Trancistas enfrentam dificuldades com restrição de pomadas
Proibição do uso de produtos modeladores nos cabelos, imposta pela Vigilância Sanitária por questão de saúde pública, preocupa profissionais que trabalham com tranças
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) restringiu a venda de pomadas modeladoras para cabelos em todo o país, no dia 10 de fevereiro. A medida foi tomada depois de um número extenso de lesões oculares, cegueira temporária e inchaço de pálpebras serem relatados em atendimentos médicos. De acordo com a Anvisa, a suspensão é temporária e tem como objetivo a investigação e realização de testes e análises clínicas.
Os problemas de saúde são apresentados quando o produto passa do couro cabeludo para o rosto do indivíduo, por conta da chuva, banho ou suor. No total, são 27 produtos suspensos do mercado que eram usados frequentemente por cabeleireiras e trancistas.
Com a restrição, as dificuldades de entregar um bom acabamento profissional nas tranças tem se tornado evidente. Para a trancista Zaira Carvalho, que trabalha fazendo cabelos há três anos, a adaptação está sendo difícil, tendo em vista que a pomada é uma forma de melhoria do serviço. O produto ajuda a alinhar os cabelos com a trança, dando um resultado profissional e bonito para os clientes.
A busca por outros produtos regularizados está sendo fundamental para solucionar o problema. “Essa é a primeira vez que algo desse tipo acontece, torcemos para que se resolva em breve e que nossas pomadas retornem de forma segura para os profissionais e seus clientes”, disse Zaira.
A diminuição na procura por tranças tornou-se uma realidade. Entre os principais motivos, segundo Zaira, está a falta da comunicação visual correta nos portais de notícias. “Acabaram fazendo essa correlação entre a pomada e a trança. Então, usamos nossas redes sociais para pronunciar o erro e explicar para o público”, relatou Zaira.
A profissional compartilha nas redes sociais dicas e orientações sobre os cuidados necessários, tanto para trancistas quanto para os clientes. Contudo, Zaira também comenta que é fundamental acompanhar explicações de profissionais da área da saúde, bem como fontes seguras de notícias, para receber melhor orientação e atualização sobre a situação.
Por Ana Paula Mafra e Beatriz Moura (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).