Voto secreto: Deputados divergem sobre os itens da PEC
Parlamentares pernambucanos tem opiniões diferentes em relação a emenda constituição que ainda está sendo discutida no Senado
Enquanto a emenda à Constituição (PEC) que põe fim ao voto secreto ainda está emperrada no Congresso Nacional, alguns deputados pernambucanos já tomaram posição sobre o polêmico projeto que provavelmente passará para a Câmara Federal. Os parlamentares governistas Gonzaga Patriota (PSB) e Fernando Ferro (PT) apoiam a abertura das votações, já o deputado Mendonça Filho (DEM), membro da bancada oposicionista, prefere que alguns itens da matéria continuem em caráter sigiloso.
Segundo o deputado Gonzaga Patriota todos os votos no Parlamento já deveriam ter sido abertos. “Eu sou favorável a acabar com o voto secreto. Totalmente. Eu sempre fui contra. Voto secreto é só para o eleitor. Tem que ser tudo aberto”, afirmou o parlamentar.
O petista Fernando Ferro também segue a linha de raciocínio do socialista. Para ele, o sistema de voto secreto contribui para a traição entre os correligionários. “Com o voto aberto, as pessoas vão assumir seus compromissos. Não vão se esconder. Vai ficar claro a sua atitude. O voto secreto da à liberdade de trair. E a gente sabe que isso acontece muitas vezes”, opinou o deputado.
“No geral, deve haver transparência. Eu reconheço que alguns casos têm ameaças. Como no processo de cassação. Mas acho que a abertura do voto é o mais lógico para o processo de transparência”, completou o petista.
Para o deputado Mendonça Filho (DEM), a possibilidade de acabar com todas as votações no Parlamento, vai deixar a Casa Legislativa totalmente dependente do Executivo. “Acho que a Câmara aprovará essa emenda. O povo quer acompanhar o Parlamento. Mas acho que o voto devia ser aberto para a cassação de mandatos e mais outros itens. Mas a de veto presidencial, por exemplo, tem que continuar o voto secreto, porque é prerrogativa de defesa do parlamentar”, analisou o democrata.