Conheça a história do Dia da Liberdade de Imprensa

Nesta terça-feira (07) comemora-se o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa

por ter, 07/06/2022 - 17:08
Foto/Reprodução: Domínio Público O jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos anos 1970 Foto/Reprodução: Domínio Público

Nesta terça-feira (07) é celebrado no país o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. No dia 07 de junho de 1977, há 45 anos, cerca de três mil jornalistas assinaram um manifesto exigindo o fim da censura e a instauração imediata de uma imprensa livre no Brasil. O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, por sua vez, é celebrado no dia 03 de maio.

Cerca de um ano e meio após o ato do manifesto, em outubro de 1975, Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura na época, foi torturado e assassinado por agentes do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), órgão utilizado para cercear a liberdade de expressão e de imprensa durante a Ditadura Militar (1964-1985).

Herzog formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959. Após passar por diversos veículos de imprensa, como “O Estado de S. Paulo” e “BBC”, Vladimir assumiu o comando do departamento de telejornalismo da TV Cultura nos anos 1970. O prédio do departamento de jornalismo leva o nome do ex-diretor até os dias de hoje.

Em 1975, durante o governo de Ernesto Geisel, Herzog foi convocado para prestar depoimento sobre sua ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Após comparecer à sede do DOI-CODI, o jornalista ficou preso, assim como diversos outros profissionais da área na época. Dias depois, o comando militar divulgou que Vladimir teria se suicidado dentro de sua cela, além de uma foto de Herzog com um cinto amarrado no pescoço, como se ele tivesse se enforcado.

Esta foto tornou-se um dos principais símbolos na luta pela liberdade de imprensa e contra a censura no país, sendo utilizada para mostrar como o regime militar lidava com as críticas e à oposição. Diversos anos depois, o Governo Federal foi finalmente responsabilizado pela morte de Herzog.

O registro de óbito de Vladimir só viria a ser ratificado em 2012. Segundo a Justiça, a morte do jornalista decorreu de “lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército - SP (DOI-CODI)”. O jornalista tornou-se um marco e símbolo no combate à repressão e também na luta por uma imprensa livre.

Por Matheus de Maio 

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