Silvio Costa e Mendonça divergem sobre instalação de CPMI
Para Costa, a CPMI da Petrobras só deve ser instalada após o período eleitoral
A possível instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar ações da Petrobras tem gerado polêmicos debates entre os parlamentares da bancada governista e de oposição. Para os aliados a presidente Dilma Rousseff (PT), a atitude tem um teor eleitoral, já os oposicionistas cravam que não se pode deixar de averiguar a possível corrupção. A comissão deve apurar à compra e venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A Petrobras pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria obsoleta, que custou US$ 42,5 milhões, quase 28 vezes menos. Além disso, outro assunto que será discutido é o superfaturamento na Refinaria Abreu e Lima, em Suape.
Para o deputado federal Mendonça Filho (DEM), um dos que lideram o requerimento de instalação, a função fiscalizadora do parlamento deve ser exercida. “As informações já constatadas apontam que a compra de Pasadena foi aprovada em 20 dias. É preciso ser apurado. Não tem essa história de que é ano eleitoral, a cada dois anos temos eleição no Brasil. A gente vai imaginar que esta situação tem que ficar por baixo do tapete por conta da eleição da doutora Dilma? Temos a nossa função fiscalizadora, ela tem que ser exercida”, cravou o democrata durante entrevista em uma rádio local.
Já para o deputado federal Silvio Costa (PSC), a CPI deve ser instalada, mas apenas após a campanha eleitoral. “Isso merece explicação mesmo. A coisa da refinaria aqui é muito séria. Não vai ter tempo de fazer CPI, apurar e fazer campanha. Você (Mendonça) vai ficar sexta, sábado e domingo lá apurando? Vocês querem palanque”, disparou. Segundo Costa, o caso da Petrobras “talvez seja um grande escândalo do Brasil”. “Vou esperar a polícia federal mostrar os dados, mas que tem cheiro de ‘maracutaia’ tem”, ponderou.