Uma nova chapa, um novo perfil

A candidata à presidência pela coligação Unidos pelo Brasil contrapõe a serenidade ao vigor político de Campos

por Elaine Ventura qui, 21/08/2014 - 16:51
Montagem/ LeiaJá Imagens Analista político avalia os perfis dos novos candidatos a presidência e vice da coligação Unidos pelo Brasil Montagem/ LeiaJá Imagens

O site da campanha de Eduardo e Marina, ainda passa por um processo de atualização. Quem por curiosidade clicar na página, não irá encontrar a antiga plataforma, com propostas e debates que contaram com a participação de Eduardo Campos. Mas o direcionamento para nova página de Marina Silva e Beto Albuquerque, novos postulantes a disputa presidencial. O conteúdo ainda é mínimo, apenas um vídeo do discurso oficial da nova chapa.

O material publicado foi gravado na última quarta-feira (20), em Brasília. O PSB apresenta uma chapa um pouco diferente da anterior, sob o comando de Eduardo Campos. Durante o seu pronunciamento, Marina se mantém sentada, lendo um discurso já preparado. Apesar de defender que não costuma ‘ler’ os seus pronunciamentos, seus argumentos não foram além do escrito, apenas embargam em alguns momentos de emoção. Diferente de Eduardo, que geralmente se pronunciava com vigor, a nova representante da coligação Unidos pelo Brasil investe na serenidade excessiva. 

No fim do discurso de Marina, a celebre frase de Campos se fez presente: “Não vamos desistir do Brasil”. E eis que surge um novo grito de guerra, entoado pela cúpula e militantes do PSB: “Eduardo presente, Marina Presidente”.  

O candidato a vice-presidência, Beto Albuquerque, fez um pouco diferente, pois tentou mostrar força e vigor nas poucas palavras proferidas. No seu discurso, apresentado de pé, Albuquerque fez menção ao compromisso firmado por Eduardo Campos, mas deixando exalar a determinação.

De acordo com o analista político, Maurício Romão, a nova chapa apresenta semelhança com a anterior, só que de forma inversa. O analista avaliou o perfil dos candidatos e comparou a chapa que era encabeçada por Eduardo Campos e tinha Marina como candidata à vice, com a nova formação. Segundo Romão, a união política entre Eduardo e Marina juntou perfis distintos, mas complementares. “De um lado estava o vigor político de Campos, com trajetória política condensada pela experiência familiar. Um candidato que abraçou a questão do desenvolvimento econômico e as causas do setor público, focados em metas e monitoramentos. Em contrapartida, estava Marina Silva. A candidata com ideários políticos peculiares, com foco em sustentabilidade”, pontuou Romão, ressaltando que apesar de focos diferentes, ambas ideias se complementavam. “Eles tinham ideias diferenciadas, mas se juntaram na concepção de  um futuro melhor para o Brasil”, completou.

A avaliação do ponto de vista de condução e apresentação das propostas, Romão afirmou o seguinte: “O estilo de apresentação de Eduardo e Marina eram bem diferentes. Eduardo era mais expansivo, alegre, comunicativo. Ele detinha uma capacidade política de gerir. Já Marina fala bem, tem excelente desenvoltura, porém é hermética e fechada, mas consegue se comunicar muito bem”.  

Sobre Beto Albuquerque, o analista político avaliou o estilo de apresentação do novo candidato à vice semelhante a postura de Eduardo Campos. “Beto tem uma capacidade de interlocução, do entendimento, muito parecida com Eduardo. Ele se apresenta de forma mais expansiva, com estilo mais voraz que Marina”, concluiu Romão. 

Em outras palavras, na opinião do cientista político, sobre o ponto de vista estrutural da chapa, o PSB conseguiu manter o balanço das candidaturas existentes na chapa anterior.

 

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