Preso em Gravatá é mentor do ataque em escola no Paraná
As investigações concluem que o jovem de 18 anos orientou e guiou o ataque a uma escola em Cambé
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) apresentou, nesta quarta-feira (28) as conclusões da investigação do ataque à Escola Estadual Professora Helena Kolody, ocorrido no último dia 19. De acordo com as informações, um jovem de 18 anos, que foi preso em Gravatá, no Agreste de Pernambuco, dois dias depois do crime, é considerado o mentor intelectual do atentado, cometido por um ex-aluno de 21 anos, que atirou em dois estudantes à queima roupa. As informações são da Folha de S. Paulo.
O autor dos disparos conheceu o pernambucano em 2021, quando começaram a ter mais contato por meio de redes sociais e grupos privados na deepweb. O mentor intelectual tinha um grupo virtual onde incitava o ódio e a violência, e chegava a pagar “bônus” ao membro que cometesse algum ato de crueldade.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina (PR), Fernando Amarantino Ribeiro, o crime vinha sendo planejado há cerca de um ano e meio. “Ele é considerado o autor intelectual e, junto com o atirador, foi o responsável, desde a segunda quinzena de dezembro de 2021, por planejar, arquitetar e trocar mensagens, equipamentos, para a prática deste ato", afirmou durante entrevista coletiva.
As vítimas eram um casal de namorados, Karoline Verri Alves, de 17 anos, e Luan Augusto da Silva, de 16. O autor dos disparos foi detido ainda na escola, e encaminhado para Londrina, distante cerca de 15 quilômetros de Cambé. Ele foi encontrado morto na cela no mesmo dia em que o mentor de Gravatá foi preso.
Ataque de Cambé
No dia 19 de junho, o atirador entrou na escola alegando que queria obter seu histórico escolar. Ele atirou nos dois adolescentes, e também foi ao banheiro, onde permaneceu por cerca de quatro minutos. Do banheiro, ele publicou um manifesto online em suas redes sociais, em que falava sobre bullying e as motivações para cometer os crimes. Ao ser preso, ele vestia uma veste preta, como a usada em formaturas. Segundo o delegado à frente das investigações, o ato cometido por ele seria considerado como um rito de passagem dentro da célula da qual fazia parte.
O criminoso ainda teve ajuda de outros cúmplices. Um homem de 21 anos, preso no mesmo dia do ataque, em Rolândia, o ajudou a manter o foco, e também entregou a veste preta que ele usou na escola. Alguns dias depois, dois homens, um de 35 anos e outro de 39, foram presos suspeitos de terem vendido a arma usada no crime. A polícia apontou que eles não sabiam para qual fim seria usada a arma.