Prorrogação de CPI vira corrida contra o tempo

Governo e oposição correm para coletar assinaturas e definir prorrogação da comissão

qua, 31/10/2012 - 08:28
Lia de Paula/Agência Senado Reunião entre líderes partidários terminou sem definição Lia de Paula/Agência Senado

 O futuro da CPMI do Cachoeira  continua indefinido. Mesmo depois da reunião dessa terça-feira (30), os líderes dos partidos não chegaram a um consenso sobre a prorrogação do prazo. A decisão deve ser tomada nesta quinta-feira (31), durante a reunião administrativa da comissão, para votar os mais de 500 requerimentos pendentes.

Sem acordo, a definição de por quanto tempo a investigação será prorrogada tornou-se uma corrida contra o tempo, entre governo e oposição. É que cada grupo propõe prazos diferentes e agora recolhe assinaturas para conseguir o apoio de um terço do Congresso Nacional - 27 senadores e 171 deputados. Quem apresentar primeiro o número de assinaturas necessário definirá a prorrogação.

A base do governo quer mais 48 dias de trabalho para que haja tempo para a apresentação do parecer do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), e votação na comissão. No entanto, se o prazo final não for adiado, ele diz que está pronto para apresentar o relatório imediatamente. “Temos uma movimentação financeira de R$ 84 bilhões. Houve uma quebra de sigilo telefônico importante que está sendo analisada. Há informações contundentes para apresentar”, informou.

Já a oposição e o grupo independente pedem mais 180 dias para que sejam investigadas as empresas de fachada do esquema ilegal que foram descobertas recentemente. O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) acusou o governo de querer proteger os partidos aliados e não aprofundar as investigações. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) também reclamou da falta de tempo para esclarecer onde foi parar o dinheiro que a empreiteira Delta recebia do Poder Público. “Os dados que obtivemos apontam para uma movimentação financeira superior a R$ 420 milhões, que são dinheiro público, passaram pela Delta, foram lavados em empresas laranjas, e o Brasil, pelo menos por meio da CPI, não vai ficar sabendo qual foi o destino desse dinheiro”, criticou.

A CPMI investiga a relação do contraventor Carlos Cachoeira com agentes públicos e privados. Por enquanto, ela está prevista para ser encerrada no dia 4 de novembro.

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