A maioria da Câmara do Recife votou, nesta segunda-feira (26), em favor do requerimento enviado pelo vereador Fred Ferreira (PSC), que pede que a Casa de José Mariano repudie a Marcha da Maconha, evento realizado anualmente para debater os usos da maconha na sociedade, incluindo os usos recreativo, têxtil e farmacêutico. A mais recente edição da marcha aconteceu no último dia 20 de maio.
O requerimento do parlamentar alega que o movimento “ignora os sérios problemas de saúde pública e sociais associados ao consumo dessa substância”. O documento não discute, vota, aprova ou reprova qualquer medida relacionada à proibição ou legalização da maconha; o pedido de Fred Ferreira cita unicamente o repúdio ao movimento social que ocupa as ruas do Recife anualmente.
##RECOMENDA##Foram 17 votos favoráveis ao requerimento de repúdio, contra seis votos contrários à medida. Confira, abaixo, a votação e a justificativa de alguns dos parlamentares.
Aderaldo Pinto (PSB) - Votou SIM
Alcides Cardoso (PSDB) - Votou SIM
Alcides Teixeira Neto (PSB) - Não votou ou não estava presente
Aline Mariano (PP) - Abstenção de voto
Almir Fernando (PCdoB) - Votou SIM
Ana Lúcia (Republicanos) - Não votou/Presidiu a votação
Chico Kiko (PP) - Não votou ou não estava presente
Cida Pedrosa (PCdoB) - Votou NÃO
Davi Muniz (PSB) - Votou SIM
Doduel Varela (PP) - Votou SIM
Ebinho Florêncio (Podemos) - Não votou ou não estava presente
Eduardo Marques (PSB) - Votou SIM
Eriberto Rafael (PP) - Não votou ou não estava presente
Felipe Alecrim (PSC) - Votou SIM
Felipe Francismar (PSB) - Não votou ou não estava presente
Fred Ferreira (PSC, autor) - Votou SIM
Gilberto Alves (Republicanos) - Votou SIM
Hélio Guabiraba (PSB) - Votou NÃO
Ivan Moraes (Psol) - Votou NÃO
Jairo Britto (PT) - Votou NÃO
Joselito Ferreira (PSB) - Não votou ou não estava presente
Júnior Bocão (Cidadania) - Não votou ou não estava presente
Liana Cirne (PT) - Não votou ou não estava presente
Luiz Eustáquio (PSB) - Votou SIM
Marco Aurélio Filho (PRTB) - Votou NÃO
Marcos di Bria Jr (PSB) - Votou SIM
Michelle Collins (PP) - Não votou ou não estava presente
Osmar Ricardo (PT) - Não votou ou não estava presente
Paulo Muniz (Solidariedade) - Votou SIM
Pretas Juntas (Psol) - Votou NÃO
Professor Mirinho (Solidariedade) - Votou SIM
Rinaldo Jr (PSB) - Votou NÃO
Ronaldo Lopes (PSC) - Votou SIM
Samuel Salazar (MDB) - Votou SIM
Tadeu Calheiros (Podemos) - Votou SIM
Victor André Gomes (União Brasil) - Votou SIM
Wilton Brito (PSB) - Não votou ou não estava presente
Zé Neto (Pros) - Não votou ou não estava presente
Debate
Requerimento, com a palavra de Fred Ferreira: “Como cristãos, acreditamos que a vida é um presente sagrado dado por Deus e temos a responsabilidade de cuidar do nosso corpo e da nossa mente, logo, devemos buscar uma vida de sobriedade, clareza mental e autocontrole. Dessa forma, a legalização da maconha contribui para a normalização do uso de drogas e para a propagação de comportamentos autodestrutivos na sociedade”.
Aline Mariano, que se absteve de votar: “O que está acontecendo nesta Casa e é preciso ser dito para a cidade do Recife, é que o vereador [Fred Ferreira] está pobre de pautas. O vereador está discutindo o que não há motivo para discutir. Ele trouxe um projeto inócuo [que não causa dano] para esta Casa, coisa que só o Congresso Nacional tem a prerrogativa de votar, com o objetivo de confundir a população e para dizer a população que temos a prerrogativa de legislar sobre essa matéria e não temos. O que está sendo discutido não é ser contra ou a favor do uso de drogas, mas votar algo dessa natureza é confundir a população. O direito à liberdade de expressão todos têm. Se na Marcha, alguém está fazendo algo ilegal, que a polícia vá lá e impeça, mas a Casa está perdendo tempo enquanto temos tantos assuntos importantes para falar”.
Ivan Moraes: “A Marcha da Maconha é uma atividade, um evento, organização, que há 16 anos no Recife reúne-se para debater a política de drogas. Em 16 anos já houve várias tentativas de proibi-la na Justiça e todas foram rechaçadas pela Justiça Brasileira, que diz que não há nade de ilegal na marcha. Já pensou se a gente começa a proibir manifestações de pessoas que são contra uma lei, seja lá qual for? Apesar de eu discordar da vereadora Aline sobre a legalização, eu concordo que nesta Casa a gente não pode mais viver de factoide”.
Confira a votação na íntegra
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