Manifestação: “PT quer pegar carona”, diz oposição
Para Daniel Coelho, a decisão pode enfraquecer o movimento
A mobilização organizada por Centrais Sindicais para esta quinta-feira (11), em comemoração ao ‘Dia Nacional de Luta’ no Recife, não descarta a participação de partidos políticos. Em coletiva de imprensa realizada para explicar a programação do ato, organizadores afirmaram que não querem antidemocratizar a ação proibindo a participação de legendas. Já líderes da oposição encaram a situação como oportunista, principalmente pelo anúncio de convocação do Partido dos Trabalhadores (PT) para o evento.
Segundo o vereador Raul Jungman (PPS), a democracia pode existir, mas desde que o PT não se aproveite do momento. “O PT estar querendo pegar carona de uma manifestação para fazer uma defesa do governo. Tudo bem, é democrático, desde que ele não queria faturar para si mesmo num evento que não é deles e sim é das centrais e da população”, alfinetou Jungmann.
Para o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Daniel Coelho (PSDB), cada legenda tem sua autonomia de decidir participar ou não, porém, devido essa atitude pode existir uma confusão. “Eu acho que não cabe à gente estar opinando de cada partido. Cada um tem suas decisões, inclusive, um dos grandes problemas que levaram o Brasil a ter tanta rejeição e insatisfação pela população é que todas as instituições sindicais e movimentos terminaram se misturando com partidos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Ela tem misturado suas posições como as do governo”, argumentou.
Mesmo respeitando a participação dos partidos nos movimentos, o tucano afirmou que a atitude pode prejudicar a manifestação. “Essa intenção de partidarizar enfraquece até o próprio momento que faz uma pressão no governo e revindica os direitos”, frisa.
Para Daniel Coelho os partidos devem aderir à manifestação se for uma pauta concordada pela legenda. “É preciso que haja uma definição, não dá para aderir sem saber para onde estar indo. Ele (o ato público) não deveria ser partidário. Não sou contra cada partido tomar sua decisão, mas você tem que ter reivindicações porque o governo federal deixa muito a desejar com relação aos servidores públicos”, critica.
O líder da oposição na Alepe também comentou de que forma o PT deverá se comportar no movimento. “Não sei como vai ficar. Ele (PT) vai como patrão porque não pode ir como servidor público, essa é especificamente a característica dele e o evento é algo sindical. Por isso há no Brasil nos últimos anos essa confusão. As centrais devem estar para o povo e não para partidos”, alfinetou o tucano ressaltando não haver nenhuma definição se o PSDB iria aderir também à mobilização.