"Estelionato político”, diz oposição sobre gestão da PCR

Para os oponentes, a gestão socialista dá continuidade a de João da Costa

por Élida Maria seg, 15/07/2013 - 15:14

Gráficos, relatos, obras e projetos fizeram parte do balanço de seis meses apresentado pela oposição da Câmara de Vereadores do Recife sobre a gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). A avaliação foi exposta no início da tarde desta segunda-feira (15), na sala de Comissões da Casa José Mariano. Para os oponentes, os 180 dias de trabalho do socialista representa o “Velho Recife” engolindo o “Novo Recife”. 

De forma crítica e irônica a apresentação planejada pelos parlamentares alfinetou os slogans usados por Geraldo Julio na época de campanha. A imagem de um capacete representando o trabalho foi ironizada pelos oponentes que montaram o equipamento de proteção individual em cima de uma tartaruga, para mostrar a lentidão, segundo eles, do atual gestor municipal. Já dentro do círculo vermelho com o número de campanha do prefeito (40), eles colocaram 7% afirmando o percentual como o que foi executado pelo socialista até o momento.

Outro ponto forte e bem batido durante a reunião foi à comparação do ex-prefeito João da Costa (PT) com o atual. “É o maior estelionato político. Alguém se diz oposição e é governo (...). Nós da oposição nos sentimos decepcionados e supresos e não temos respostas”, expressou o líder da oposição, Raul Jungmann (PPS).

Com 21 páginas de informações, o balanço tende a mostar que Geraldo Julio tornou-se um prefeito de continuidade da gestão anterior, inclusive no plano administrativo e gerencial. Já dos dados de todo o programa de governo, a oposição relata apenas 6,9% de ações realizadas, 15,5% em andamento e 77,7% falta realizar.

Os vereadores alegaram durante a coletiva, um possível ‘arrumadinho’ entre a ex-gestão e a atual. ”Na verdade é uma grande geleia geral (entre a gestão João da Costa e a Geraldo) existe um pacto de silêncio, no mínimo uma proteção”, afirmou Priscila Krause (DEM), acrescentando a falta de transparência sobre o que ocorreu de 31 de dezembro até o momento. “Quais são os compromissos com o passado? Quais são os custos?”, indagou a democrata. Já Jungmann, disparou sobre a falta de experiência política do socialista. “O prefeito não é político ele é técnico. Para ser prefeito, o novo tem que ser um líder, um articulador, que se apaixone”, soltou.

Projetos – Os conteúdos mostraram 25 projetos enviados pelo Executivo municipal e 19 aprovados. “Tirando o royalties e a lei de transparência o resto é pauta rotineira, tira um conselho daqui outro dali. Ele não desatou nenhuma mudança para o Recife”, criticou Jungmann. Os parlamentares também citaram o projeto do vereador decano Liberato Costa Júnior sobre a criação da Rádio Frei Caneca emperrado, entre outros. 

Obras – Das obras descritas pelos vereadores foram elencadas oito ações inacabadas e paradas, segundo eles: Requalificação da Comunidade do Pilar; Parque Apipucos, Ponte Monteiro Iputinga, três conjuntos habitacionais no bairro dos Coelhos (Coelhos, Travessa de Gusmão, Vila Brasil) Vila independência e PAC Saneamento do Cordeiro. “A palavra que define é frustração. A gente percebe que esse governo é simplesmente mediático. O recifense não votou num faraó para construir grandes monumentos, mas achou que haveria um choque de gestão e não aconteceu e a gente vem perdendo 2013”, frisou o vereador Wanderson Florêncio (PSDB).

 

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