Albuquerque garante que PSB não mudará sigla nem número

Pontuando as palavras “ousadia” e história, o socialista defendeu e justificou a fusão com o PPS

ter, 05/05/2015 - 16:13
Libia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo Em nota, Beto Albuquerque frisou que a decisão decisão é mais uma das tantas pautadas pela coragem de mudar Libia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo

A união do PPS e PSB anunciada a menos de uma semana foi esclarecida pelo vice-presidente nacional de Relações Governamentais do PSB, e deputado federal, Beto Albuquerque (RS), nesta terça-feira (5). Em nota, o socialista tratou do assunto que ainda está sendo analisado pelos líderes do PPS em Pernambuco, garantiu permanecer com a mesma sigla e com o uso do número “40” e ainda analisou o processo como uma ousadia pautada “na coragem de mudar”.

Segundo Albuquerque há muito tempo a marca do PSB tem sido a ousadia. “Nossa história é pautada pela coragem de inovar, de romper com velhos paradigmas. São essas características que aproximam o povo brasileiro, que tem na coragem uma grande virtude. E por que falo sobre ousadia e coragem hoje? Porque vocês devem ter lido, visto ou ouvido, há alguns dias, a notícia sobre a fusão do PSB com o PPS (...). Esta decisão é mais uma das tantas pautadas pela coragem de mudar”, inicia a nota.

Na visão do socialista o Brasil vive um período de inércia política porque há décadas a Reforma Política é prioridade, e ainda assim, não sai do papel. “O país tem mais de 30 partidos políticos e estamos próximos da criação de novos partidos, ao apagar das luzes da lei que ainda permite isso. O Brasil precisa de ação, de exemplo. Por isso entendemos que é hora de fazer a Reforma Política na prática e, após muitos meses de conversas, estudos e avaliações, decidimos promover a fusão de dois partidos com trajetória política, história e compromissos com os brasileiros”, justificou.

Beto Albuquerque explanou na nota a dúvida sobre a sigla do “novo partido” e qual número vão manter a partir de agora. “Seguiremos com o nome PSB e com o número 40. Passaremos a ser a quarta maior bancada do Congresso Nacional. Juntos, teremos 792 mil filiados, quatro governadores, sete senadores, 45 deputados federais, 92 deputados estaduais, 588 prefeitos e 5831 vereadores”, contabilizou. 

Enaltecendo seu próprio partido e suas atuações, o deputado federal disse ter “compromisso com a boa política, com as práticas éticas, com os brasileiros”, e revelou o desejo de transformar o Brasil. “Nós queremos um país que abandone a inércia e ouse, que tenha coragem de enfrentar seus maiores inimigos: a corrupção, o aparelhamento do Estado, os conchavos, a troca de favores, o apadrinhamento político”, descreveu, prometendo agir contra esses problemas. “E nós, do PSB e do PPS, decidimos não mais calar diante dessa realidade. Decidimos unir forças e esforços para vencer aqueles que fazem dessa prática uma forma de perpetuação no poder”, destacou.

Diferente de correligionários críticos do PSB, como o ex-presidente da legenda Roberto Amaral e a vereadora do Recife, Marília Arraes, Albuquerque afirmou ter muita honra no passado da sigla e na sua participação na história recente do país. “Queremos mostrar ao Brasil que é possível, sim, fazer uma política justa, honesta, sem carguismo, sem ceder a pressões”, alegou relembrando o ex-governador Eduardo Campos. “Com Eduardo Campos, em 2014, mostramos um modelo de gestão possível e viável para nosso povo. Infelizmente, a mentira venceu. Mas não nos derrotou! Saíamos de cabeça erguida, com coerência, com compromisso. Aos poucos, milhões de brasileiros estão vendo o que falávamos. Isso, sem dúvida, é um avanço”, disparou.

Segundo Albuquerque é com o desejo de avançar que a união do PPS com o PSB foi oficializada. Ele também cravou a postura de independência. “Seguiremos independentes! Não somos e não seremos um partido satélite de PT e PSDB. Seremos cada vez mais um partido forte, com apoio popular, com exemplos bem sucedidos para mostrar ao país. Seremos cada vez mais o partido que tem como principal compromisso a verdade, a ética e a transparência”, enumerou. 

No final da nota de quase duas laudas, o vice-presidente nacional de Relações Governamentais do PSB, prometeu pousar ainda mais. “Ousamos e seguiremos ousando. Jamais perderemos a coragem de lutar pelo que nos move: um país justo para todos. Mas que essa justiça e igualdade não seja conquistada à base de concessões. Nós acreditamos que o Brasil merece mais, pode mais. E é por esses milhões de brasileiros que damos um importante passo na luta política democrática”, esclareceu o socialista. 

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