Graça alega problemas de saúde e CPI pode convocar Youssef
Ex-presidente da estatal ainda não apresentou atestado médico. Se isso ocorrer, colegiado quer ouvir o doleiro Alberto Youssef na quinta. Outras convocações serão aprovadas na sessão desta terça
Convocada para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o esquema de pagamento de propina com recursos desviados da Petrobras, a ex-presidente da estatal, Graça Foster, pode não comparecer ao colegiado na quinta-feira (26). A informação foi dada pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), após reunião fechada com os sub-relatores e relator.
Segundo ele, Graça alegou problemas de saúde, mas ainda não apresentou atestado médico. Caso isso aconteça, o depoimento dela será remarcado. No ano passado, ela compareceu às comissões mista e do Senado que também apuravam irregularidades na Petrobras.
Se a oitiva dela for adiada, a CPI convocará o doleiro Alberto Youssef. Nesse caso, ele só poderá depor na tarde de quinta-feira (26), pois é preciso um prazo mínimo de 48 horas entre a notificação para depor e o comparecimento à Câmara. Motta explicou que só convocará Youssef se a impossibilidade de comparecimento de Graça for confirmada.
Inicialmente, o colegiado queria ouvir, nesta quinta, o empresário Júlio Faerman, representante da empresa holandesa SBM Offshore, mas ele não foi localizado. “Ele é considerado foragido da Justiça”, frisou o presidente da CPI. Como a convocação de Graça Foster e Alberto Youssef já havia sido aprovada em fevereiro, o presidente foi apenas remarcando quem seria ouvido pelos deputados.
Na tarde desta terça-feira (24), a comissão se reúne para votar mais de 400 requerimentos, entre eles os quais estão pedidos de novos depoimentos. A expectativa é de que a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, seja aprovada. Ele é apontado como o responsável por ter recebido propina para usar na campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2010. Ele e o PT negam as acusações.
Os deputados devem se concentrar nos requerimentos em que houve consenso entre os integrantes da comissão. Os pedidos para os quais ainda não há acordo deverão continuar pendentes, como é o caso da convocação de pessoas supostamente ligadas ao PMDB, partido que comanda a CPI, a Câmara dos Deputados e o Senado. Ficam, portanto, de fora o lobista Fernando Baiano, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, e o executivo da Toyo Setal Júlio Camargo.