Aos 26 anos e com pouca história política, tendo sido eleito deputado federal pela primeira vez em 2018, João Campos será a tentativa do PSB para continuar comandando a capital pernambucana por mais quatro anos. Mesmo vindo de uma família já tradicional na política de Pernambuco, o pré-candidato se considera a renovação. “Tenho 26 anos, defendo uma série de modernizações e inovações dentro da gestão pública e tudo isso dialoga com a inovação”, aponta.
João, que mesmo sendo parente de dois ex-governadores populares de Pernambuco (Eduardo Campos e Miguel Arraes), não figura bem nas pesquisas de intenção de voto. Na última divulgada pelo Atlas Político, o pessebista está em quarto lugar; Marília Arraes (PT), sua prima, é quem lidera o levantamento.
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No entanto, o pré-candidato sabe do poder da Frente Popular de Pernambuco, que é a união de vários partidos em prol da sua candidatura, e afirma que essa será, talvez, "a frente mais ampla que o Recife já viu, porque o momento que vivemos pede unidade". Além disso, o deputado federal ressalta que “a frente tem uma corrente de forças que não se constrói apenas em eleição, se dá na política (diária)”.
Falando em política diária, o mundo enfrenta um momento pandêmico que impõe restrições na possibilidade de contato entre as pessoas, principalmente entre os políticos e a população - o que impede a disseminação popular da candidatura -. João reforça que tem conversado com setores da sociedade recifense “discutindo um projeto em torno da construção do sonho de vários segmentos da sociedade". "Quando chega mais perto da eleição, isso se afunila para a pré-candidatura que tem sido conduzida com muita escuta”, acrescenta
Prefeitura do Recife investigada
A Prefeitura do Recife está sendo investigada por irregularidades na aquisição de 500 respiradores pulmonares. A sede da PCR e a casa do secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, sofreram busca e apreensão por parte da Polícia Federal, que trabalhou em conjunto com a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal.
Policiais confirmaram que a firma contratada pelo poder municipal não existe em seu endereço de cadastro, além de não ter funcionários ou bens em seu nome. O valor total contratado com a Prefeitura do Recife ultrapassava o patamar de R$ 11 milhões, enquanto a empresa fictícia tinha um suposto capital social de apenas R$ 50 mil e não poderia faturar mais que R$ 360 mil por ano.
Por ser o PSB o partido que comanda a Prefeitura do Recife, João Campos se posicionou dizendo que está tranquilo sobre essas investigações e que isso não fará com que ele deixe de elencar a gestão de Geraldo Júlio em sua candidatura (quando começar oficialmente). “Eu tenho tranquilidade em dizer que foi feito um trabalho que salvou vidas. Enquanto a gente viu o governo federal, que tem R$ 200 bilhões de orçamento na Saúde, não fazer nenhum hospital no Nordeste brasileiro, a gente viu Geraldo Júlio fazer sete hospitais (de campanha) em 40 dias”, exclama.
Além disso, o pessebista garante que não acredita “que houve má fé, nem dolo, nem culpa". "Ninguém fez ato ilícito. Se houve alguma falha, qualquer ser humano está fadado a falhar em processo de guerra. Foi nesse cenário que a gente viu quem cruza os braços para o povo e quem está à disposição para fazer”, declara. João garante que defende a continuação das investigações.
João Campos e Marília Arraes
Em entrevista ao LeiaJá, o filho de Eduardo Campos falou sobre a possibilidade de união com a sua prima Marília Arraes, revelando que a unidade do campo democrático, tão debatido atualmente pela esquerda, é algo que ele defende. “Eu acho que isso pode ajudar a cidade, mas cabe a mim falar pelo meu partido. Sobre decisões de outros partidos como o PT, ele quem vai tomar pensando no que eles acham que é melhor para eles e não cabe a gente julgar. O que eu sei é que o maior conjunto de representantes do povo deve estar na Frente Popular”, salienta.
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