Prefeito é afastado do cargo por lavagem de dinheiro

O prefeito de Glória do Goitá, na Zona da Mata Norte, é um dos investigados na operação que combate fraudes em licitações de transporte escolar

sex, 02/10/2015 - 09:20

A Polícia Federal (PF) indiciou e realizou o afastamento do prefeito de Glória do Goitá Zenildo Miranda Vieira pelo crime de lavagem de dinheiro. O político só poderá retornar às suas atividades através de decisão judicial. As medidas fazem parte da Operação Carona, deflagrada em setembro contra fraudes na licitação de transporte escolar em diversos municípios de Pernambuco. 

Durante as buscas na casa do prefeito, policiais federais apreenderam extratos de conta corrente e escrituras de imóveis, todos em nome do agricultor conhecido como Zé da Banana, que já foi seu caseiro. Detectou-se que houve movimentação de quase R$ 1,5 milhão por parte do agricultor nos últimos dois anos, o que seria incompatível com sua renda bruta declarada de R$ 964,16.

Segundo a Polícia Federal, na quarta-feira (30),o prefeito e o agricultor foram interrogados e indiciados pela prática de crime de lavagem de dinheiro, cuja pena varia de três a dez anos. O crime ficou configurado uma vez que havia valores na conta do agricultor vindos diretamente da Prefeitura de Glória do Goitá e de empresas que possuem contratos com a gestão municipal.

Uma das empresas, destaca a polícia, recebeu em 2014 quase R$ 2 milhões de reais da prefeitura, tendo depositado na conta do “laranja” do prefeito o valor de R$ 20 mil, enquanto outra empresa do mesmo grupo também depositou o mesmo valor. De acordo com PF, o prefeito e o agricultor não souberam explicar os depósitos nem a movimentação.

Operação Carona – Pelo menos treze prefeituras de Pernambuco estão envolvidas em esquema de fraudes de licitações que beneficiavam as empresas A/R Resende e A.G. Serviços. As gestões de Passira, Glória do Goitá e Limoeiro são as primeiras investigadas. 

Conforme a investigação da PF, as empresas eram contratadas mas não tinham suporte para fornecer os serviços de transporte escolar. Elas contratavam terceiros, em valores inferiores, para executar o serviço. 

Ao todo, as empresas receberam R$ 50 milhões das prefeituras do estado. 

Com informações da assessoria.

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