra, que prevê internação compulsória de dependentes químicos. 

Intitulado de modelo “antiproibicionista”, o I Encontro Nacional de Coletivos Ativistas Antiproibicionistas (ENCAA) será realizado no Recife e tem o intuito de formular um projeto de lei com iniciativas populares que servirão de modelo para a sociedade brasileira. O evento é realizado pela Rede Nacional de Coletivos e Ativistas Antiproibicionistas (RENCAA) e ocorrerá do próximo dia 24 a 26 de junho, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Além do uso da maconha, o ENCAA busca debater a liberdade de consumo de quaisquer substâncias. O ativista Fernando Ribamar, do coletivo Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, ressalta a importância do debate.“O ENCAA vai ser muito importante para a sociedade em geral porque a guerra às drogas é um problema que atinge a todos, custa vidas e muito dinheiro. Essa proibição de certas substâncias em detrimento de outras gera uma guerra contra a população negra, periférica e gera lucro para pouquíssimas pessoas. Os efeitos nocivos da guerra sempre recaem sobre essa parcela mais fragilizada da população. Se esse paradigma fosse quebrado e essas substâncias passassem a ser regularizadas, todo esse recurso humano e material poderia ter destinos mais construtivos para todos.”, argumenta Ribamar.

Além da programação composta por mesas de debates e palestras abertas ao público, o evento terá encerramento no domingo (22) com a Marcha da Maconha Unificada, com saída na Praça do Derby, às 16h20, e o Festival de Cultura Canábica, às 22h, na Praça da Várzea. Confira a programação completa abaixo.

Serviço

I Encontro Nacional de Coletivos Ativistas Antiproibicionistas- ENCAA

Local: Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFPE

Gratuito

Sexta (24)

16h20- Abertura do Credenciamento e encontro entre os pares

18h- Apresentação da Comissão Organizadora

18h20- Abertura do Encontro

19h30- Mesa1: Da guerra à domesticação – Quais os caminhos Antiproibicionistas?

Henrique Carneiro (Historiador, Professor da USP), Nadja Carvalho (Advogada, Ativista Marcha da Maconha PI)

Debate – Mediação: Andrew Costa

22h- Jantar (vegetariano)

22h30- Apresentação do Maracatu Tambores de La Revolución

Sábado (25)

9h- Café-da-Manhã

10h- Mesa 2: Antiproibicionismo: quem somos? O que queremos?

Rodrigo Mattei (Marcha RJ), Tamara Silva (Marcha CE), Priscila Gadelha (Marcha PE), Roberta Marcondes (Coletivo DAR, Marcha SP)

11h-  Grupos de Discussão:

G1 – Do Judiciário à Segurança Pública, quais os caminhos Antiproibicionistas?

Luciana Zaffalon (advogada, mestre e doutoranda em administração pública, coordena o núcleo de atuação política do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM)

Cristhovão Golçalves (advogado, mestre em Direito, Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco)

GT2 – Antiproibicionismo e Feminismo, quais os caminhos para reforma da política de drogas que leve em conta Gênero?

Luciana Boiteux (Professora de Direito da UFRJ) e Constança Baharona (Mestra em Filosofia, Ativista Feminista da Marcha RJ), Lucia Stokas (ITTC)

G3 – Reforma de Drogas e racismo, quais os caminhos Antiproibicionistas?

Eduardo Ribeiro (Coordenador da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas) e Rafael Moyses (Graduando Ciências Sociais pela UFMG, e Ativista da Marcha MG)

G4 – Antiproibicionismo e Classe, quais impactos e os caminhos?

Michel Zaidan (Cientista Social, e Professor da UFPE) e Eduardo Nunes (Historiador, Pós-Graduado em Educação)

G5 – Saúde, Redução de Danos e Autonomia, quais os caminhos Antiproibicionistas?

Rafael Baquit (Psiquiatra, Redutor de Danos, Coletivo Balanceará e Aborda-CE), Denis Petuco (Sociólogo, redutor de danos, militante antiproibicionista, professor-pesquisador da Fiocruz) e Ana Ferraz (Psicóloga, Servidora Pública Federal, e coordenação geral de prevenção da Senad)

G6 – Antiproibicionismo e Diversidade, quais os caminhos?

Leiliane Assunção (Professora Doutora da UFRN) e Diego Lemos (Mestrando e Graduado em Direito pela UFPE, advogado, membro do Asa Branca Criminologia, Movimento Zoada)

G7 – Antiproibicionismo e Juventude, quais os caminhos?

Pierre Ferraz (Representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids) e Nara Santos (Representante da UNODC)

G8 – Antiproibicionismo e Economia, quais os caminhos?

Marcilio Brandão (Membro do Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, Cientista Social e Doutorando em sociologia pela EHESS, UFPE) e Taciana Dias (Doutorando pela UNICAMP)

13h-Almoço

14h- ELOs (Espaços de Livre Organização)

TENDA 1 – Oficinas de ZINE, Estêncil e Grafite (Ativistas: Ferramenta Sinistra e OcupeEstelita) e Mídia Alternativa (Guilherme Sorti)

TENDA 2 – Culinária e Uso Medicinal (Natália Mesquita e o pessoal da Paraíba)

TENDA 3 – Apresentação de Trabalhos Acadêmicos

TENDA 4 – Batucada Canábica – Marcha RJ (Rodrigo Mattei)

TENDA 5 – Tenda da Fechação (Travestis, trans e prostitutas – Juma e Zoada)

TENDA 6 – Práticas Integrativas, Redução de Danos e uso de entéogenos – Luana Malheiros (Balance/Balanceará – Angélica e CAPE-Arturo)

TENDA 7 – Partidos políticos e candidaturas

TENDA 8 – Feminismo (Comitê de Mulheres pela Democracia, Pri, Ingrid, Luana)

TENDA 9 – Raça (INNPUD – Dudu Ribeiro e Natália Oliveira)

TENDA 10 – Economia Criativa (CUT, Unisol)

18h- Intervalo/Lanche coletivo

19h -Mesa - Qual modelo de legalização que queremos (Projeto Lei Iniciativa Popular)

Julio Calzada (Ex, Secretario da Junta de Drogas do Uruguai), Ingrid Farias (Membra da LANPUD, Secretaria Executiva da ABORDA, Representante da RENCA), Emilio Nabas (advogado, pós-graduado em Terceiro Setor e Responsabilidade Social pelo Instituto de Economia da UFRJ. Assessor e consultor jurídico com atuação em assuntos relacionados à reforma da política de drogas).

19h40- Debate com mediação de Luana Malheiros (Representante da LANPUD, Articuladora da Aborda, Pesquisadora da ABESUP)

21h30- Jantar

22h- III Festival de Cultura Canábica

Domingo (26)

10h - Café da Manhã

11h - Plenária Final. Apresentação das Propostas dos GTS, encaminhamentos e documento final do Encontro.

Condução da Mesa Thati Nicácio (Marcha AL),

14h- Almoço

16h20- Marcha da Maconha Unificada

 

 

 

 

 

 

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Cerca de 10 viaturas com policiais fortemente armados interromperam a concentração da Marcha da Maconha de Brasília-DF, na tarde deste sábado (28). Praticamente todas as 200 pessoas que se preparavam para o evento que defende a legalização do uso recreativo da droga foram revistadas e cerca de 20 delas foram detidas e levadas para a 5ª DP da cidade para "prestar esclarecimentos".

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Segundo os manifestantes - a Mídia Ninja fez transmissão ao vivo da ação policial - mais de 80% dos detidos eram negros e o objetivo da polícia era "coagir os participantes para impedir a realização da marcha". O evento estava programado há vários meses e conta com carro de som, cartazes e shows programados.

Ainda segundo um dos manifestantes, que não se identifica no vídeo, os que foram levados presos tinham apenas panfletos, cartazes, papel usado para fumar maconha (seda). Não fica  claro se algum deles portava a droga, porém, um dos manifestantes chega a gritar que "são apenas usuários e ninguém ali era traficante".

Um advogado que acompanhava o evento foi impedido de se aproximar dos revistados sob a justificativa que havia um "perímetro da ação policial".

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