Nomes de peso devem disputar as eleições em Olinda

Teresa Leitão, Izabel Urquíza, Luciana Santos e o irmão de Eduardo Campos, Antônio Campos, são alguns dos possíveis nomes para a corrida eleitoral de 2016

por Élida Maria sex, 05/06/2015 - 07:04

No próximo ano o PCdoB completará 16 anos à frente da Prefeitura de Olinda. A cidade história foi governada por dois mandatos pela atual deputada federal, Luciana Santos, e em 2016 Renildo Calheiros completará mais oito anos na administração municipal. Apesar de o tempo ultrapassar uma década, a hegemonia do PCdoB na cidade Alta poderá ter fim. Com um pouco mais de um ano para o pleito municipal, pelo menos sete nomes podem entrar na disputa pela vaga, entre eles o próprio PCdoB, o PT e até o irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos. 

Alvo de turistas de todo o mundo, Olinda concentra muitas histórias culturais e religiosas. Na cidade há o tradicional carnaval de ladeira abaixo, além de templos religiosos no Alto da Sé acompanhando das tapioqueiras e de outras culinárias pernambucanas. Mas o lugar não é atraído apenas por turistas. Numa apuração realizada pela equipe do Portal LeiaJá, faltando ainda um ano e quatro meses para as eleições, vários nomes já falam em configurar o cenário político do município. 

Médico de carreira na área dermatológica, Gustavo Rosas do PV já se considera como pré-candidato. “Sou pré-candidato e estamos com o PV e com mais dois partidos com um bom tempo de estrutura nacional em nosso apoio. Tudo tem que ser melhorado porque apesar de Olinda ter recebido muitos recursos da União eles não foram bem usados”, criticou. Essa será a segunda vez que Rosas tenta entrar na prefeitura da cidade. Em 2008, pelo PRP, ele chegou a ser candidato a prefeito e para 2016 revelou já ter nomes de 20 pré-vereadores que devem fortalecer sua candidatura. “Nossa primeira ideia será organizar o SUS e também pretendemos construir um hospital em Ouro Preto”, detalhou, enumerando ações nas áreas de educação, cultura e turismo. 

Outro nome que pode participar da corrida eleitoral é do atual presidente do PSL em Olinda e vereador da oposição, Arlindo Siqueira. “A gente está travando um período de muita discussão que começa agora na próxima terça-feira (9). o PSL vai se reunir e uma coisa que a gente tem convicção é que independente da minha candidatura para eleição, nós vamos participar de uma chapa de oposição aqui em Olinda. Vamos querer ter uma candidatura posta, mas vamos dar prioridade a uma candidatura onde a gente consiga juntar forças”, confirmou. 

Segundo Siqueira, nesta composição de forças políticas há nomes fortes do cenário político. “Nós estamos no mesmo barco de Antônio Campos, de Armando Sérgio, do próprio Ricardo Costa (PMDB), de Izabel Urquíza (PMDB) e o do vereador Lupécio (SD), Mas, independente de ser candidato ou não, o mais importante é a gente tentar viabilizar uma candidatura que derrube essas forças que está ai há 16 anos”, disparou. 

Apesar de o nome de Urquíza ter sido citado pelo vereador, ela também demonstrou interesse pelas eleições de 2016. “Quem está metido na política tem sempre que está à disposição” confirmou, explicando ter atuado no turismo da cidade através da secretaria Executiva do Prodetur, da Secretaria de Turismo de Pernambuco. “Em Olinda a gente tem um trabalho consolidado e vamos aguardar o cenário político porque fica com as forças de quem compõe e quem vai ficar à frente deste contexto”, pontuou, contabilizando ter recebido quase 82 mil votos na última eleição para prefeito, além de ter disputado em 2014, as eleições para deputada estadual. 

Outro peemedebista cotado para a disputa é o deputado estadual Ricardo Costa. “Vai ter candidato em Olinda e meu nome está à disposição, mas o partido vai reunir as questões necessárias para ser convocado para tal. Eu tenho muita vontade de assumir a missão. Eduardo era governador e conversamos sobre isso e está na hora de Olinda dar passos à frente, e será agora em 2016”, cravou o líder do PMDB na Assembleia Legislativa de Pernambuco. 

O advogado e irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, também deve entrar na lista de sucessão de Renildo. Confirmando as conversas dos bastidores políticos ele disse, recentemente, com exclusividade ao Portal LeiaJá, que deverá atuar na política. “Poderei entrar mais ativamente na política, sim, me espelhando nesses dois (Eduardo Campos e Miguel Arraes) símbolos da vida pública do Brasil. Pretendo defender seus princípios, porque vejo neles um projeto de Nação”, ressaltou. 

O acirramento na cidade Alta poderá trazer para o cenário político uma ruptura de parceria. Aliado do PCdoB há anos, o Partido dos Trabalhadores que tem como presidente estadual a deputada Teresa Leitão, é outra legenda de olho das eleições 2016. “Desde que eu voto, que voto em Olinda, só não fiz nascer em Olinda. O PT já discutiu esta possibilidade de candidatura própria várias vezes, mas sempre é priorizado apoiar o PCdoB porque é aliado, mas neste pleito essa discussão volta ao PT.  Hoje no PT de Olinda convivem as duas manutenções: uma de apoio e outra de candidatura própria. Na hipótese de candidatura própria meu nome é citado, e claro, eu estou à disposição”, confirmou a petista. 

O PCdoB também pretende manter a governança municipal, e a cotada para a disputa é a recém-empossada presidente nacional do partido e deputada federal Luciana Santos. “É claro que a função do presidente nacional do partido objetivamente me coloca numa situação de menos disponibilidade de tempo para cuidar do projeto, mas não impede. Essa hipótese existe, mas estamos fazendo isso de modo a valorizar sempre a característica do PCdoB que é construir isso com várias forças, fazer isso com parcimônia, com tranquilidade, porque a gente não vivencia a disputa eleitoral de forma elevada, e, procurando favorecer os desdobramentos que Olinda conhece”, analisou. 

Questionada sobre como ficará a aliança com o PT-PE que já confirmou o desejo de entrar no embate eleitoral, a parlamentar reforçou a importância das construções serem feitas com calma. “Olha, eu acho que nós temos um movimento legítimo, e vamos construir isso com calma. Nós temos uma aliança nacional. Então, nós vamos fazer o que sempre fizemos: o esforço para não perder o rumo, e o nosso campo continuar unido nas questões programáticas numa cidade como Olinda, e sem açodamento”, revelou Luciana. 

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