Oposição quer acelerar trabalhos da CPMI da Petrobras
Intenção é de que a CPMI opere em regime de “mutirão”
Líderes da oposição na Câmara dos Deputados definiram, nesta terça-feira (18), uma estratégia para mudar o ritmo e de trabalho na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, considerando a nova fase da Operação Lava-Jato, que resultou na prisão de mais de 20 pessoas nos últimos dias. De acordo com o deputado federal Mendonça Filho (DEM), o grupo vai propor que a CPMI atue em regime de "mutirão".
Durante o encontro, também foi definida uma ordem de prioridades para as próximas sessões, a começar pela convocação dos principais nomes envolvidos no escândalo que ainda não foram ouvidos, como o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, um dos presos pela PF e indicado pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, durante delação premiada, como mediador para receber propinas de contratos firmados pela empresa pública. E o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de mediar contatos entre operadores do doleiro Alberto Youssef e o Fundo de Pensão dos Empregados da Petrobras, o Petros.
Nos bastidores, conta-se que um acordo firmado na semana passada entre oposição e governo teria retirado Vaccari e outros nomes da lista dos depoentes na Comissão, no entanto é possível que os oposicionistas mudem de opinião. O acordo gerou polêmicas entres os parlamentares.
“O que precisamos agora é dar celeridade às investigações e manter nossa atenção nos principais nomes envolvidos. A CPMI agora deve funcionar com um foco só: descobrir até onde vai o esquema”, defendeu Mendonça Filho. O democrata argumenta que a extensão da CPMI até dezembro precisa ser acompanhada por uma mobilização dos membros da comissão. As sessões podem passar a ser diárias até dezembro.
“Se preciso for, vamos realizar quantas sessões forem necessárias durante a semana em esquema de mutirão até podermos concluir o inquérito sobre este escândalo que, quanto mais investigado, mais cresce”, argumentou.
Parlamentares da CPMI têm reunião marcada para a tarde de hoje no Senado. A ideia da oposição é começar a colocar a estratégia em prática no encontro das 14h30.