Câmara não vai interromper campanha para atender Zé Gomes
“Ele cuida da campanha dele e eu cuido da minha campanha, é assim que vai ser feito”, disparou o socialista
Provocado pelo candidato do PSOL a governador, Zé Gomes, a apresentar os doadores originários de R$ 8 milhões para sua campanha, Paulo Câmara disse, nesta quarta-feira (1°), que não vai interromper as atividades de hoje para esclarecer as informações ao adversário. Segundo o socialista, a listagem com as doações e de onde são oriundos já está disponível no site dele e, por isso, não comparecerá ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), às 14h, como solicitou Gomes.
"Não. Não vou me encontrar com ele (no TRE). O Zé Gomes cuida da campanha dele e eu cuido da minha campanha, é assim que vai ser feito", disparou após participar de um encontro com a Associação dos Fornecedores de Cana de Açucar, na Zona Sul do Recife. "As informações que ele pediu já estão disponibilizadas no site e a gente vai mostrar para ele o caminho encontra-lás, sem ficar nenhum dúvida. Temos tranquilidade e serenidade nas pessoas que atuam na captação de recursos da minha campanha, são pessoas sérias e que tem espírito público e querem o bem do nosso estado", acrescentou. Paulo Câmara deixou claro, em tom sutil de crítica, que é oriundo da classe média e faz a campanha "com doações sim". Ao contrário do PSB, o PSOL não aceita doações privadas.
O questionamento do PSOL surgiu durante o último debate televisivo entre os candidatos ao Palácio do Campo das Princesas, nessa terça-feira (30), organizado pela TV Globo. Após o embate, de acordo com Zé Gomes, um dos assessores do socialista teria "insultado" o pessolista. O episódio, no entanto foi minimizado por Câmara.
"Não presenciei este fato. Respeito muito o PSOL, seus integrantes e a forma como Zé Gomes fez a campanha", se defendeu o ex-secretário da Fazenda. Assim como prega o PSB, na maioria das postulações, Paulo Câmara afirmou que deseja, se eleito, governar também com algumas colocações propositivas do adversário. "Tenho certeza que a partir de 2015 as contribuições que ele colocou nos debates serão assimiladas pela gente. Vamos trabalhar por um Pernambuco melhor, quero governar com todos e sei da importância da democracia e do contraditório", frisou.