Aécio Neves critica a condução da política externa

O presidenciável tucano afirmou que o "Brasil ao longo dos últimos anos optou por um alinhamento ideológico"

sab, 26/07/2014 - 17:41

Os ataques do candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, as ações do governo federal estão ultrapassando as questões da política implementada em solo brasileiro. Isto porque, ao conceder entrevista coletiva neste sábado (26), durante agenda em São Paulo, o presidenciável disparou acusações ao governo federal sobre a política externa adotada pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Para defender seu ponto de vista, Aécio argumentou que “O Brasil sempre se caracterizou por ter uma política diplomática, uma política externa do equilíbrio, e é isso que deve retornar a conduzir as nossas ações, as nossas manifestações. O Brasil ao longo dos últimos anos optou por um alinhamento ideológico na sua política externa, e é ele que conduz as principais ações do governo, a meu ver, com prejuízos graves ao Brasil, seja em relação à incapacidade que tivemos ao longo desses últimos anos para ampliar as nossas relações com o mundo”, disse.

O tucano também procurou traçar um paralelo das suas ponderações com as reflexões feitas a partir de uma conversa com o ministro Durão Barroso, que preside a Comissão Europeia. “Ele (Durão) próprio testemunhava a perda de espaço do Brasil com o atraso, por exemplo, das negociações com a comunidade europeia. Ao mesmo tempo em que eles avançam em entendimentos, a União Europeia, com o Canadá e com os Estados Unidos, apenas um exemplo muito claro, o espaço que havia sido negociado para produtos do agronegócio, onde o Brasil é extremamente competitivo, essas cotas estão sendo ocupadas a partir dessas outras negociações, os espaços para o Brasil ficarão cada vez mais estreitos. O Brasil, algumas décadas atrás, chegou a participar com 2,3% do conjunto do comércio exterior, do comércio internacional. Hoje participa com 1,3% e essa posição nossa é declinante”, argumentou.

Sobre a polêmica declaração do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, que chamou o Brasil de “anão diplomático” esta semana, o candidato disse faltou equilíbrio.  “Todos temos que condenar o uso excessivo da força por parte de Israel, mas da mesma forma temos que condenar também as ações do Hamas, com o lançamento sucessivo de foguetes. Faltou um brado, uma palavra mais clara de convocação a um cessar-fogo e a um entendimento entre as partes. O Brasil se precipitou, a meu ver, em uma nota com um viés muito mais unilateral do que seria conveniente e esperado de um país como o Brasil. Como disse, temos que condenar a violência de todos os lados. A palavra do Brasil tem que ser sempre a do equilíbrio e faltou [equilíbrio], mais uma vez, nesse campo”, avaliou.

Agenda – Aécio Neves cumpriu agenda em São Paulo acompanhado pelo governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin e o candidato a senador José Serra. O presidenciável conheceu a Feira Tecnológica da Zona Leste e visitou a biblioteca São Paulo, no Parque da Juventude.

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