Senador critica processo de eleições internas do PT

Para Humberto Costa, partido levou "inverdades ao judiciário" e permitiu que mais de 12 mil filiados votassem

seg, 21/05/2012 - 17:12
Marionaldo Junior/LeiaJá Imagens

Ao participar de coletiva de imprensa realizada neste domingo no diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, o senador Humberto Costa (PT) criticou o processo de eleições internas. Segundo Costa, aconteceram várias irregularidades que precisam ser corrigidas. “Esse é um processo contaminado, quem deveria preservar regras do estatuto do PT não agiu corretamente”, comentou Humberto, referindo-se ao prefeito João da Costa (PT).

“Levaram inverdades ao judiciário e permitiram que mais de 12 mil filiados votassem, por isso a executiva nacional terá que intervir e realizar uma auditoria. Toda legislação eleitoral que tiver erro, o voto é colhido em separado. Na legalidade dos votos, fomos vitoriosos”, declarou Costa, “o uso da justiça nas eleições internas do PT não existe precedente na história do partido”.

Em nenhum tipo de jogo esportivo ou político, muda-se as regras no meio da partida. "Às 11h da manhã, quando muita gente já havia votado, e outros não, surge uma lista de todos os filiados aptos a votar. Houve uma falta de condição de igualdade para se dirigir ao eleitor. Só tínhamos conhecimento dos mais de 20 mil autorizados pela executiva nacional”, discursou Humberto.

Para ter o direito a voto nas prévias deste domingo, era necessário ter pago a anuidade e estar a mais de um ano inscrito no diretório municipal. Por causa de uma ação impetrada no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no sábado à noite, o grupo ligado ao prefeito João da Costa obteve uma liminar garantindo o direito ao voto a cerca de 12 mil filiados.

Sobre o desgaste que o partido vem sofrendo com a troca de acusações entre os companheiros, o senador fez o seguinte comentário: “Além de indignados, ficamos absolutamente tristes, pois o prefeito quebrou a legalidade. Não houve o levantamento suficiente de valores para a quitação coletiva e tempestiva de todos os que votaram. Foi decidido na calada da noite e gerou um grande erro. Também houve o episódio das camisas que, de acordo com o estatuto do Partido, fica proibido a distribuição de brindes”, completou.

 

Resposta - O prefeito João da Costa comentou as acusações e atribuiu a todos os que participavam das prévias o desejo de aumentar o número de eleitores aptos a votar. Ele lembrou que um grupo de advogados ligados ao deputado federal Maurício Rands procurou, na semana passada, o juiz da 5ª Zona Eleitoral na intenção de proibir a distribuição de camisas nos locais de votação.

“Rands foi ao diretório nacional e defendeu um livro de ouro para que todos os filiados pudessem votar. Foram excluídos centenas de cargos comissionados que pagaram R$15, antes do dia 5 de maio (último dia para o pagamento individual). A proibição de camisas nos locais de votação não é vetada pelo estatuto. Acho que se o resultado de ontem lhe fosse favorável, ele (Rands) não pediria que fosse instalado uma nova eleição ou solicitaria minha expulsão do PT ”, discorreu o atual prefeito. 

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